Tudo Sobre os Primeiros Dias do FantasPorto 2019

Terror, ficção científica, fantasia, romantismo e intriga internacional envolvendo a alta finança e a política internacionais, há fortes atractivos para todos os gostos no primeiro fim-de-semana do 39º Fantasporto - Festival Internacional de Cinema do Porto, que sexta-feira abre oficialmente, iniciando a sua fase competitiva, e se prolonga até 3 de Março, do Rivoli – Teatro Municipal do Porto.

PROSPECT, O FILME DE ABERTURA

A co-produção canadiano-americana “Prospect”, de Zeek Earl e Chris Caldwell, a exibir na Sessão Oficial de Abertura do 39º Fantasporto, é um excelente exemplo do cinema independente americano. Trata-se de uma obra de ficção científica em que uma adolescente e o pai vão a uma lua remota e tóxica, esperando encontrar riqueza. Encontram um filão fabuloso, mas também se deparam com dificuldades de vária ordem totalmente inesperadas. O filme, com a notável Sophie Thatcher e também Pedro Pascal, obteve excelentes críticas do Variety e do Hollywood Reporter, sendo seleccionado para os festivais de Seattle e Denver. Uma surpresa do cinema produzido no final de 2018. 
Segue-se, às 23:30, a exibição em cópia integral restaurada de “Alien” (1979), de Ridley Scott, uma homenagem do Fantasporto na passagem dos 40 anos da sua estreia ao original da celebrada saga do mesmo nome. No Pequeno Auditório, destaque para a Retrospectiva do Cinema de Taiwan, com “The Husband’s Secret”, de Lin Tuan-Chiu, em estreia internacional, a que se segue “His Master’s Voice”, filme de ficção científica do húngaro Gyorgy Palfi (CF), realizador do filme choque do Fantas com “Taxidermia”, Prémio do Público em 2007. Trata-se de mais uma obra de Ficção Científica, baseado numa história de Stanislaw Lem (autor de Solaris).

AMERICANOS, BRASILEIROS, COREANOS OU HÚNGAROS PÓEM O FANTAS A “ESCALDAR”

“The Witch in the Window”, filme de terror do americano Andy Milton, a concurso na secção oficial de Cinema Fantástico abre o programa de sábado, a que se seguem o êxito de bilheteira asiático “ The Witch: Part 1- The Subversion”, do sul-coreano Hoon-Jung Park, filme de acção de terror também a concurso  e que foi Nº 1 na bilheteira na Coreia. E, às 19:00, “Albatroz”, do brasileiro Daniel Augusto, em estreia europeia, um thriller escrito por Braulio Mantovani, argumentista de “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”, filme que lhe deu uma nomeação para o Oscar.
O grande destaque do dia é “Human, Space, Time and Human”, um drama de terror do mestre sul-coreano Kim Ki-Duk (CF/OE), várias vezes premiado no festival, que venceu em 2013 a secção Orient Express com o filme “Pietá”. Um filme com cenas eventualmente chocantes.
Outro ‘habitué’ do Fantasporto é o húngaro Károly Mézsáros, que este ano nos traz “X - The eXploited”, um thriller a concurso na Semana dos Realizadores (SR), sobre uma mulher-polícia tem ataques de pânico graves mas que descobre uma história tenebrosa. Trata-se da segunda longa-metragem deste cineasta que em 2015 venceu o Prémio de Melhor Filme do Fantasporto com “Liza, The Fox-Fairy”. Georgy Palfi e Karoly Meszáros estarão no Porto para apresentar os dois filmes húngaros em competição. A não perder.
No Pequeno Auditório, continua a ser exibida a Retrospectiva do Cinema de Taiwan, com “May 13th, Night of Sorrow”, de Lin Tuan-Chiu, uma nova estreia internacional, seguindo-se às 17:15 “Open”, de Orsi Nagypál, filme incluído na retrospectiva do Novíssimo Cinema da Hungria. “Dos Veces Tú”, de Solomón Askenazi, em estreia mundial, marca a presença do México no programa deste Fantasporto, em cuja trama duas amigas trocam de maridos durante um casamento apenas para se divertirem, uma brincadeira que lhe trará uma série de complicações e novos e estranhos relacionamentos. Segue-se “Waiting for Sunset”, do filipino Carlo Catu, em estreia internacional, sobre um casal de idade que vive junto há muito sem se poder casar  e que se enfrentam com um estranho desafio. Um conto de ternura e humanidade, com grandes interpretações que foi vencedor do Melhor Filme no Cinemalaya Independent Film Festival.

AMERICANOS EM TRÁS OS MONTES E CHINESES NO PORTO! GRANDES FILMES APRESENTADOS PELOS SEUS REALIZADORES

O programa de domingo abre com um prato forte, “Reborn”, filme de terror do britânico Julian Richards (realizador de “Darklands” e “The Last Horror Movie” e que trabalhou para a Amblin), incluído na secção oficial de Cinema Fantástico, a que também concorre o filme seguinte, “The Head Hunter”, de Jordan Downey (EUA), ambos exibidos na presença dos seus realizadores e produtores. Se em “Reborn” já sabemos que as emoções ficarão ao rubro, The Head Hunter,  é um outro filme de terror vindo, desta vez dos Estados Unidos, mas com uma “perninha” portuguesa: o filme foi rodado em Trás os Montes! Uma bela surpresa.
Forte destaque também para a estreia mundial do filme de ficção científica “Last Sunrise”, do chinês Wen Ren, filme que, antes de estrear, já se tornou viral nas redes sociais e na imprensa asiática, dado ser a primeira produção do género, vinda da China. A sua exibição também na presença do realizador e produtora, e antecede outro dos pontos altos do festival. 

DA CORRUPÇÃO DOS OFF-SHORES  À SURPREENDENTE FANTASIA DE IN FABRIC

Às 21:00,  é hora de “The Panama Papers”, de Alex Winter sobre a investigação jornalística sobre uma das grandes redes mundiais de fuga aos impostos e que envolve desde Putin e Trump até primeiros-ministros de vários países, personalidades da finança, da política, celebridades e gente anónima que colocam o seu dinheiro em “off-shores”, indiferentes ao resto do mundo que se afunda na desigualdade social e na pobreza. Elijah Wood (o Hobbit) é o narrador. O programa de domingo termina em grande com a exibição às 23:15, de “In Fabric”, comédia de terror do britânico Peter Strickland (realizador de “Berberian Sound Studio”, premiado no Fantas 2012) passada numa grande loja por departamentos, tipo Corte Inglês, um dos filmes mais aclamados pela critica inglesa no final do passado ano e uma pérola de originalidade. No Pequeno Auditório começa a exibição dos filmes concorrentes ao Prémio de Cinema Português, com dez curtas-metragens, a que se segue, às 17:15, o filme Kills on Wheels (2016), de Attila Till, com que prossegue a retrospectiva do Novíssimo Cinema Húngaro.  “Framed”, filme de terror do nosso conhecido Marc Martínez Jordán, centrado numa aplicação que permite ver tudo nas redes sociais põe em causa os limites da tecnologia. O programa do Pequeno Auditório para domingo fecha com três médias metragens notáveis: “Set-Up”, do grego Vassilis Goudelis, em estreia mundial, passado durante a Guerra Civil  que se seguiu à II Guerra Mundial na Grécia; o filme deste último Natal da TV Globo, “Fuga de Natal”, e a versão final do realizador de “The Shipment”,  sendo que a versão curta vai ser exibida  a concurso na segunda feira, às 15.00hs no Grande Auditório.

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