Lucrecia Martel e Jacques Rozier em Destaque no IndieLisboa 2018!

Os cineastas Lucrecia Martel e Jacques Rozier estarão em destaque no IndieLisboa 2018 que se realizará em Lisboa em Maio! A filmografia de Lucrecia Martel está intimamente ligada à história do IndieLisboa, pois a sua segunda longa metragem, "La niña santa", integrou a competição internacional do primeiro festival. Martel é a mais proeminente cineasta argentina da actualidade e a sua carreira será alvo de uma homenagem no IndieLisboa, com uma retrospectiva integral do seu trabalho realizado para cinema. Depois de um hiato de quase uma década desde o seu último filme "L'a mujer sin cabeza (2008)", Martel apresenta-nos "Zama", um dos filmes do ano de 2017. Nesta adaptação do romance homónimo de Antonio di Benedetto, encontramos um homem impedido de deixar o seu exílio de colonizador como centro de uma fascinante desconstrução de lugares-comuns históricos. Lucrecia Martel estreia no IndieLisboa este filme-redescoberta ou filme-consagração de uma voz singular que mostra que ainda há muito por revelar. "Zama" é uma co-produção portuguesa com O Som e a Fúria, com direcção de fotografia de Rui Poças. O programa dedicado à realizadora irá ainda integrar o documentário de Manuel Abramovich filmado durante a rodagem de "Zama", "Años Luz", e uma masterclass, a acontecer no dia 29 de Abril.
Jacques Rozier dispensaria apresentações, nem que fosse pelos mais de 60 anos que separam a homenagem que o IndieLisboa lhe prestou em 2018 e a extraordinária primeira curta metragem que realizou em 1955, "Rentrée des classes". A Cinemateca Portuguesa, a quem o IndieLisboa se reúne na co-programação desta retrospectiva, organizada em colaboração com a Cinemateca Francesa, vem assim completar o seu passado de homenagens aos grandes cineastas da nouvelle vague. Contemporâneo de Godard, Truffaut, Varda ou Rohmer, Rozier não se tornou tão reconhecido ou amado, muito embora o seu "Adieu Philippine" (1962) seja um filme inegavelmente marcante para as gerações de cineastas franceses desde então. Talvez Rozier tenha conseguido, graças à sua espontaneidade e leveza, ser o mais livre dos cineastas da nouvelle vague, e talvez seja por isso que a genialidade e inteligência que os seus pares lhe reconhecem se mostre tão cativante e encantadora. Mais discreto nos floreios próprios de uma geração que teve de radicalizar o seu cinema, o génio de Jacques Rozier é uma lufada de ar fresco, ainda nos dias que correm. É tempo de o descobrir, e conhecer pessoalmente, em Lisboa, durante as sessões que irão ter lugar na Cinemateca Portuguesa, bem como na conversa com o realizador em data a anunciar.

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