MOTELx 2023 Começa Esta Semana em Lisboa - Descubra Todos os Destaques

 

O eco-terror francês de “The Animal Kingdom” e “Acid”, ambos em em estreia nacional, serão os filme de abertura e encerramento, respetivamente, da 17.º do MOTELX. Ao todo serão sete dias e mais de uma centena de filmes, entre tantas outras actividades que sublinham o cinema de terror em toda a sua grandiosidade. Às já anunciadas exibições de “A Semente do Mal” e de “Infinity Pool” soma-se a estreia mundial de duas longas, a turca “The Funeral” e a francesa “Hood Witch”. Pelo Cinema São Jorge, além de Brandon Cronenberg, marcam presença os cineastas Anurag Kashiap (Índia), Paul Urkijo Alijo (Espanha) e Winnie Cheung (EUA). Ainda na edição de 2023, o MOTELX faz um cruzamento com o Festival GUIÕES e comemora os 100 anos do filme português “Os Olhos da Alma”, com música original e ao vivo de Surma.

Logo no primeiro dia, o arranque oficial dá-se com a exibição do francês “The Animal Kingdom”, a segunda longa-metragem de Thomas Cailley, protagonizada por Romain Duris. Com laivos de body horror, trata-se de uma jornada de um pai e filho num país em estado de sítio, devastado por um vírus implacável que transforma humanos em animais. Na cerimónia de encerramento, a 17 de Setembro, o caos volta a ser provocado por causas naturais no novo e segundo eco-terror do parisiense Just Philippot, “Acid”, onde o egoísmo humano se revela num momento de pânico absoluto, assim que nuvens negras de chuva ácida invadem os céus de França.

No decorrer da edição de 2023 do MOTELX, há mais catástrofes em plena natureza a estrear, como “Lovely, Dark, and Deep”, uma produção portuguesa e americana, filmada em Portugal, com a realização de Teresa Sutherland, a fotografia de Rui Poças e, no papel principal, Georgina Campbell (“Barbarian”). Também nas propostas do Serviço de Quarto, que percorre os cinco continentes, estão: a tensa odisseia pelo submundo violento da periferia de Casablanca, no marroquino “Hounds”, de Kamal Lazraq; o novo delírio visual do realizador francês Bertrand Mandico, “Conann”; e o medieval “Irati”, assente na história do País Basco, de Paul Urkijo Alijo. Este cineasta espanhol regressa ao Festival para se encontrar com o público e junta-se ao rei do neo-noir de Bombaim, Anurag Kashyap, que apresenta mais um épico gangster movie, intitulado “Kennedy”, na fronteira entre o hitman e o serial killer, e ao já confirmado Brandon Cronenberg, que vem mostrar, em exclusivo no MOTELX, o director’s cut de “Infinity Pool” (dia 15). Na mesma secção, um arrasador festim de cinema asiático, com uma forte representação da Coreia do Sul - “New Normal”, “The Childe” e “Project Wolf Hunting” -, e de Hong Kong - “Yum Investigation”, “Mad Fate” e “Detective vs. Sleuths”.

Ao lado do português “A Semente do Mal”, de Gabriel Abrantes, em estreia absoluta no velho continente (dia 16), distinguem-se duas estreias mundiais na competição Méliès d’argent - Melhor Longa Europeia: a história de amor entre um jovem transportador de cadáveres e uma zombie em “The Funeral” (Turquia), de Orçun Behram, que apresenta o filme no Festival, e a caça às bruxas em “Hood Witch” (França), de Saïd Belktibia. O lituano “Pensive”, de Jonas Trukanas, o britânico “Raging Grace”, de Paris Zarcilla, o austríaco “Smother”, de Achmed Abdel-Salam, e o dinamarquês “Superposition”, de Karoline Lyngbye, completam a ementa da competição.

A secção Doc Terror continua bem servida com o já revelado “Mister Organ”, de David Farrier (“Tickled”), mas também com “[REC] Horror Without a Pause”, de Diego López, que aprofunda a herança de “[REC]”, um dos maiores clássicos de terror espanhol, 15 anos após a sua estreia, e “We Kill for Love”, uma obra definitiva e imperdível sobre a ascenção e queda do thriller erótico americano, dirigida e escrita por Anthony Penta. Com as luzes apontadas para a vanguarda do terror, a SectionX destaca mais uma longa-metragem: “Residency”, de Winnie Cheung, uma delirante viagem punk DIY ao inferno, com apresentação da própria no Festival.

Para o último dia (18 de Setembro), o MOTELX e o projecto FILMar prepararam uma celebração única dos 100 anos de “Os Olhos da Alma”, de Roger Lion, com a banda sonora original e interpretada ao vivo por Surma, composta a pensar na ocasião. O cine-concerto ilustra o centenário deste desconhecido épico português, escrito e produzido por uma pioneira do cinema em Portugal, Virgínia de Castro e Almeida. A sessão integra um conjunto de 10 obras, entre longas e curtas-metragens, da secção Quarto Perdido, em colaboração com o projecto FILMar, operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa.

A 9.ª edição do GUIÕES - Festival do Roteiro de Língua Portuguesa (13 a 17 de Setembro), que decorre em paralelo com o MOTELX, além de divulgar o vencedor do Prémio MOTELX GUIÕES para o melhor argumento de terror português (dia 13) e de promover uma masterclass com o produtor brasileiro Rodrigo Teixeira (dia 15), sugere uma conversa à volta do impacto da sequela “Gritos”, dinamizada por Tota Alves e Fernanda Polacow, associadas e dirigentes da MUTIM - Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento. Da programação, destaca-se ainda o debate sobre inteligência artificial, moderado por Paulo Portugal e com a participação de José Pacheco Pereira, Rui Neto Pereira, Patrícia Akester e Bruno Carnide, em parceria com a APAD - Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos.

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