Crítica - 71 (2015)

Crítica - 71 (2015)


Realizado por Yann Demange
Com Jack O'Connell, Paul Anderson, Richard Dormer

Numa época em que, por força das consequências do Brexit, o acordo de paz entre Irlanda e Irlanda do Norte enfrenta uma crise sem precedentes, importa recordar "71". Trata-se de um sublime drama indie britânico, cuja história nos remete para 1971, ano em que o jovem e inexperiente soldado britânico Gary (Jack O'Connell) é enviado para Belfast, uma cidade que está dividido pela religião e política, separando as áreas protestantes e os distritos nacionalistas, principalmente católicos, cujos habitantes se opõem ao domínio britânico. Após um motim, Gary é abandonado numa zona de guerra. Sozinho, ferido e aterrorizado, Gary torna-se num peão dentro de um conflito brutal.

 O retrato que é feito do conflito na Irlanda do Norte é brilhante. Podemos até pensar que este conflito já aconteceu há muito tempo, mas a verdade é que menos de cinquenta anos passaram desde o fim do conflito. Como o Brexit veio provar há ainda grande instabilidade na região e até uma simples questão burocrática pode levar a um novo corte de relações e, possivelmente, a uma nova divisão bélica na Irlanda. 
A atmosfera tensa que advém do conflito, a apreensão junto da sociedade e os complexos problemas estruturais promovidos por uma sociedade dividida à beira da ruptura são, aqui, habilmente abordados por via de uma história tensa e dramática que retrata na perfeição um caos que não se pode repetir. 

Classificação - 4 Estrelas em 5

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