Crítica - Blackhat (2015)

 
Realizado por Michael Mann 
Com Chris Hemsworth, Viola Davis, Tang Wei 

Embora aproveite um conceito atual e curioso para construir e desenvolver a sua trama, "Blackhat" falha redondamente em demasiados pontos cruciais e acaba por nunca aproveitar com o mínimo de qualidade e potencial a base polémica, cibernética e extravagante de uma história que, de Hong Kong a Chicago, emerge o espectador numa intriga com ação mas sem conteúdo, onde acompanhamos um jovem recluso na sua demanda para derrubar uma rede organizada de cibercrime de alto-nível.
O problema de "Blackhat" não está na sua génese, porque este thriller de ação parte de uma ideia muito boa que mistura um conceito geral de ação global com uma trama que se foca numa jornada de justiça para derrubar uma rede de cibercrime, ou seja, utiliza um tema bastante atual e curioso que poderia ter sido capitalizado na perfeição por um género que anda ávido por novas maneiras de cativar os cinéfilos. O problema é que tal capitalização não existiu, muito por culpa da forma atabalhoada e enfadonha como "Blackhat" desenvolve uma trama que, claramente, precisava de mais espaço e tempo para ser desenvolvida com qualidade e imaginação. Há muitos pormenores que nos escapam ou que poderiam ter sido melhor explorados, mas no geral o que falha é um desenvolvimento que consiga puxar pela criatividade e novidade do tema, mas sobretudo pela emoção, inteligência e adrenalina do espectador. 
No fundo, havia espaço para a construção de um guião apelativo capaz de dar origem a um filme com muitos pontos de ação e suspense, mas o que acaba por nos ser apresentado é uma obra que não faz justiça às suas potencialidades e que, por ser pouco criativo e muitas vezes limitado e enfadonho do ponto de vista do intelecto, não consegue passar uma sensação positiva nem é aquele thriller de ação polémico e atual que esperaríamos, muito pelo contrário, acaba por se tornar num projeto banal e nada forte que não aproveita nem metade das potencialidades da sua base narrativa que, quem sabe, poderia ter tido mais sorte se tivesse sido adaptada ao formato de minissérie. 

Classificação - 2 Estrelas em 5

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