Crítica - Match Point (2005)

Realizado por Woody Allen
Com Scarlett Johanson, Jonathan Rhys Meyers, Matthew Goode, Brian Cox

No final de 2005, Woody Allen completou setenta anos. A marca etária atingida por este mítico cineasta poderia ter originado um abrandamento forçado da sua icónica carreira, até porque Allen está integrado em Hollywood, um mercado cruel e competitivo que anda sempre à procura das mais recentes novidades descartáveis, no entanto, no ano em que se tornou septuagenário, Allen teve força e talento mais do que suficientes para reinventar a sua carreira. Allen trocou a sua amada Nova York pela cinzenta Londres e decidiu criar um drama de paixões, traições e suspense, quase diametralmente oposto às suas famosas comédias ligeiras. A introdução de ”Match Point” é composta por uma fantástica e enigmática sequência que nos explica de uma forma muito simples e sucinta a importância que a sorte e o acaso têm na nossa vida. A sua história é centrada num antigo tenista profissional, Chris Wilton (Jonathan Rhys Meyers), que estava habituado a não conseguir o que se esperava dele e que acaba por se conformar com um trabalho medíocre num exclusivíssimo clube londrino onde eventualmente trava amizade com Tom Hewett (Matthew Goode) e Chloe Hewett (Emily Mortimer), dois irmãos e membros de uma família aristocrata que Chris habilmente utiliza para finalmente subir na vida. Chris acaba por se casar com Chloe, um matrimónio que lhe permite obter aquilo que nunca teve, no entanto, este seu sonho fica subitamente ameaçado quando se apaixona pela sedutora Nola (Scarlett Johansson), uma mulher que namora com Tom e que vai arrastar Chris e Chloe para um confuso quadrado amoroso que vai estar constantemente no centro de uma das mais envolventes e inteligentes histórias do ano.


Allen criou algo novo e diferente na sua vasta filmografia, um drama de suspense praticamente sem nenhum humor. O seu enredo é equilibrado mas incerto, conseguindo portanto prender qualquer espectador ao ecrã até à sua brilhante mas injusta conclusão. O filme é dirigido com total maturidade e uma sobriedade tipicamente britânica que não deverá desiludir o espectador. O seu elenco também está muito bem. Scarlett Johansson combina o seu charme natural com uma interpretação muito boa, e Jonathan Rhys Meyers está absolutamente fenomenal como o vilanesco Chris Wilton. “Match Point” é, sem dúvida alguma, mais uma grande obra deste realizador norte-americano que raramente nos desilude. O filme teve várias nomeações para os Óscares e para os Globos de Ouro, mas acabou por não conquistar muitos prémios.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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2 Comentários

  1. Um dos meus filmes favoritos do Woody Allen. Consigue estar ao nível das suas melhores obras.
    A Scarlett é, a par da Keira knightley, das melhores actrizes que andam por aí. Tem uma empatia com camera fantastica.

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  2. Scarlett encanta,deslumbra é algo fascinante.
    A historia é fantastica..

    Recomendo

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