Crítica - After Earth (2013)

Realizado por M. Night Shyamalan 
Com Will Smith, Jaden Smith, Isabelle Fuhrmann

Se ainda é uma das poucas pessoas que aprecia e espera ansiosamente por um novo trabalho de M.Night Shyamalan, então ficará satisfeito por saber que este seu “After Earth” é timidamente superior ao terrível “The Last Airbender” (2010) ou ao ridículo “The Happening” (2008), mas é claro que não é de todo um bom filme. Tal como todos os filmes que este cineasta lançou desde o já débil a “A Vila” em 2004, “After Earth” é uma enorme nódoa sem salvação que tem ainda a péssima agravante de ser protagonizado por Will e Jadem Smith, que ajudam a tornar ainda mais insuportável a visualização deste patético filme sci-fi graças às suas desenxabidas e forçadas interpretações de Cypher e Kitai Raige, um pai e um filho muito pouco unidos que, após um trágico acidente espacial, ficam presos no Planeta Terra, que agora é um planeta perigoso e selvagem que já não é habitado pelos humanos há mais de mil anos. Os dois devem agora trabalhar em conjunto e aprender a confiar um no outro para assim conseguirem sobreviver aos inúmeros perigos que irão marcar a sua jornada de sobrevivência, perigos esses que incluem terrenos inóspitos, espécies animais evoluídas que agora dominam o planeta e uma criatura alienígena imparável que escapou durante o acidente.

   

Entre um conjunto de diálogos forçados que põem à prova a nossa paciência e um par de tenebrosas sequências de ação sem qualquer emoção ou indício de competência, existe uma intriga tão confusa e tão flácida que nos leva a questionar se o argumento de “After Earth” foi escrito por uma criança sem qualquer noção de realidade e das leis básicas da ciência, porque só isso pode explicar a total ausência de raciocínio e coerência deste produto, que nos está sempre a presentear com estonteantes pérolas de idiotice, como quando Cypher diz a Kitai que o Planeta Terra é habitado por tenebrosas criaturas que evoluíram para matar humanos, apesar de estes já não viverem no planeta há mais de mil anos, quando essas criaturas ainda nem existiam. Se as novas espécies de animais nunca viram um humano, então como podem estar “mentalmente treinadas” para os matar? É claro que a esta juntam-se muitas outras lacunas e idiotices que, para além de não fazerem sentido, ajudam a tornar ainda mais insuportável esta obra, que conta ainda com um impressionante número de momentos parados sem qualquer interesse ou razão de ser que, mesmo assim, conseguem ser menos irritantes que os constantes flashbacks melodramáticos que, em vez de ajudarem, só prejudicam o processo de contextualização e desenvolvimento emocional dos dois protagonistas que, como já referi no inicio, são pessimamente interpretados por Will e Jaden Smith que, em nenhuma altura, justificam a sua contratação. À semelhança de “The Last Airbender” ou de qualquer um dos outros projetos recentes de M. Night Shyamalan, “After Earth”não peca apenas por um argumento de fraca qualidade, já que também nos surpreende pela negativa com a sua débil vertente técnica. O que mais desilude nesta parte nem é a sua fotografia deslavada ou a sua componente sonora sem qualquer relevância, mas sim os pouco impressionantes efeitos computorizados que foram utilizados para dar vida às várias criaturas monstruosas que vão aparecendo em cena e que, à falta de palavras melhores, parece que saíram de um fraco filme de animação de baixo orçamento. É claro que quem viu ou já ouviu falar dos filmes mais recentes de M. Night Shyaman, já deveria saber ou pelo menos calcular que “After Earth” não ia ser radicalmente superior a essas péssimas e inglórias obras, mas acho que, bem lá no fundo, todos nós queríamos acreditar que era desta que Shyamalan ia fazer um filme minimamente decente que nos fizesse voltar a acreditar que o Shyamalan que criou os fantásticos thrillers “The Sixth Sense” (1999) ou “Unbreakable” (2000) estava de volta, mas é claro que esta esperança nunca passou de um sonho improvável, porque “After Earth” mantém a fraca tendência dos últimos anos e confirma que o Shyamalan atual só sabe fazer lixo. 

  Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. dá 1.5 a este filme e dá 1 ao "The last Song"?
    The Last Song é um filme absolutamente lindo, comovente e simplesmente fantástico ....
    Já este, nem posso dizer nada....
    Pra começar Will Smith é o produtor.
    Um filme, mal escrito dirigido.
    E da 2 pontos ao Força j?
    Por favor -.-Reveja essas pontuações

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