Com Robert Downey Jr., Robert Duvall, Vera Farmiga
Na génese de "The Judge" está uma simples e previsível história melodramática sobre a reaproximação familiar que todos nós já vimos ser representada em outros filmes do género, mas embora seja previsível do início ao fim e não seja inovador ou curioso em nenhum elemento particular, "The Judge" não deixa ainda assim de ser um produto medianamente satisfatório dentro do género, especialmente para quem aprecia este tipo de filmes emotivos e bastante fáceis de ver e decifrar. É portanto mais um daqueles típicos filmes de domingo à tarde que apenas deve ser visto sem grandes expectativas de deslumbramento, porque não se pode esperar muito ou mais de um melodrama familiar básico cujo final não é nada difícil de presumir. E no epicentro deste melodrama familiar altamente previsível está Hank Palmer, um advogado de sucesso da grande cidade que retorna à sua casa de infância para ajudar o seu pai, um juiz de referência, que é suspeito de assassinato. Os dois nunca tiveram uma relação próxima e, durante anos, mantiveram-se afastados, mas este complexo caso familiar poderá representar a solução para todos os seus problemas e poderá levar Hank a reencontrar o elo de ligação que se perdeu há muito entre ele e o seu pai.
Tal como se pode facilmente extrapolar pela sua já de si reveladora premissa, "The Judge" é um típico melodrama de redenção familiar que desenvolve uma intriga previsível que nem o seu pseudo twist telenovelesco, que tenta capitalizar o momentum dramático deste projeto, consegue apimentar ou tornar surpreendente. É complicado assim encontrar algum ponto de interesse ou de conexão emocional nesta obra, onde toda a abordagem familiar que sustenta o filme deriva de previsibilidades e estereótipos genéricos que tornam tudo muito simplista e reduz a simples fórmulas familiares e emocionais tudo aquilo que é retratado, não tendo assim nenhuma complexidade, ligação ou aproximação realista. É portanto uma longa metragem bastante básica sem grande valor ou vigor, onde Robert Downey Jr. e Robert Duvall têm até boas performances nos dois papéis centrais, muito embora as suas personagens não sejam muito inovadoras ou interessantes, no entanto, estes dois astros ajudam a tornar "The Judge" um pouco mais empolgante e competente do ponto de vista emocional. O mesmo pode ser dito em relação ao competente trabalho técnico de David Dobkin, que embora não seja nada de deslumbrante, consegue tornar este projeto um pouco mais agradável à vista de qualquer um. É graças a estes pontos positivos bem particulares que "The Judge" pode ser considerado um competente filme de domingo à tarde que, apesar de não ter nenhuma particularidade especial ou nada que o torne cativante, genuíno e único, acaba por estar tecnicamente bem feito e por não ser um exemplo satisfatório dentro dos baixos padrões do género.
Classificação - 2 Estrelas em 5
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