Crítica - The Other Woman (2014)

 
Realizado por Nick Cassavetes
Com Cameron Diaz, Leslie Mann, Kate Upton

O elenco central e feminino de “The Other Woman” é encabeçado por Cameron Diaz, Leslie Mann e Kate Upton, três beldades de Hollywood com estilos bem diferentes mas identicamente charmosos, que neste aparvalhada comédia romântica interpretam três personagens não muito diferentes de si próprias que, por intermédio de um capricho derivado de mentiras e de um destino tipicamente artificial, juntam-se numa intriga de vingança pseudo feminista contra um típico espécime masculino bem charmoso e machista, que é interpretado por Nikolaj Coster-Waldau, um homem que, de certa forma, pode ser considerado um sex symbol em ascensão e que, por isso, enquadra-se com perfeição no papel que assume. Este aprazível e apetecível ensemble foi bem escolhido, disso não há dúvida, porque para além de alegrar as vistas ao espetador, ajuda também a carregar este projeto com uma maior dose de superficialidade latente, mas por muito artificial que sejam, as interpretações do quarteto central de “The Other Women” acabam por ser, de longe, o aspeto mais positivo e competente desta película, cuja trama é bem capaz de ser um dos maiores insultos possíveis para as noções de feminista e auto-estima.

   

Ao longo do desenrolar do seu argumento fortemente superficial, o perfume intoxicante da parvoíce e dos estereótipos apresenta-se como uma implicante constante. É impossível encontrar qualquer lógica no plano das protagonistas ou, sequer, na simples ideia de três mulheres traídas juntarem esforços para se vingarem de um homem que as traiu, mas a grande afronta de “The Other Woman” para a inteligência do espectador prende-se, com o simples facto, do seu argumento resultar de uma cópia barata e até com menos piada do argumento da comédia latina “Chasing Papi” (2003), que deu a conhecer a Hollywood os atributos de Sofía Vergara. É porque a história de ambos pouco difere entre si, até as personalidades de duas das três personagens centrais de “The Other Woman” são semelhantes às de “Chasing Papi”, mas é claro que, para evitar um maior escândalo, os produtores deste filme fizeram questão de impor algumas diferenças especificas entre ambos os projetos, como o facto do homem machista e traidor ser casado, mas como parece óbvio, estas diferenças pouco fazem para afastar a ideia clara que existe pouca criatividade nesta comédia realizada por Nick Cassavetes, que tem aqui a maior atrocidade da sua carreira. 
Os seus produtores bem tentaram vender "The Other Woman" como um produto bem humorado que dá poder às mulheres e envergonha os homens, mas para mim, só envergonha quem perde o seu tempo precioso com tamanha treta superficial, que é tão anti-machista, como é anti-feminista. É uma proeza difícil, mas graças a uma boa dose de piadas sem graça e ofensivas para ambos os sexos, bem como um argumento sem pingo de singularidade e qualidade, “The Other Woman” consegue atirar facilmente para canto qualquer noção ridícula e aérea relativa à possibilidade de um idealismo humano, porque neste filme não há idealismo nem humanidade, há apenas estereótipos e, repito, muita superficialidade. 

 Classificação - 1 Estrela em 5

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