Crítica - Hardcore Henry (2016)

Realizado por Ilya Naishuller
Com Danila Kozlovsky, Haley Bennett

Num género pouco dado à criatividade e muito refém de truques visuais, “Hardcore Henry” conseguiu destacar-se de alguns competitors com premissas semelhantes graças à forma como explora um enredo banal que, de qualquer outra forma, teria sido transformado num péssimo filme. E consegue-o com um truque visual é certo, mas truque esse que foi bem aproveitado, pensado e capitalizado. Os seus responsáveis (Ilya Naishuller e Timur Bekmambetov) tiveram a ideia de explorar a sua história sob uma perspectiva única de primeira pessoa, quase que emulando o bem sucedido estilo dos videojogos First Person Shooters que tanto sucesso fazem no mundo eletrónico. 
O resultado final é um filme de ação subversivo, cujas sequências de ação são engrandecias graças à abordagem técnica utilizada, já que transportam o espectador para o centro da ação. É no fundo uma boa ideia que salvou, sem dúvida, esta obra da banalidade. Embora tenha tido o apoio de Hollywood, “Hardcore Henry” é, na sua essência, um filme de origem russa. E a verdade é que a Rússia tem apostado cada vez mais em blockbusters de qualidade capazes de rivalizar com os de Hollywood, sendo “Hardcore Henry” mais um filme numa longa lista de mega produções curiosas oriundas deste país que, há umas décadas atrás, apenas era conhecido graças aos seus excelentes filmes de autor (que ainda dão cartas hoje em dia). Também não é de estranhar que estivessem envolvidos neste projeto Ilya Naishuller e Timur Bekmambetov, dois dos cineastas russos mais populares do momento. É notória a influência criativa de ambos num produto que, embora apresente uma narrativa básica e sem a mesma pujança da sua categoria técnica, consegue entreter facilmente os fãs do género.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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