Pérolas Indie - Face to Face (2011)

Realizado por Michael Rymer 
 Com Vince Colosimo, Luke Ford, Matthew Newton 
Género – Drama 

Sinopse - Num acesso de raiva por ter sido despedido, um trabalhador da construção civil abalroa a traseira do carro do patrão à frente da sua casa. Este trágico evento motiva a celebração de uma reunião entre os dois envolvidos e outros indivíduos, para tentar evitar que o ingénuo trabalhador tenha que enfrentar uma pena de prisão pelas suas irrefletidas ações. 

Crítica – Em certas alturas, “Face to Face” faz-nos lembrar o recente e aclamado “Carnage” (2011), de Roman Polanski, com a sua estrutura diretiva e narrativa bastante direta, coesa e totalmente cativante. Tal como o excelente filme de Polanski, “Face to Face” analisa a fundo a dinâmica de um grupo de pessoas completamente antagónicas, que se reúnem numa sala de conferências para tentarem resolver e discutir um assunto delicado, no entanto, com o andar da conversa, esta discussão começa a descambar para outros temas e assuntos delicados que mexem com as vidas de todos os envolvidos. Mal o seu enredo começa a tocar nos pontos sensíveis das personagens principais e a tentar explicar ao espetador as razões que levaram à realização da reunião, começamos a ser presenteados com um magnífico espetáculo narrativo cheio de diálogos arrojados e sequências aguerridas que dão vida aos antagonizantes duelos de personalidades e opiniões entre todas as personagens que participam na reunião e que têm, como nos é dado a conhecer, razões para se sentirem, simultaneamente, vítimas e vilões. Sem excessos de melodrama ou falta de discernimento social, “Face to Face” revela-se uma boa surpresa indie que, devido ao seu básico conceito artístico e ao seu recheado contexto humanista, tanto nos brinda com uma discussão séria e crítica sobre formas de conduta humana, como nos descontrai com cómicos e subtis momentos de relaxamento e conciliação, que nos acabam por mostrar o melhor lado do ser humano. À que dar os merecidos parabéns ao realizador Michael Rymer por ter criado um filme tão dinâmico como este, mas também tenho que felicitar todo o seu desconhecido elenco australiano, porque sem a sua veemência e naturalidade, esta produção não seria tão impactante de um ponto de vista narrativo. 

 Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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