Cine-Biografias Com Factos Errados

Quando Hollywood decide adaptar a vida de uma celebridade ao cinema, os guionistas têm o hábito de embelezar a sua história de vida de modo a tornar o filme suficientemente apelativo para o público. Isto acontece porque a vida comum é confusa, tem demasiadas personagens secundárias e normalmente não tem um final grandioso e tipicamente comercial. Aqui estão três exemplos de filmes biográficos, onde os factos reais foram ligeiramente alterados de forma a criar uma obra apelativa e comercial.

“Ray”

De acordo com a história do filme, Ray Charles começou a consumir heroína no inicio da sua carreira porque se sentia culpado pela morte do seu irmão mais novo, contudo no final do filme conseguiu largar o vício com a ajuda da sua mulher com quem viveu feliz para sempre e livre de qualquer vício. No entanto a história real difere um pouco da contada pelo filme, Ray largou a heroína mas continuou a consumir grandes quantidades de cannabis e o seu vício pelo álcool aumentou exponencialmente até aos últimos dias da sua vida. Ray e Della, não viveram felizes para sempre porque se divorciaram em 1976 e ao contrário do que o filme mostra, Ray nunca foi proibido de tocar na Geórgia.

“A Beautiful Mind”

Este filme biográfico baseado no livro de Sylvia Nasar, escondeu alguns dos momentos mais apimentados da vida de John Nash. O filme nunca referiu que ele teve um filho fora do casamento, que foi preso em Santa Mónica dentro de um W.C masculino sob acusação de conduta moral inadequada e que fez vários comentários politicamente incorrectos sobre várias minorias sociais. Alguns dos factos que o filme refere também não estão inteiramente correctos, o erro mais crasso é o facto de John Nash ter sofrido alucinações sonoras e não visuais como o filme parece demonstrar. Também o emocionante discurso que Nash profere no final do filme quando recebe o prémio Nobel está errado, porque na realidade ele nunca fez nenhum discurso naquela cerimónia.

“The Doors”

Este filme realizado pelo polémico cineasta Oliver Stone exagera e sensacionaliza ao máximo a vida de Jim Morrison, o eterno líder da banda The Doors. Muitos dos factos retratados no filme foram exagerados ou inventados de forma a criar uma obra polémica que retratasse Morrison como um lunático deus do rock. Tanto os amigos mais próximos do cantor como os membros da banda que ainda estão vivos, criticaram esta obra de Stone por retratar Morrison como um bêbado e um drogado sem talento nenhum para a arte musical.

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1 Comentários

  1. não é tanto a exactidão dos chamados biopics que me preocupa... repare-se no fabuloso Raging Bull de Martin Scorsese em que factos são preteridos em em favor de ficção (apesar de essa ficção continuar fiel ao que é Jake La Motta). é muito mais a inexactidão em relação ao que a pessoa retratada é na sua essência. Por vezes em cinema vale muito mais contar uma história completamente diferente à biografia do objecto, e ser fiel`àquilo que ele é, do que ser rigoroso na exposição e depois o resultado final ser um completo aborrecimento... prefiro mil vezes que os realizadores, como qq asrtista, fazem declarações pessoais sobre o objecto retratado do que simplesmente se limitem a descreve-lo...

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