Crítica - Winter's Tale (2014)

Realizado por Akiva Goldsman 
Com Colin Farrell, Jessica Brown Findlay, Jennifer Connelly 

No fim de “Winter’s Tale” só me apetecia dizer ao realizador Akiva Goldsman que, se calhar, deveria ponderar ficar apenas pela escrita e produção de filmes, deixando a direção dos mesmos para homens ou mulheres mais capazes. Após ter ajudado a escrever e produzir bons filmes, como “I Am Legend” (2007), “Cinderella Man” (2005) ou “A Beautifull Mind”, Goldman decidiu estrear-se na direção de longas-metragens, mas em vez de capitalizar as boas experiências dos grandes filmes da sua carreira como guionista e produtor, parece que decidiu exteriorizar todas as más experiências do inicio da sua filmografia em projetos medíocres, como “Lost in Space” (1998), “Batman & Robin” (1997) e “Batman Forever” (1995), já que tal como essas terríveis longas-metragens, “Winter’s Tale” é um verdadeiro pesadelo cinematográfico de mau gosto e exagero.

   

O seu inócuo guião mistura fantasia e romance num paupérrimo choque de melodramatismo e melosidade impressionante, que é capaz de fazer confusão até à pessoa mais romântica do planeta. É tudo muito exagerado neste projeto, que para além de ter demasiada coisa, não a consegue unir e estruturar numa narrativa minimamente empolgante do ponto de vista romântico ou fantasioso. Toda a intriga é, por falta de outro adjetivo, muito pindérica e completamente atolada de bagagem sentimental que não era precisa e que só prejudica a tentativa do público em retirar algo de positivo e singular da experiência presente neste drama romântico de fantasia, que a seu favor só tem o potencial chamariz do seu elenco estrelar formado por Colin Farrel, Jessica Brown Findlay, Matt Bomer, Jennifer Connelly, William Hurt, Eva Marie Saint e Russel Crowe, que podem até chamar público pela sua reputação, mas acreditem que as suas performances aqui são tudo menos memoráveis ou ideais. A visível opulência de “Winter’s Tale” que encontramos representada no poderio mediático do elenco, no exagero claro do seu guião e nas peneirices das suas vertentes técnicas ilustram bem que, no fundo, este projeto não passa de um mau show-off de brilho oco e banal que serve apenas para atrair e não para entreter. É pena, mas não há seguimento ou consequência para todo o exagero que este filme aparenta, sendo tudo muito superficial e sem qualquer sentido prático e lógico, quer do ponto de vista do drama, quer até do ponto de vista romântico, que como se sabe tem um ângulo morto enorme que, mesmo assim, não abrange as falências insuportáveis deste projeto, que emana uma arrogância galarim por todos os seus poros. É insuportável. 

 Classificação - 1 Estrela em 5

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1 Comentários

  1. Infelizmente, tenho de discordar. "Winter's Tale" é um filme que, apesar de apresentar fenómenos do imaginável, tem um profundo sentido metafórico sobre o funcionamento da vida. Talvez seja necessário um espírito aberto para entender que, na verdade, "nada existe sem um sentido" e que todos temos uma missão para cumprir enquanto mortais. Além do mais, o filme evidência que nem sempre o rio corre a nosso favor, mas o barco que nos faz embarcar para novas oportunidades e que nos direcciona para o rumo que temos a seguir, o fado, está verdadeiramente à nossa disposição e convida-nos a entrar. Talvez nunca encontremos o porto e a nossa missão nunca seja descoberta, mas será que não nos falta começar a compreender a "luz" que temos a frente.
    Temo que ainda não tenha encontrado a sua verdadeira missão...

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