Já alguma vez ouviu falar de “Naruto”, “Pokemon”, “Death Note”, “Dragon Ball”, “Saint Seiya” ou “Bleach”? Se ainda não, então tenho desde já que o avisar que este artigo não é para si, porque não lhe vai dizer grande coisa, já que ao longo deste especial iremos apenas falar do projeto “Attack on Titan”/ "Shingeki no Kyojin", que tal como os produtos previamente mencionados, é um mangá de grande sucesso que, no último ano, passou também para o pequeno ecrã através de um magistral anime, que desde cedo foi um êxito entre as faixas etárias mais jovens no Japão, mas também na Europa e nos Estados Unidos.
Esta adaptação televisiva muito popular de “Attack on Titan” ajudou a celebrizar e mediatizar mundialmente este projeto da autoria de Hajime Isayama, que desde Abril de 2012 já escreveu onze volumes do mangá, que ao todo já vai em quarenta e seis capítulos, sendo bem provável que passe mesmo a centena de capítulos antes da sua conclusão, já que a sua intriga ainda nem sequer parece ir a meio. E que intriga é essa? Pois bem, “Attack on Titan” desenrola-se num mundo alternativo, onde quase todo o reminiscente da população humana vive dentro de uma megametrópole que está rodeada por três enormes muralhas (Maria, Rose e Shina), que foram construídas para manter os humanos a salvo dos Titãs, uma espécie de humanoides gigantescos mas sem qualquer inteligência, que apareceram do nada e começaram a devorar todos os humanos, aparentemente sem qualquer razão ou justificação, já que os Titãs não precisam de se alimentar e nem sequer prestam atenção aos outros animais que vivem no planeta. É neste violento cenário que somos apresentados ao jovem Eren Jaeger e à sua corajosa irmã adotiva Mikasa Ackerman, cujas vidas inocentes sempre foram pautadas pela segurança que a Muralha Maria sempre deu à pequena cidade onde vivem, já que esta mantém-se livre de ataques de Titãs há mais de cem anos, mas de repente este sentimento de falsa segurança desabou quando um Titã Colossal destruiu parte da muralha da cidade e permitiu que vários Titãs invadissem e devastassem um terço da metrópole. Durante o ataque, Eren e Mikasa, juntamente com o seu amigo Armin, conseguiram chegar à segunda muralha e pôr-se a salvo, mas a mãe de Eren e Mikasa não resistiu e foi devorada por uma das criaturas, tal como grande parte da população que vivia atrás da Muralha Maria. Este grande trauma levou este trio a juntar-se ao Exército, que se divide em três divisões: Polícia Militar (Proteção da Monarquia e da Muralha Sina), Guarda Local (Proteção das Muralhas) e Corpo de Investigação (Força de Elite Que Explora o Mundo Para Lá Das Muralhas). Ao fim de alguns anos de treino, os três juntam-se ao Exército, mas no dia da sua formatura o Titã Colossal volta a aparecer e derruba parte da Muralha Rose, ameaçando assim a repetição de um massacre semelhante aquele que quase vitimou os três heróis, mas desta vez Eren, Armin e Mikasa podem lutar e podem ajudar o Exército a derrubar os Titãs, mas rapidamente descobrirão que esta batalha será muito mais complexa do que eles esperavam, e terá muitas mais surpresas do que aquelas que eles poderiam imaginar.
Esta é a base do guião de “Attack on Titan”, que junta portanto uma intriga muito política e cheia de aventura, suspense e ação a um conjunto de emocionantes e alucinantes batalhas entre Humanos e Titãs. Estas grandes guerras são bem valorizadas pelo anime, que para além de fazer justiça ao valor narrativo inabalável do mangá, consegue recriar todas as suas sequências mais sérias ou aventurosas com uma qualidade fora de série, que vai muito além dos grandes gráficos computorizados ou da magnífica banda sonora que acompanha todos os vinte e cinco episódios, cheios de surpresas e suspense, que fazem parte da primeira temporada desta série animada, que agora só deverá ser retomada dentro de dois ou três anos, quando a história do manga evoluir o suficiente para justificar a criação de mais vinte e cinco episódios. Desde o já histórico “Death Note”, que o Japão não produzia um mangá/ anime de tanta qualidade como este projeto, que já teve tanto sucesso que já deu origem, inclusivamente, a vários videojogos e a uma grande panóplia de artigos de merchandising, sendo também, por estes dias, uma das peças fulcrais das grandes convenções de anime/ banda desenhada em qualquer parte do planeta.
