Crítica - Há Sempre Uma Primeira Vez (2015)

 
Realizado por Maxime Govare e Noémie Saglio
Com Pio Marmai, Adrianna Gradziel, Lannick Gautry

Embora seja agradavelmente leve e ligeiramente divertido, "Há Sempre Uma Primeira Vez" não é propriamente um triunfo surpreendente ou espetacular das já típicas e simpáticas comédias românticas francesas. É um filme agradável e bem composto que tem no epicentro da sua trama um jovem homossexual chamado Jérémie (Pio Marmai) que, contra todas as expectativas, dorme uma noite com uma bela mulher sueca chamada Adna (Adrianna Gradziel) e, a partir daí, começa a sofrer uma panóplia de dúvidas existenciais que o fazem questionar a sua orientação sexual.
Para todos os efeitos, "Há Sempre Uma Primeira Vez" é uma típica comédia romântica apesar do seu argumento apresentar uma espécie de twist relativamente à orientação sexual do protagonista. Esta obra de Maxime Govare e Noémie Saglio mantém-se portanto fiel à combinação entre humor e romance, mas a presença de ambos está longe de ser prevalente ou de qualidade máxima. O humor aparece ocasionalmente em cena graças, acima de tudo, às sequências secundárias e às pequenas tiradas cómicas que envolvem Charles (Franck Gastambide), o melhor amigo do protagonista, que se destaca como o único exponente cómico desta produção graças ao seu estilo jocoso, descontraído e alegre. A parte cómica é salva por essa personagem porque, de resto, "Há Sempre Uma Primeira Vez" pouco mais tem a oferecer neste campo, apesar dos esforços medíocres que são protagonizados pelo protagonista e pelos seus pais. O protagonista tem sim relevância na parte romântica, mas a intriga que o rodeia, apesar de ser agradável e de partir de uma ideia com grande potencial, acaba por se tornar entediante e banal com o passar do tempo. A dada altura, "Há Sempre Uma Primeira Vez" torna-se mesmo num filme estanque e previsível que, embora mantenha algumas boas vibrações, para de conseguir entusiasmar o espectador e, assim,  mantê-lo interessado na jornada do protagonista e do seu respetivo dilema romântico que, para ser franco, para de ser um dilema após os primeiros vinte minutos do filme.
O elenco de "Há Sempre Uma Primeira Vez" é competente mas não surpreende, exceção feita talvez a Franck Gastambide que, como já referi, promove com a sua personagem os únicos ares de comédia desta produção. Adrianna Gradziel, que num apotamente à parte parece um clone de Mélanie Laurent, não tem nem de longe nem de perto o talento ou o nível de destreza da sua sócia profissional, mas apresenta também uma performance positiva, tal como o protagonista Pio Marmai. Para um filme de domingo à tarde, "Há Sempre Uma Primeira Vez" resulta sem escândalos, mas no fundo não deixa de ser uma comédia romântica francesa com bons cenários parisienses sem muito sal ou doçura.

Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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