Pérolas Indie - Thale (2012)

Realizado por Aleksander Nordaas 
Com Silje Reinåmo, Erlend Nervold, Jon Sigve Skard 
Género – Terror

Sinopse - A Huldra é uma enigmática criatura da mitologia escandinava que tem a aparência de uma bela mulher com um estranho rabo de vaca. Quando bem tratada, ela é inofensiva, no entanto, se a ofendem ou mexem com o ambiente onde vive, a Huldra pode utilizar os seus ilimitados poderes sobrenaturais para se vingar e castigar todos aqueles que a tratam mal. Durante um dia normal de trabalho, os velhos amigos Elvis (Erlend Nervold) e Leo (Jon Sigve Skard) encontram, na cave de uma cabana isolada, uma bela Huldra chamada Thale (Silje Reinåmo). Inicialmente, Elvis e Leo ficam chocados, mas decidem ajudá-la e até desenvolvem uma leve amizade com esta estranha criatura que, infelizmente, pode-lhes trazer muitos problemas. 

Crítica – Baseado numa popular lenda nórdica sobre uma espécie de sereia das florestas, “Thale” fica, infelizmente, um pouco aquém do seu enorme potencial, porque acredito que esta lenda tinha capacidade para render um pouco mais do que efetivamente acabou por render neste thriller de fantasia de Aleksander Nordaas que, apesar de tudo, conseguiu criar, com um orçamento limitado, um filme levemente curioso que se apoia, sobretudo, nas fortes performances dos seus principais atores masculinos - Erlend Nervold e Jon Sigve Skard – e na magnetizante performance de uma das estrelas emergentes do cinema nórdico, Silje Reinåmo, que, sem falas ou muitas cenas de relevo, conseguiu conferir à sua Thale uma elevada onda de intensidade, que faz sobressair ainda mais o vigor e enigma desta curiosa personagem a quem, infelizmente, não é dado muito espaço ou tempo para crescer e brilhar dentro de um mediano enredo que, para além de estar praticamente isento de sequências ativas ou violentas, desenrola-se, praticamente na sua totalidade, dentro de uma cave, onde Leo e Elvis tentam conhecer melhor Thale e, perceber assim, que segredos e perigos é que ela esconde por detrás da sua atraente fisionomia. As interações entre estes três intervenientes são um bocado limitadas e, no final do filme, não ficamos a conhecer lá muito bem a misteriosa Thale ou as suas violentas “irmãs” mas, pelo menos, não nos é dada uma caracterização exagerada destas mitológicas criaturas que começam e acabam como um mistério para todos nós, muito embora nos seja dado um pequeno contexto da sua origem e alguns vislumbres da sua força e real natureza. É verdade que a minimalista e limitada trama de “Thale” não deixa sobressair todo o potencial da lenda que está na sua base, mas não se pode dizer que este filme norueguês seja um produto banal ou meramente mediano de ficção/ fantasia. É certo que o seu argumento deveria ter-se focado um pouco mais em Thale e deveria também ter incutido um pouco mais de suspense e ação a esta produção mas, tendo em conta as limitações e a essência do filme, até considero este “Thale” como um razoável produto cinematográfico que, no entanto, está longe de se aproximar do nível de outros produtos escandinavos do género. 

 Classificação – 3 Estrelas em 5

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