Na edição deste ano do Doclisboa serão exibidos 244 filme, 123 longas-metragens e 121 curtas-metragens, originárias de quarenta países, sendo Portugal um dos países mais representados com 46 filmes. Esta aposta no cinema nacional já é uma marca do DocLisboa, que parece determinado em mostrar aos portugueses os trabalhos documentais de grande valor que todos os anos são produzidos no nosso país. É por isso que este festival continua a dedicar duas competições especificas (longas-metragens e curtas-metragens) às produções nacionais, que se não fosse pelo DocLisboa, muito provavelmente nunca seriam exibidas numa grande sala de cinema. O DocLisboa também tem dois espaços de competição dedicados às produções internacionais (longas-metragens e curtas-metragens), mas é importante referir que este ano, a Competição Internacional conta com a ilustre participação de um documentário português, “E Agora? Lembra-me”, de Joaquim Pinto, que já passou com sucesso pelo Queer Lisboa e pelo Festival de Locarno. A par das sessões competitivas, o Doclisboa 2013 também apostará em ciclos especiais, sendo um deles a Secção Passagens, que este ano tem um tema subordinado ao Arquivo. Nesta secção especial serão apresentadas instalações de Hartmut Bitmosky, Elizabeth Price e Camille Henrot, no Carpe Diem Arte e Pesquisa, bem como os catorze episódios de “Berlin Alexanderplatz”, de Rainer W. Fassbinder, no Museu da Eletricidade. A esta secção especial juntam-se outras, como a Secção Investigação, onde serão apresentados filmes de investigação sobre questões contemporâneas; a Secção Riscos, que visa apresentar projetos mais arriscados que ousem pisar a fronteira entre o documentário e ficção; a Secção Heart Beat, que apresenta documentários que se constroem na relação com a música e as artes performativas; ou a Secção Cinema de Urgência, que se dedica à mostra de produções sobre eventos ou histórias que suscitem o debate entre a comunidade. No âmbito da sua já mencionada demanda para apoiar o cinema português, o DocLisboa 2013 também tem reservado um espaço para os filmes estudantis na Secção Verdes Anos, que só tem na sua programação filmes produzidos no contexto de escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação.
É de recordar que “Barbaric Land”, de Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi, será o Filme de Abertura do DocLisboa 2013, ao passo que “Manuscripts Don’t Burn”, de Mohammad Rasoulof, será o Filme de Encerramento. Rasoulof era para estar presente no DocLisboa para apresentar este seu mais recente projeto, mas também para assumir o cargo de Presidente do Júri da Competição Internacional, mas nos últimos dias foi tornado público que o realizador iraniano foi impedido pelo seu governo de abandonar as fronteiras iranianas, pelo que ser-lhe-á impossível marcar presença neste festival. Nestas circunstâncias, a direção do Doclisboa decidiu deixar o seu lugar como Presidente do Júri da Competição Internacional vazio, num acto simbólico de denúncia e apoio para com o cineasta iraniano. O DocLisboa decorrerá de 24 de Outubro a 3 de Novembro em Lisboa em diversas salas, como a Culturgest, o Cinema São Jorge, o Cinema City Alvalade ou a Cinemateca Portuguesa. Saiba mais em http://www.doclisboa.org/2013/
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