Crítica - The Cellar (2022)

Realizado por Brendan Muldowney

Com Elisha Cuthbert, Eoin Macken, Abby Fitz, Dylan Fitzmaurice-Brady


Em 2021, "The Cellar" chamou a atenção da Shudder, uma das maiores distribuidoras de conteúdo de terror nos Estados Unidos, que, rapidamente, assegurou os seus direitos de distribuição para o território americano. Pode-se olhar para esta ação da Shudder como um indicador de qualidade, mas para o cinéfilo atento existem, à partida, outros elementos mais directos que podem justificar um maior interesse neste projeto. O principal prende-se com o facto de "The Cellar" ser realizado por Brendan Muldowney, cineasta britânico que, em 2013, deu muito nas vistas com o curioso "Love Eternal", obra sci-fi muito elogiada que brilhou em Portugal no FantasPorto. Uns anos mais tarde voltou a convencer com "Pilgrimage", drama medieval protagonizado por Tom Holland e Richard Armitage, que foi considerado um dos melhores filmes irlandeses desse ano. O currículo de Muldowney ainda é modesto é certo, mas todas as suas obras têm um toque de diferenciação e sempre conseguiram convencer o público indie, pelo que a expectativa em redor deste seu regresso ao terror e ao sobrenatural era grande...e de certa forma acabou por justificar. 

Sim, "The Cellar" está longe de ser um thriller de terror sobrenatural de poderosa envergadura e qualidade, mas cumpre e apresenta alguns dos traços de qualidade que têm marcado a filmografia de Muldowney, nomeadamente a sua capacidade para contar uma história. O valor técnico está bem presente, mas é o enredo que em última análise mostra o talento do cineasta. Isto porque este parte de uma fórmula básica, mas Muldowney acaba por dotá-lo de um interessante envolvimento sobrenatural. Embora denunciado consegue ir cativando o espectador e acaba por prendê-lo ao drama sobrenatural de Keira, jovem mãe que, quando a filha desaparece misteriosamente na cave da sua nova casa no campo, descobre que há uma entidade antiga e poderosa a controlar o local.

Foi pena "The Cellar" não ter passado pelo FantasPorto, onde Muldowney já brilhou, mas ainda há esperança que possa chegar ao MOTELx. Esta seria, aliás, a única forma que o público português teria para entrar em contacto com este projeto que, vale a pena referir também, traz-nos uma aguerrida performance por parte de Elisha Cuthbert, outrora uma promessa do terror de Hollywood. Se vive na América do Norte ou Austrália, então fique a saber que a Shudder já o disponibiliza na sua plataforma desde Abril!


Classificação - 3 Estrelas em 5

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