Crítica - The Banshees of Inisherin (2022)

Crítica - The Banshees of Inisherin (2022)

Realizado por Martin McDonagh
Com Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon

Após uma auspiciosa estreia no Festival de Veneza, "The Banshees of Inisherin" | "Os Espíritos de Inisherin" somou vários prémios e consagrações, sendo a última das quais as oito nomeações que conquistou nos Globos de Ouro. É já fácil de prever que esta obra de Martin McDonagh será um dos destaques das nomeações aos Óscares, ficando apenas por descobrir se materializará o seu favoritismo em prémios. (Atualização: Os Óscares acabaram mesmo por trazer 9 Nomeações para esta obra de Martin McDonagh, incluindo na categoria de Melhor Filme)

Martin McDonagh, realizador de aclamados thrillers como "Três Cartazes à Beira da Estrada" e "Em Bruges", volta a brilhar ao mais alto nível e, uma vez mais, oferece-nos uma obra cinematográfica de nível e repleta de significado e mensagens subliminares. A sua trama acompanha os amigos de longa data Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson) que se encontram num impasse quando Colm, inesperadamente, põe fim à amizade deles. Um estupefato Pádraic, amparado pela sua irmã Siobhán e pelo problemático jovem ilhéu Dominic, esforça-se para recuperar o relacionamento, recusando-se a aceitar um não como resposta. No entanto, os esforços repetidos de Pádraic apenas fortalecem a determinação de seu ex-amigo e, quando Colm entrega um ultimato desesperado, os eventos sucedem-se rapidamente com consequências inesperadas.

Pode-se dizer que este é um drama lento, mas não é de todo monótono. Não espere, portanto, uma história ágil e objetiva. O que nos é oferecido por McDonagh é um hino à subjetividade e à alegoria sem grande pressa de chegar ao seu propósito. No final, "The Banshees of Inisherin" revela-se uma impressionante história sobre relações, estados de espírito e emoções. 

Há que dar mérito a McDonagh  pela forma sublime como montou um enredo tão complexo mas que, ao mesmo tempo, chega a conclusões alegórica tão simples mas tão imponentes. É incrível como consegue criar uma metáfora tão poderosa entre a Guerra Civil Irlandesa e a relação entre Pádraic e Colm, mas também como pinta um retrato narrativo tão poderoso sobre as vivências de uma pequena aldeia ou as consequências subliminares da depressão. 

"The Banshees of Inisherin" tem várias camadas e, no final, revela-se um filme poderosíssimo que não deixará de surpreender. E isto é que é surpreendente,  já que a sua simples premissa não deixava de todo antever um espétaculo dramático tão glorioso como aquele que McDonagh  nos apresenta e que poderá valer-lhe, pelo menos, o Óscar de Melhor Argumento Original. Acho que esta pequena previsão/afirmação mostra bem o poder do argumento....


Classificação - 4 Estrelas em 5


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