Os fãs deste produto já se começam a questionar sobre a possibilidade de “Attack on Titan” vir a ganhar uma versão cinematográfica live-action num futuro próximo. Já é certo que esta versão irá avançar em breve, mas sempre por conta dos estúdios japoneses, que já estão a preparar com toda a força este mega-projeto, que terá como realizador Shinji Higuchi, que comandará o filme, ainda sem elenco definido, com base num guião da autoria do próprio Hajime Isayama, em parceria com Yuusuke Watanabe e Tomohiro Machiyama, que já trabalharam em algumas versões cinematográficas japonesas de famosos mangás. Este filme já anda a levantar muita curiosidade, mas qualquer fã que se preze da cultura cinematográfica japonesa não pode ter grandes expetativas em relação a este projeto, já que os japoneses sabem fazer bons filmes, mas não parecem ter jeito nenhum para criar grandes adaptações cinematográficas live-action dos seus mangás/ animes, já que são poucos os exemplos de sucesso deste caso, estando presentes nesta pequena lista, por exemplo, o recente e fantástico “Rurôni Kenshin: Meiji Kenkaku Roman Tan”, a fiel versão cinematográfica do icónico anime “Samurai X”, que foi exibido em Portugal, nos Anos 90, pela TVI; ou o psicadélico “Ace Attorney”, de Takashi Miike, que não é uma adaptação de um mangá, mas sim de um videojogo. Por outro lado, entre os maus projetos do género estão, por exemplo, todos os filmes live-action “Death Note”, que não conseguiram fazer justiça ao brilhantismo do elogiado mangá/anime. É por isso que não deposito grandes esperanças nos japoneses para sacarem desta versão cinematográfica live-action um filme bom e memorável.
Só os grandes estúdios norte-americanos é que, a meu ver, têm potencial para criar uma boa adaptação cinematográfica de “Attack on Titan”, porque é em Hollywood que estão os grandes orçamentos que podem comprar, entre outras coisas, os magníficos e magnânimos efeitos especiais que são indispensáveis para dar vida e emoção a praticamente todos os elementos épicos de fantasia e aventura que fazem parte do universo do mangá/anime. O problema é que Hollywood também não se dá lá muito bem com adaptações cinematográficas de bandas-desenhadas e desenhos animados japoneses. Nos últimos anos, Hollywood tem demonstrado algum interesse neste género de mercado e filmes, mas poucos têm sido os estúdios que se têm atirado de cabeça a estes projetos, aliás basta olhar para as adaptações cinematográficas norte-americanas de “Death Note”, “Akira” e “Bleach”, cuja produção está, por estes dias, suspensa. As poucas versões live-action que existem de mangás/ anime produzidas por estúdios americanos são, todas elas, muito fraquinhas, senão vejamos a pequena lista dos péssimos exemplos: ”Fist of the North Star” (1995), “Speed Racer” (2008) e “Dragon Ball: Evolution” (2009). Por isso não parece haver, pelo menos para já, grande esperança em ver, num futuro imediato, um grande filme live-action de “Attack on Titans” no grande ecrã, mas pode ser até que os japoneses nos surpreendam e criem uma grande adaptação.
É claro que o filme não passa de um pormenor, porque “Attack on Titans” vale mesmo pela sua vertente mangá e anime, sendo estas que provocam a euforia aos fãs que agora, enquanto esperam pela segunda temporada do anime, vão-se deliciando com a leitura do mangá, para assim ficarem a par de todas as coisas que se passam no mundo de Eren Jaeger.
4 Comentários
Os titãs não precisam de se alimentar mas assim que apareceram começaram a devorar pessoas? LOL Realmente isto tem para ser um sucesso...
ResponderEliminardeixaram-me intrigado acho que vou começar a ver isto
ResponderEliminarAttack on Titan é viciante e um dos melhores animes que vi, a par de Death Note e Stein's Gate. Vale MUITO a pena!
ResponderEliminarMuito bom parabéns
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