Crítica - Avatar: O Caminho da Água (2022)

Crítica - Avatar: O Caminho da Água (2022)


Realizado por James Cameron
Com Zoe Saldana, Sam Worthington, Sigourney Weaver

Lançado em 2009, "Avatar", de James Cameron, tornou-se num sucesso crítico e comercial. Até ao dia de hoje permanece como o campeão de bilheteiras nos Estados Unidos e no Mundo e, embora tenha falhado o Óscar de Melhor Filme no seu ano para "The Hurt Locker", "Avatar" deixou uma profunda marca no mundo do cinema.

O seu sucesso levou à confirmação de sequelas, mas o tempo foi passando e as filmagens foram-se prolongado. O grande projeto de Cameron demorou, mas o segundo capítulo chegou finalmente aos cinemas este mês sob o título "Avatar: O Caminho da Água"/ "Avatar: The Way of the Water".

Realizado por James Cameron nesta sequela temos o regresso de muitos dos protagonistas do primeiro filme, como Zoe Saldana, Sam Worthington, Sigourney Weaver ou Stephen Lang, aos quais se juntão Edie Falco, Jemaine Clement e Kate Winslet. A sua história decorre uma década após os acontecimentos do primeiro filme e mostra-nos como Jake e Neytiri acabaram por constituir família. Já com uma família terão, agora, que lidar com uma nova invasão das Pessoas do Céu que vêm com novos objetivos....e reforços inesperados. Jake continua a liderar a Resistência dos Na'vi, mas uma série de ataques e más opções acabam por força-lo a  exilar-se junto às tribos da água e, assim, ele e a sua família têm que se adaptar a uma nova realidade, mas sem perderem o foco na grande guerra. 

Há que dar mérito a James Cameron. Existem poucos realizadores (talvez nenhum mesmo) que demorem doze anos e estoirem um orçamento de quinhentos milhões de dólares num filme tão inconsequente como este. É uma proeza notável o desperdício de tempo, dinheiro, recursos e paciência de tantas pessoas envolvidas. E tudo isto para um filme de três horas que, na realidade, poderia apenas ter tido uma hora de duração e o resultado seria....exatamente o mesmo. Podemos apontar ainda uma maior proeza a Cameron. É impressionante que tenha conseguido terminar esta segunda obra da mesma forma como acabou a primeira e sem dar quase nada de novo ao espectador. Quer uma prova? No primeiro "Avatar", Jake tenta ambientar-se às tradições e vivências dos Na'vi e, em simultâneo, luta contra a Humanidade e suas ambições Imperialistas. No segundo filme, Jake tenta ambientar-se às novas tradições e vivências dos Na'vi da Água e, em simultâneo, luta contra a Humanidade e suas ambições Coloniais.  É claro que estou a simplificar de forma a passar a ideia que realmente importa....não há qualquer evolução ou crescimento narrativo entre os dois filmes. Não há diferenças, criatividade ou nada de inovador. Classificar a história de "Avatar: O Caminho da Água" como básica pode até parecer insultuoso e redutor, mas é a realidade. É impossível que alguém olhe para a história deste segundo filme após ver o primeiro e consiga sair minimamente satisfeito da sala de cinema.

Mas é claro que Cameron sempre soube que "Avatar: O Caminho da Água" nunca seria uma obra prima narrativa. Parece que Cameron perdeu onze anos e onze meses a desenvolver a parte técnica do filme e apenas um mês a parte da história....Pode parecer uma hipérbole, mas digo isto porque é precisamente esta a ideia que passa. É porque conseguimos ver perfeitamente onde é que todo o tempo e todo o dinheiro foram investidos. Sim, "Avatar: O Caminho da Água" é um filme esteticamente deslumbrante e tecnicamente evoluído.....Cameron desenvolveu técnicas brilhantes que certamente ajudarão a crescer a indústria e, em ultima analise, criou um blockbuster visualmente impressionante que supera qualquer blockbuster recente neste capítulo.....Mas terá criado um bom filme? A resposta é negativa.

Um dia Salvador Sobral disse que "a música não pode apenas ser fogo de artifício"...Pois também podemos dizer o mesmo do Cinema e de um Blockbuster. Infelizmente, Cameron criou um grande espetáculo de fogo de artificio que renderá milhões nas bilheteiras, mas ver "Avatar: O Caminho da Água" é como ver um espetáculo pirotécnico sem musica, contexto ou história. É só ruído e cor.


Classificação - 2 Estrelas em 5

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