Crítica - Closed Circuit (2013)

Realizado por John Crowley 
Com Eric Bana, Rebecca Hall, Ciarán Hinds 

Embora compreenda as ideias que Steven Knight pretendia passar para o grande ecrã com este projeto, não posso deixar de criticar a forma atabalhoada e confusa como montou o seu desastrado enredo, que denota manifestas debilidades ao nível do desenvolvimento da sua história política, policial e judicial, cuja coerência intelectual é constantemente posta à prova por incríveis incoerências factuais, que em última análise põem em causa o rumo e a moral de toda a intriga do filme, que segue uma inesperada aventura investigativa dos advogados Claudia Simmons-Howe e Martin Rose (Rebecca Hall e Eric Bana), que subitamente são apanhados no centro de uma conspiração governamental que envolve um ataque terrorista e a própria estabilidade da segurança nacional. 

   

As graves lacunas de “Closed Circuit” não se restringem à ridícula evolução do romance secreto que desde cedo une as personagens de Bana e Hall, porque embora este seja um dos pontos mais detestáveis do filme, não passa de um mero pormenor que, embora tenha alguma relevância prática para o desenrolar da história, acaba por não constituir uma peça fulcral da mesma. Os erros que mais se notam estão presentes na progressiva dissecação da conspiração governamental, que é desmontada de uma forma bastante confusa e atabalhoada por intermédio das ações de dois simples advogados, que quase por acidente vão tropeçando em segredos e informações de grande valor que os ajudam a chegar à conclusão mais previsível e esperada, que por sua vez culmina numa parte final cheia de delírios morais que desencadeiam um frente-a-frente entre dois advogados sem qualquer treino especial e uma agência de segurança habituada a lidar com os grandes vilões do mundo. A própria conspiração orquestrada para esconder as falhas de um dos grandes poderes britânicos também não parece resultar de um plano perfeito, porque para além das suas óbvias falhas de coerência, também se torna difícil de compreender tudo o que ela envolve e como é que uma série de acidentes e mal entendidos culminaram na catástrofe que abre o filme e inicialmente alimenta a nossa curiosidade. Eu percebo que Steven Knight queria criar uma espécie de paralelismo fictício com as teorias de conspiração relativas aos ataques terroristas de 11 de Setembro em Nova Iorque ou 7 de Julho de 2005 em Londres, mas a intriga que criou não corresponde ao nível de intensidade e discernimento que inicialmente se esperava deste thriller, que infelizmente não passa de um projeto mediano e altamente previsível, que precisava de mais emoção e de uma melhor teia de informação para rentabilizar ao máximo a ideia que serviu de base à sua criação, e que noutras mãos mais habilidosas até poderia ter dado origem a um bom filme sobre os encobrimentos governamentais e a injustiça dos estereótipos raciais. 

 Classificação – 2 Estrelas em 5

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3 Comentários

  1. Assisti o filme, e realmente é uma porcaria...
    A história é até boa, mas não tem nada de final que preste.

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  2. O filme até que é legal, mas o final também não gostei muito, algumas coisas ficaram meio vagas.

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  3. O filme é muito bom e prende a atenção. Um suspense "nojento" sobre os invariáveis erros americanos e/ou europeus que teimam em condenar a qualquer custo, desprezando suas próprias leis, possíveis culpados - inocentes ou não - de ataques terroristas. É o medo do desconhecido fazendo os governos resolverem DE QUALQUER MANEIRA - legalmente ou não - possíveis ameaças à instabilidade política e econômica de seus países.
    VEJAM!

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