Pérolas Indie - O Apóstolo (2012)

Realizado por Fernando Cortizo 
Com Carlos Blanco, Xosé Manuel Oliveira, Paul Naschy, Luis Tosar 
Género – Animação 

Sinopse – Ramón é um condenado, que recentemente fugiu de uma prisão, viaja até uma aldeia remota, Xanaz, onde, há vários anos atrás, o seu colega de fuga escondeu um valioso tesouro que lhe permitirá levar uma vida pacífica e sem problemas com a lei. Quando chega à estranha aldeia, Ramón dá imediatamente de caras com algumas personagens muito estranhas que o vão colocar no centro de uma aventura cheia de terror e humor. 

Crítica – Oriundo da Galiza (Espanha), “O Apóstolo” chegou ao FantasPorto 2013 com o rótulo de agradável surpresa dentro do complicado género da animação em stop-motion. Esta descrição não podia ser mais correta e exata. Este filme tem uma boa história e, sobretudo, um bom trabalho técnico de animação que realça, de forma clara, a beleza e a tradição do estilo stop-motion. Em certas alturas, “O Apóstolo” faz-nos lembrar os trabalhos de Tim Burton dentro deste estilo animado, mas nota-se perfeitamente que esta deliciosa produção espanhola tem o seu próprio cunho criativo. O espírito tradicionalista e pormenorizado do cinema europeu também está bem presente nesta valorosa obra e na sua trama que, segundo um dos seus guionistas, é baseada numa antiga lenda galega com uma forte temática religiosa. As ideias divinas e sobrenaturais que derivam da sua base lendária ressoam, como é óbvio, durante o desenvolvimento do enredo, mas este nunca entra por caminhos demasiado pesado, e conta ainda com uma engraçada vertente cómica que ajuda a aliviar um pouco o pesado ambiente de terror que é criado pela narrativa e pelos seus excelentes efeitos visuais e sonoros. A ambição de “O Apóstolo” é de louvar e tem, como um todo, uma forte possibilidade de provocar alguma inveja a grandes produções norte-americanas do género, que não estão tão bem feitas ou não são tão divertidas como esta pequena produção espanhola que se vê muitíssimo bem. Os rasgados elogios que Tim Burton lhe fez no Festival de Moscovo são, desta forma, mais que merecidos e apenas mais uma prova da sua inegável qualidade. 

Classificação – 3,5 estrelas em 5

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