Crítica - Thanks For Sharing (2012)

Realizado por Stuart Blumberg 
Com Mark Ruffalo, Gwyneth Paltrow, Tim Robbins 

Se gostou dos hits independentes "The Girl Next Door" (2004) e “The Kids Are All Right” (2010), então gostará de saber que Stuart Blumberg, um dos guionistas destes populares projetos, é o grande responsável pela direção e enredo deste “Thanks For Sharing”, que à primeira vista parecia ser uma comédia corajosa e imaginativa na onda de "The Girl Next Door", já que prometia dar um twist interessante e até romântico a um aspeto sexual muito peculiar, mas infelizmente são poucas as coisas positivas e surpreendentes que se podem retirar deste projeto assumidamente romântico, que não consegue tirar o melhor proveito do tema central que interliga as histórias dos seus três protagonistas, que tentam lidar diariamente com as consequências do seu incomodativo vicio por sexo.


O guião de “Thanks For Sharing” acompanha portanto a história de três homens que estão em diferentes fases do mesmo vício por sexo: Adam (Mark Ruffalo) é um solteirão imaculado, que mantém com muita dificuldade uma abstinência sexual de cinco anos; Mike (Tim Robbins) é um construtor civil de meia idade, que é casado com a sua namorada de liceu e que é visto por todos como um bom exemplo a seguir; e Neil (Josh Gad) é um jovem médico de urgências, que está sempre pronto a contar as suas piadas que quase nunca têm graça. Estas três personagens têm personalidades e problemas pessoais muito diferentes, mas todos eles são afetados de forma semelhante pela malícia do seu vício, sendo por esta razão que precisam de se unirem para se apoiarem mutuamente nesta sua duradoura batalha contra um vício que é muitas vezes ridicularizado pela sociedade.

   

Infelizmente, “Thanks For Sharing” não contribui em quase nada para diminuir o preconceito da sociedade em relação aos vícios sexuais, porque durante a história é nos dada muito pouca informação concisa e concreta sobre este problema psicológico potencialmente grave, já que se não for adequadamente controlado pode conduzir a profundas depressões e, por vezes, à propensão de um individuo para cometer certos crimes violentos e sexuais. Há portanto um grande vazio informativo e realista no seio deste projeto, que foca grande parte da sua atenção na dinâmica romântica entre os três protagonistas e as suas respetivas caras metades, mas embora esta dominante parte romântica tenha alguma emoção e até um certo engenho, nunca consegue ter a força suficiente para elevar este projeto ao nível que inicialmente se esperava dele, sobretudo porque a ausência de um claro e dramático lado humano é demasiado evidente e danosa. A ausência de uma clara química romântica entre os seis protagonistas que interpretam os três casais centrais (sobretudo em relação a Mark Ruffalo e Gwyneth Paltrow) também é bastante problemática e não ajuda em nada a valorizar a mensagem e o argumento deste filme, que apadrinhou a estreia de Stuart Blumberg como realizador, que por tudo o que já fez em Hollywood, parecia estar destinado a uma estreia mais empolgante e merecedora de grandes elogios, mas infelizmente não é esse o caso. 

 Classificação – 2 Estrelas em 5

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