Crítica - La Nuit du 12 (2022)

Crítica - La Nuit du 12 (2022)

Realizado por Dominik Moll.

Com Bastien Bouillon, Théo Cholbi, Thibaut Evrard, Bouli Lanners


Exibido em Cannes em 2022 e vencedor do filme de Melhor Filme dos Prémios César (ganhou outras cinco categorias nos prémios franceses equivalentes aos Óscares), "La Nuit du 12"  é um delicioso thriller dramático criminal que segue a investigação de Yohan Vivès (Bastien Bouillon), um detetive atormentado por um caso que lhe causa mais incómodo do que qualquer outro em sua carreira. Trata-se do chocante homicídio da jovem Clara Royer (Lula Cotton-Frapier) que, aparentemente, se dava bem com todos. Cada vez mais obcecado em solucionar o caso, o investigador embarca em uma espiral interminável de segredos obscuros em busca de pistas e quaisquer sinais que possam levá-lo até o culpado pelo crime brutal.

Numa época onde os produtos de true crime estão na moda, importa realçar que este é um filme de ficção mas que, como o próprio avisa, poderia muito bem ser baseado numa história real. No cerne da trama está, para além do drama inerente ao crime, toda a envolvente em redor à investigação de um femicídio pela perspectiva do sexo masculino, sim porque todas as pessoas que investigam o caso são homens, boa parte das pessoas que o rodeiam são homens e são esses homens que acabam por fornecer um retrato semi-real do que realmente pode acontecer em investigações reais de crimes similares, onde a falta de empatia e considerações precoces podem impedir um resultado final rápido que culmine na aplicação da justiça. Embora aposte forte numa certa romantização do crime, "La Nuit du 12" não se coíbe de apontar falhas ao sistema criminal e é esta perspectiva mais crítica, analítica e séria que consegue acordar e motivar o espectador. É claro que a própria dinâmica entre os dois protagonistas e os dramas inerentes à sua vida privada acrescentam algo, mas é a grande investigação que move o filme e, quer de um ponto de vista criminal, quer de um ponto de vista social e dramático, acaba por transformar aquilo que poderia ser mais um thriller criminal numa obra sobre a qual importa refletir.



Classificação - 3,5 Estrelas em 5


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