Crítica - Insidious: Chapter 2 (2013)

Realizado por James Wan
Com Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey
 É já uma redundância afirmar que James Wan tem um talento muito especial para arquitetar filmes de terror narrativamente sólidos e francamente assustadores, tantos têm sido os trabalhos de qualidade do realizador de origens asiáticas neste tão particular género cinematográfico. Ainda há poucas semanas fomos brindados com o arrepiante “The Conjuring” e, quase sem permitir que recuperássemos o fôlego, eis que Wan volta a aterrorizar os nossos sonhos com mais uma película carregada de sustos e calafrios. É verdade que “Insidious: Chapter 2” não é tão assustador como “Insidious”, ficando uns furos abaixo da fita original no que concerne a originalidade dos sustos e o simples peso da atmosfera de terror. “Insidious” tinha sequências de cortar a respiração, enquanto este segundo capítulo muito raramente nos faz saltar da cadeira (na verdade não me lembro de nenhum susto que realmente me tenha provocado calafrios). Contudo, não deixa de ser um exercício cinematográfico de horror bastante interessante. Pode não ser o filme mais aterrador de Wan, mas é seguramente um dos mais interessantes e desafiadores em termos narrativos.
Retomando a história no ponto exato onde ela tinha ficado em suspenso na película original, “Insidious: Chapter 2” apresenta-nos a família Lambert em puro estado de ressaca. Dalton (Ty Simpkins) foi resgatado do submundo pelo seu pai Josh (Patrick Wilson), mas nem tudo correu conforme o esperado porque a médium Elise morreu durante a sessão de espiritismo e algo malévolo parece ter escapado do mundo das trevas à boleia de Dalton e de Josh. Ao contrário do que seria de esperar, os problemas não acabaram para a família Lambert, que tem assim de passar por mais uma forte provação para finalmente alcançar um pouco de paz. E isto significa mais uma viagem aos infernos para o desgraçado do espectador. Quem gostou do primeiro capítulo insidioso, certamente irá gostar deste segundo capítulo. Porém, como já foi referido, são filmes um pouco diferentes. “Insidious” era um puro filme de terror, cheio de sustos surpreendentes e momentos de arrepiar a espinha. “Insidious: Chapter 2” é mais discreto no que ao terror diz respeito, mas compensa essa falha com o facto de ser um labirinto narrativo muito bem arquitetado. Com pequenos laivos de horror que parecem piscar o olho ao “Shining” de Stanley Kubrick e que em nada se encaixam no terror sobrenatural, este segundo capítulo brinca autenticamente com o espectador, desconstruindo falácias da fita original e reinventando a narrativa a seu bel-prazer, sem perder solidez e mantendo-se sempre credível. O final (mais uma vez) deixa tudo em aberto e talvez isso fosse desnecessário (a película devia encerrar com aquele fade out em branco), mas Wan consegue tirar da cartola mais uma fita que dignifica o cinema de terror, e isso talvez seja o mais importante. Gostava de terminar dizendo que estamos perante um dos filmes mais assustadores do ano, mas infelizmente não posso dizê-lo. Posso, isso sim, dizer que os fãs do terror e sobretudo de James Wan não vão dar o seu dinheiro por perdido com este surpreendente labirinto psicológico.

Classificação – 3 Estrelas em 5

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