MOTELx 2013 - Entrevista a André Gil Mata, Realizador em Competição Com a Curta O Coveiro

 
O Portal Cinema vai acompanhar de perto o MOTELx 2013, mas enquanto o festival não começa decidimos conhecer um pouco melhor os nove realizadores que este ano vão participar na Competição Oficial do MOTELx - Prémio Yorn MOTELx que, tal como tem vindo a acontecer, apenas é aberta à participação de realizadores portugueses. A vitória nesta competição vale ao realizador vencedor e ao seu trabalho o título de Melhor Curta do MOTELx, mas também um prémio monetário de 3000 euros, a que acrescem 2500 euros em serviços de pós-produção vídeo na Pixel Bunker e ainda um fim-de-semana de inspiração num dos Hotéis Belver, um dos patrocinadores do festival. Esta competição é portanto muito importante para os nove realizadores em competição, que aproveito desde já para congratular pelo trabalho realizado, e agradecer o tempo disponibilizado para participarem nesta pequena iniciativa do Portal Cinema, que tem como principal objetivo dar a conhecer ao público estes jovens realizadores e os seus respetivos trabalhos e, quem sabe, aguçar o apetite para o que o público poderá ver na Competição de 2013 do MOTELx. As nove entrevistas que foram feitas aos nove participantes – Nuno Sá Pessoa (Bílis Negra); André Gil Mata (O Coveiro); Carlos Amaral (Longe de Éden); Alex Barone (Monstro); Rui Pilão (Desespero); Paulo Araújo (Nico - A Revolta); João Seiça (Hair); Miguel Ângelo (Sara); Patrick Mendes (A Herdade dos Defuntos) – pretendem portanto dar a conhecer as suas respetivas curtas que estão a concurso, mas também o seu percurso profissional, os seus objetivos e gostos pessoais, os seus planos para o futuro e as suas expetativas para o MOTELx 2013.

O segundo entrevistado desta pequena iniciativa é o realizador André Gil Mata, que apresentará no MOTELx 2013 a curta “O Coveiro” (Escrita por André Gil Mata/ Com Carlos Monteiro, Valdemar Santos, David Almeida, Paula Guedes/ Duração - 15 Min.), que tem a seguinte sinopse oficial: Uma história, narrada ao luar, de uma criança que nasceu monstro.

PC - Gostava de começar por falar um pouco sobre a sua carreira. Onde é que fez a sua formação? O que o levou a escolher a área do cinema para trabalhar? Em que projetos é que trabalhou antes de realizar “O Coveiro”?
AM - Eu não gosto mesmo nada do termo carreira, e espero nunca vir a ter uma. Estudei matemática e não terminei a licenciatura. Recentemente fiz o mestrado da ESTC em realização e estou agora a fazer o doutoramento em Sarajevo na film.factory. "O Coveiro" é o meu primeiro filme, embora tenha sido o último que terminei, pois comecei a rodar em 2003 mas só o consegui acabar em 2012. Entretanto fiz mais três filmes. 

PC - O que sentiu quando descobriu que “O Coveiro” foi selecionado para competir pelo Prémio Yorn MOTELx deste ano. Já tem algum plano para o prémio monetário, caso vença a competição?
AM - É sempre bom quando um filme é selecionado para qualquer festival. É muito difícil mostrares os teus filmes, sobretudo se forem curtas-metragens. Fiquei feliz pois não é a estreia do filme e irritam-me muito as políticas de ineditismo que a maior parte dos festivais alimentam. Sobretudo nas curtas- metragens, pois por vezes acabas por fazer um filme que só tem uma exibição no teu próprio país. O MOTELx, ao não  ter essa política, está a dar prioridade aos filmes e não a número de estreias, que depois poder-lhe-ia trazer vantagens em relação a subsídios e capas de suplementos; por isso acho que está a pensar mais no cinema em si e a ter respeito tanto pelos filmes como pelos espectadores. Isso é sempre bom. Caso vença, usarei o dinheiro no filme que estou a preparar.

PC - A sinopse de “O Coveiro” é muito enigmática. Será que podia explicar um pouco melhor a base da sua história? De onde surgiu a ideia?
AM - A ideia de o fazer surgiu depois de terminar um conto que escrevi para duas crianças com quem vivi. Na altura escrevi só para elas. Acho que decidi tentar fazer o filme na altura em que deixei de viver com elas. A história é muito simples e baseia-se um pouco nos contos de cordel portugueses.

PC - O que o levou a filmar este projeto a preto e branco? Teve alguma dificuldade em escolher a sua equipa técnica? O que o levou a escolher os atores que participam no filme?
AM - O projeto inicial era fazer o filme a cores. Durante o processo as coisas transformaram-se. A equipa do filme, incluindo os atores, são amigos meus, por isso não foi difícil escolher.

PC - Tem algum realizador que o inspire e cuja carreira admire? Qual é o seu filme favorito?
AM - Tenho vários realizadores de quem admiro os filmes e a maneira de estar no mundo. Tenho vários filmes de que gosto muito. Tendo que dizer um talvez "O Vento", do Victor Sjöström.

PC - O que espera da edição deste ano do MOTELx? O que é que lhe chama mais a atenção na programação deste ano?
AM - Eu na verdade nunca fui ao MOTELx pois sempre vivi no Porto, e não vou conseguir ir este ano porque estou em Sarajevo e as viagens são bastante caras, mas gostaria muito sobretudo de poder ver dois filmes portugueses: “O Crime da Aldeia Velha”, de Manuel Guimarães  e “A Promessa”, de António de Macedo.

PC - O que se segue na sua carreira? Já tem algum novo projeto em andamento? 
AM - Sim, estou a preparar um filme que vou rodar em Sarajevo.

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