Realizado por Jon Stewart
Com Gael Garcia Bernal, Kim Bodnia, Haluk Bilginer
Género - Drama
Sinopse - Irão, 2009. Enquanto os partidários de Mousavi saem às ruas para protestar contra a declaração de vitória de Ahmadinejad no dia das Eleições Presidenciais do Irão, o jornalista Maziar Bahari corre um enorme risco pessoal ao submeter à BBC imagens dos tumultos que se sucedem. Passado pouco tempo, Bahari é preso pela Guarda Revolucionária, liderada por um homem que se identifica apenas como Rosewater, que fica responsável pela interrogação e tortura do jornalista ao longo dos 118 dias seguintes.
Crítica - Em 2009, Jon Stewart deu muita atenção às Eleições Presidenciais do Irão no seu talk show humorístico "The Daily Show" e, como consequência direta dessa atenção, entrou em contacto com a história real de Maziar Bahari, um jornalista iraniano canadiano que cobriu de forma direta e sem censura as eleições ao serviço da revista Newsweek e, como consequência disso, acabou por ser detido e acusado de espionagem pelo Governo Iraniano que, ao longo de quase quatro meses, levou a cabo vários interrogatórios bastante duros que violaram consecutivamente os seus direitos. Stewart, que ficou bastante impressionado com esta história, decidiu prestar homenagem à jornada de injustiças de que Bahari foi alvo e tal homenagem surgiu sob a forma desta longa metragem, que marca a sua estreia como realizador e que se destaca como um retrato pessoal, honesto e expressivo da jornada de Bahari, sendo por isso uma estreia bastante positiva e promissora para Stewart como diretor.
A força do filme reside, como é óbvio, no valor real da sua história, mas as performances de Gael García Bernal e de Kim Bodnia também representam uma parte importante desta obra. Os dois interpretam, respetivamente, o jornalista Bahari e o interrogador Rosewater que, ao longo do filme, envolvem-se numa dinâmica física e moral bastante dura e forte que testa os limites das moralidades e dos direitos do homem, criando assim uma retrato bastante frio, cruel mas realista do que se passou durante o período em que Bahari esteve detido. O grande defeito de "Rosewater" é que apenas foca as suas energias nesta dinâmica e apenas se esforça para reforçar a violência mental e física que Bahari teve que suportar durante o seu martírio, esquecendo-se um pouco de reforçar e abordar tudo o resto que envolveu a sua jornada, desde o espectro politico, até aos parâmetros socioculturais e até individuais inerentes às questões em causa. Assim, "Rosewater" fica-se apenas por uma meia medida que, apesar de ser impressionante, acaba por não ser exatamente aquele tour de force dramático e humanista que se esperava.
Classificação - 3,5 Estrelas em 5
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