Crítica - Ender's Game (2013)

Realizado por Gavin Hood 
Com Asa Butterfield, Abigail Breslin, Harrison Ford 

Foi já no longínquo ano de 1985 que Orson Scott Card lançou nos Estados Unidos o famoso livro de culto sci-fi “Ender’s Game”, que acabou por se tornar num dos maiores produtos literários juvenis das últimas décadas do século passado. O seu sucesso global suscitou a curiosidade de praticamente todos os estúdios norte-americanos de cinema, que durante anos tentaram convencer Scott Card a transpor a sua obra-prima para o grande ecrã, mas este autor acabou por recusar todas as ofertas milionárias que lhe apareceram à frente, porque nenhum dos projetos que lhe foi apresentado conseguiu corresponder aos seus grandes objetivos para o grande marco da sua carreira. Scott Carr teve que esperar até 2009 para ouvir uma proposta pela qual se interessou, proposta essa que lhe foi feita pela Odd Lot Entertainmen,, que se uniu a este já célebre autor para criar uma adaptação cinematográfica relativamente fiel do seu grande clássico literário, que durante longos anos alimentou a imaginação de um público mais jovem. É precisamente para um público mais jovem que “Ender’s Game” mais se parece direcionar, no entanto, os espetadores mais experientes também encontrarão vários aspetos interessantes neste filme de Gavin Hood, que fez questão de captar o imaginário sci-fi do livro através de múltiplas sequências de ação e aventura bem competentes, que demonstram na perfeição o cariz comercial desta produção, onde seguimos portanto a história de Ender Wiggin (Asa Butterfield), um rapaz tímido mas completamente brilhante em estratégia militar, que é selecionado para se juntar a um restrito conjunto de jovens soldados e comandantes da frota militar, um grupo de elite que foi criado há muitos anos atrás para derrubar uma raça alien hostil que só não conseguiu conquistar o Planeta Terra porque os seus planos foram travados por um brilhante comandante chamado Mazer Rackham. Ao chegar à Battle School, Ender aprende rapidamente a controlar as múltiplas técnicas de batalha, algo que lhe vale o respeito dos colegas e a admiração do seu professor (Harrison Ford), que o elege rapidamente como a próxima grande esperança dos militares, mas será que Ender conseguirá lidar com a pressão? E será que tem tudo aquilo que é necessário para salvar a raça humana?

 

Embora tenha uma meia hora final cheia de ação e aventura, “Ender’s Game” nunca se desenvolve a um ritmo alucinante, nem nunca tem fantásticas batalhas sci-fi a cada cinco minutos. A maior parte do filme é até bastante contido e sem muita adrenalina à mistura, mas não desespere porque este ritmo mais lento permitiu ao enredo propiciar um desenvolvimento mais cuidado e com mais avinco da complexa personalidade juvenil do maduro mas ainda jovem herói, cujo lento processo de aprendizagem é também explorado quase sem mácula pela narrativa, algo que permite conferir uma maior credibilidade ao seu amadurecimento emocional e ao seu crescimento intelectual, não se tornando portanto assim muito difícil de contextualizar o desenrolar do filme e a sua conclusão, que face a tudo o que se passou para trás até se torna fácil de seguir e perceber. Esta abordagem mais emocional, familiar e até intelectual de “Ender’s Game” pode danificar as expetativas de todos aqueles que esperavam encontrar um filme carregado de ação e repleto de enormes batalhas espaciais, mas verdade seja dita que é esta abordagem mais intimista que tornou o livro num projeto tão especial e que, por sua vez, também torna esta sua adaptação cinematográfica num projeto comercial algo diferente, que aposta mais no contexto e no crescimento das personagens do que propriamente no seu aspeto mais visual e espetacular, que ainda assim faz-se sentir bastante na sua parte final, onde somos presenteados com as suas principais sequências de ação espaciais, como aquela que praticamente encerra o filme e ajuda a conferir-lhe uma certa moralidade dramática que já seria de esperar de um projeto tão direcionado para o público juvenil, que ainda assim poderá achar este filme um pouco aborrecido, porque por muito que Gavin Hood se tenha esforçado para criar o máximo de drama e aventura possível, teve sempre que se limitar às ideias base de Scott Card, que para além de supervisionar este filme, também deve ter dado algumas dias preciosas a Hood, que fez muito bem em manter o espírito familiar e humano do livro que está na base desta mega-produção, que conta ainda com um par de boas performances do elenco central, nomeadamente do jovem Asa Butterfield, que no passado já tinha brilhado em alguns filmes de relevo, como “Hugo” (2011) ou “The Boy in the Striped Pyjamas” (2008). 

 Classificação - 3 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. o que é isso?? uma tradução grosseira pelo "google translator" de alguma crítica americana? vocês nem se deram o trabalho de checar a tradução!! por favor!!

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