Realizado por Patrick
Hughes
Com Sylvester Stallone, Mel Gibson, Jason Statham, Wesley Snipes
Com Sylvester Stallone, Mel Gibson, Jason Statham, Wesley Snipes
Quando pensamos na saga
“The Expendables”, pensamos imediatamente em pura diversão. À partida,
tratando-se de uma saga onde o principal objetivo passa por reunir as
principais estrelas do cinema de ação dos anos 80/90 e tirar o máximo partido
dessa reunião de amigos, ninguém estará à espera de assistir ao filme do ano ou
a algo de revolucionário no que à condução da narrativa diz respeito. É óbvio
que qualquer filme desta saga possui inúmeros defeitos, a começar nos
argumentos previsíveis e a acabar nas prestações terríveis de alguns dos atores
musculados. Porém, qualquer fita com objetivos tão humildes e com
características tão particulares deve ser avaliada com cautela, pois temos
sempre de ter em mente aquilo que os cineastas pretendem alcançar com as suas
obras. Estamos perante filmes que devem ser vistos com um balde de pipocas tamanho
XXL nas mãos e sem qualquer tipo de expectativa. A intenção é ver Stallone e
Schwarzenegger a trocarem grunhidos de charuto na boca e sorrir de deleite ao
vermos tantos ícones do cinema de ação a explodirem com tudo o que lhes aparece
à frente enquanto mandam piadas (nem sempre bem sucedidas). Se entrarmos na
sala com expectativas que vão para além disto, então a culpa já é um bocadinho
nossa se não gostarmos do filme, pois decerto não sabíamos para o que vínhamos.
Nesse sentido, “The Expendables 3” é relativamente aceitável. Cumpre minimamente
com aquilo que promete ao entreter o espectador e ao fazê-lo viajar no tempo
até uma era onde uma fita de sucesso era equivalente a um herói musculado a
desancar sozinho num exército bem treinado. Contudo, é inevitável sairmos da
sala com a sensação de que este terceiro tomo será o mais frágil da saga até ao
momento.
A equipa de Barney Ross
(Stallone) começa a ficar velha para estas andanças, mas ainda assim continua a
executar missões perigosíssimas um pouco por todo o globo. Porém, Stonebanks
(Mel Gibson), um antigo inimigo julgado morto, aparece de novo em cena e Barney
decide que tem de recorrer a sangue novo para levar a cabo a missão mais árdua
e suicida de todas. Mas será que um batalhão inteiro de mercenários (uns jovens
e outros mais experientes) estará à altura de eliminar Stonebanks, o vilão mais
vilanesco de todos os tempos? Têm a palavra Antonio Banderas, Harrison Ford,
Kellan Lutz, Wesley Snipes, etc., etc. A narrativa é, uma vez mais e como não
poderia deixar de ser, muito linear e nada surpreendente. Novo vilão aparece em
cena, novo vilão tem de ser destruído, é tão simples quanto isto. Mas lá está,
outra coisa não seria de esperar, portanto não podemos dizer que é aqui que o
filme falha. Também já sabemos que Dolph Lundgren e Arnold Schwarzenegger não
primam exatamente pelos seus dotes de representação, portanto onde é que a fita
vacila verdadeiramente? Onde é que “The Expendables 3” se torna inferior aos
seus predecessores? Em primeiro lugar, pela realização ineficaz e algo
desleixada de Patrick Hughes. As sequências que abrem e fecham a película são
terríveis, sendo tão forçadas e desleixadas que por muito pouco não caem no
ridículo (bem, se calhar a que encerra o filme cai mesmo, de tão má que é…). Em
segundo lugar, as cenas de ação (o suposto ponto forte do filme) são um pouco
enfadonhas. É curioso que o filme acaba por ser mais interessante nos momentos
de diálogo entre as montanhas de músculos do que propriamente nos momentos de
ação. As piadas superam de longe as explosões, sobretudo as que apontam à vida
real dos atores. E depois há o problema do vilão. Mel Gibson está excelente na
pele de Stonebanks, chegando mesmo a provocar calafrios. Mas depois pouca ou
nenhuma luta dá no confronto final, perecendo de forma demasiado fácil para
quem supostamente é capaz de derrotar cinquenta mercenários sozinho. Já para
não dizer que o confronto final com Stallone é uma cópia autêntica do confronto
deste último com Van Damme no segundo capítulo da saga… Como pontos positivos,
há que referir o saudável acrescento de Antonio Banderas, Harrison Ford e
Wesley Snipes à família de mercenários. São deles que provêm muitos dos
melhores momentos da película, oferecendo um lado cómico a uma saga por vezes
demasiado sisuda. Em suma, “The Expendables 3” vale sobretudo pelo conjunto de
ícones que consegue reunir, cumprindo com os seus objetivos mínimos mas
começando a vacilar um pouco em aspetos fundamentais, o que poderá não permitir
a construção de um quarto episódio.
Classificação – 2 Estrelas em 5
1 Comentários
Eu adorei este grande filme 5*
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