Crítica - The Chronicles of Narnia: Prince Caspian (2008)

Realizado por Andrew Adamson
Com Ben Barnes, Georgie Henley, Skandar Keynes, William Moseley

Três anos depois do primeiro filme "The Chronicles of Narnia", Andrew Adamson apresenta este “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian”, o segundo filme deste franchise que é baseado no segundo livro da fantástica saga escrita por C.S.Lewis. Esta segunda aventura acontece um ano depois dos incríveis acontecimentos de “The Lion, the Witch and the Wardrobe”. Os quatro jovens que representam os quatro Reis e Rainhas de Nárnia encontram-se de novo naquele longínquo e incrível reino, descobrindo de imediato que passaram mais de mil anos desde a sua última visita. Durante a sua ausência, a Era Dourada de Nárnia extinguiu-se tendo o reino sido conquistada pelos Telmarines, que agora são controlados pelo malvado Rei Miraz, que governa o reino sem piedade. As quatro crianças depressa irão conhecer uma nova intrigante personagem e o herdeiro legítimo do trono de Nárnia, o jovem Príncipe Caspian, que foi forçado a esconder-se enquanto o seu tio Miraz conspirava a sua morte com o intuito de colocar o seu filho recém-nascido no trono. Com a ajuda de um simpático anão, um corajoso rato falante chamado Reepicheep, um texugo apelidado de Trufflehunter e um anão negro chamado Nikabrik, os habitantes de Nárnia, liderados pelos grandiosos cavaleiros Peter e Caspian, embarcam numa memorável jornada para encontrar Aslan, resgatar Nárnia do domínio tirano de Miraz e restaurar a magia e glória no reino.

“The Chronicles of Narnia: Prince Caspian” é uma obra mais madura que o seu antecessor. O mundo de Nárnia já não é retratado de uma forma tão fantasiosa e fantástica como no primeiro filme, desta forma a Walt Disney tentou agradar a um público mais vasto, expandindo a sua audiência para além das crianças e jovens-adultos. Esta nova fórmula impediu que a obra original de C.S.Lewis fosse religiosamente seguida pelo argumento do filme. A base da história mantêm-se intacta, mas certos pormenores foram rejeitados para impedir a infantilidade do filme, enquanto outros foram criados pela equipa criativa do filme de forma a completar o enredo. De certa forma a Walt Disney tentou aproximar-se da base visual de "Senhor dos Anéis", oferecendo uma experiência cinematográfica com mais maturidade e com um visual um pouco mais negro que o primeiro filme que, de certa forma, ajuda a tornar esta segunda obra mais apelativo para os mais crescidos. O argumento mais sério e adulto deste segundo filme abalou um pouco a mística de conto de fadas que acompanha toda a saga literária de Nárnia. Para os amantes dos livros, este novo filme irá certamente destoar um pouco com a ideia que estes criaram no seu imaginário, no entanto, este amadurecimento veio na minha opinião beneficiar o projecto, não só numa vertente económica, mas também numa vertente de qualidade. Quem viu o primeiro filme irá certamente notar que a história de Prince Caspian, apesar de mais adulta, não é mais forte que a da primeira obra. As personagens não foram tão bem desenvolvidas. Entre as cinco personagens principais do filme temos uma série de sentimentos e emoções que não são devidamente aprofundadas, o que causa uma certa confusão. A certo ponto não sabemos se Peter ainda odeia Caspian ou se afinal já são amigos, ou se a jovem Susan ainda se encontra apaixonada por Caspian ou se já mudou de ideias. Estes lapsos prejudicam não só o entendimento das relações pessoais no filme, mas também dificultam a tarefa do público em saber em que aspectos é que os quatro jovens modificaram em relação à primeira aventura e como estarão na terceira. Também o vilão de “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian”, o Rei Miraz, está pobremente construído, ficando a léguas da vilã de “The Lion, the Witch and the Wardrobe”, a temivél Bruxa Branca interpretada por Tilda Swinton.

Os efeitos especiais utilizados nesta segunda entrega apresentam uma melhor qualidade do que os vistos em 2005. Os animais mitológicos, como os centauros, apresentam-se mais credíveis e realistas. Aslan, o leão mágico e uma das personagens principais dos livros de C.S.Lewis, aparece mais robusto e mais semelhante a um leão real, um upgrade notório em relação à primeira aventura. A diferença mais notória entre o primeiro e segundo filme são as batalhas, que em “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian” desenvolvem-se de uma forma mais próxima à retratada em "Senhor dos Anéis". É aqui que vemos, mais uma vez, a nítida tentativa da Disney em se aproximar do épico blockbuster de Peter Jackson. Se no primeiro filme tivemos apenas uma grande batalha no final, nesta segunda obra temos vários mini-conflitos que ocupam grande parte do tempo de duração. Mais uma vez estamos perante uma prova em como as "Crónicas de Nárnia" estão mais maduras, porque o filme apresenta-se mais violento e destrutivo que o primeiro e, apesar de não conter sangue ou violência excessiva, não deixa de ter cenas bem violentas para uma aventura infantil. O elenco mantém-se ao mesmo nível. Os quatro jovens que interpretam as principais personagens apresentam-nos uma performance digna do filme e Ben Barnes, que interpreta o príncipe Caspian, também se mostrou a altura do desafio. “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian” é um filme mais forte que “The Chronicles of Narnia - The Lion, the Witch and the Wardrobe”. A Disney e o realizador Andrew Adamson foram bem sucedidos nas modificações efectuadas, tornando a saga mais apelativa para um público mais adulto mas igualmente atractivo para as crianças, o publico-alvo do filme. É certo que o argumento apresenta algumas falhas e que as batalhas demoram demasiado tempo e apresentam um grau de violência bem alto para uma aventura infantil, no entanto, esta segunda aventura nas terras mágicas de Nárnia representa uma boa dose de entretenimento.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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