Crítica - RPG (2013)

Realizado por David Rebordão 
Com Pedro Granger, Rutger Hauer, Soraia Chaves 

Quem não se lembra da curta “A Curva”, que em 2004 atiçou e alimentou a curiosidade de muitos portugueses e até estrangeiros, que apanharam na internet um vídeo enigmático que, aparentemente, mostra a trágica morte de um grupo de jovens num violento acidente de viação, minutos após terem dado boleia a uma rapariga muito estranha. O surpreendente sucesso mediático que este projeto teve um pouco por todo o mundo deu alguma visibilidade ao seu promissor realizador, David Rebordão, que agora decidiu largar as curtas-metragens para tentar a sua sorte com as longas-metragens. O seu projeto de estreia neste novo universo cinematográfico é uma produção de ficção científica de seu nome “RPG”, que infelizmente não ficará para a história pelas melhores razões, já que não passa de um projeto frustrado e fracassado com um orçamento grandioso, que tenta claramente ser algo que nunca poderia ser, ou seja, um grande blockbuster produzido em Hollywood com potencial para maravilhar o público. Não gosto nem quero exagerar, mas “RPG” tem aquele ar pobre característico de um filme estudantil, que normalmente têm esse ar porque são obras amadoras feitas à pressa e com poucas verbas, mas este não é de todo o caso desta produção que, para além de ter sido feito por indivíduos profissionais, teve ainda o apoio de um orçamento bem composto, que acabou por ser completamente desperdiçado em aspetcos técnicos sem qualquer valia, que só ajudam a estragar e empobrecer este projeto onde, verdade seja dita, nada se aproveita, nem mesmo o seu argumento apatetado que, para ser fraco, mais parece uma réplica rebuscada dos piores clichés e ideias de alguns blockbusters estrangeiros, como “The Hunger Games” (2012) ou “Gamer” (2009). Já nem me digno a falar do seu elenco, onde proliferam atores amadores e/ou sem talento, onde apenas se salva o veterano Rutger Hauer, que ainda assim é muito mal aproveitado nas poucas cenas em que aparece. É triste, mas nota-se claramente que os produtores de “RPG” não quiseram aproveitar as capacidades artísticas de Hauer, mas sim o seu já tímido mediatismo para tentar atrair o máximo de atenção possível para esta produção sci-fi que, bem vistas as coisas, precisa realmente de recorrer a estratégias de marketing como esta para tentar mascarar o seu real valor. 

 Classificação - 1 Estrela em 5

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