Realizado por Ed Harris
Com Ed Harris, Jeremy Irons, Renée Zellweger, Viggo Mortensen
Apesar de apostar em alguns elementos característicos do género, “Appaloosa” apresenta algumas inovações narrativas que o afastam dos tradicionais westerns. É verdade que o elemento mais importante deste género mantém-se vivo através do ambiente violento e poeirento de velho faroeste, mas as habituais cenas de acção que envolvem múltiplos tiroteios foram atiradas para segundo plano, dando lugar a vários diálogos intelectuais e psicológicos entre protagonistas e vilões, que assumem uma forte e agradável influência no conjunto da obra. Ao nível do argumento também tenho que destacar a aposta no romance, exteriorizada numa espécie de triângulo amoroso entre os dois protagonistas e a viúva Allison French, que atribui ao filme uma vertente romântica bastante apelativa que influência levemente a história principal. No entanto, o argumento desta obra também apresenta algumas falhas, como os pequenos momentos cómicos que ocasionalmente aparecem na história mas que não resultam, acabando mesmo por retirar alguma seriedade aos imponentes diálogos que caracterizam este refrescante produto cinematográfico.
A par do seu excelente trabalho na realização, Ed Harris assume uma interessante performance artística ao interpretar, com convicção e astúcia, o cínico e irónico Virgil. O seu co-protagonista, Viggo Mortensen, também apresenta uma prestação irrepreensível que confirma o seu enorme talento. A intérprete da principal personagem feminina do filme, Renée Zellweger, assume também uma performance bastante séria e dramática que, apesar de contrastar com as suas habituais performance em comédias, ajuda a comprovar a sua polivalência artística. Jeremy Irons também convence no papel do principal vilão da história, um homem sem escrúpulos que representa na perfeição o velho oeste. Ao apostar numa efervescente combinação entre a essência violenta dos westerns e a profundidade intelectual de um drama, Ed Harris conseguiu criar uma obra verdadeiramente única que “actualiza” o género e abre um interessante precedente para filmes futuros.
Com Ed Harris, Jeremy Irons, Renée Zellweger, Viggo Mortensen
Os westerns, um dos géneros cinematográficos mais característicos do cinema norte-americano, estão de regresso aos grandes palcos comerciais com “Appaloosa”, um filme baseado na homónima obra literária de Robert B. Parker. O conceituado actor Ed Harris regressa à realização oito anos depois da sua brilhante estreia com “Pollock” e, tal como aconteceu com essa valorosa obra, consegue apresentar ao espectador um refrescante produto cinematográfico que se apoia num interessante argumento e num talentoso elenco. A acção do filme decorre no longínquo Século XIX no Novo México, mais precisamente na pequena comunidade mineira de Appaloosa, que vive segundo as leis do faroeste que são impostas pelo poderoso Randall Bragg (Jeremy Irons), que juntamente com o seu grupo criminoso, comanda livremente a pequena comunidade através da força e do medo. As forças da lei mostram-se incapazes de lidar com esta perigosa ameaça e, quando o xerife local e os seus dois assistentes tentam trava-lo, são brutalmente assassinados. Na sequência deste trágico acontecimento, Virgil (Ed Harris) e Everett (Viggo Mortensen) são contratados para limpar a cidade do crime e da opressão. A sua complicada missão será posteriormente dificultada pelo aparecimento de uma misteriosa viúva na cidade, que irá colocar a amizade desta dupla dinâmica em risco.
Apesar de apostar em alguns elementos característicos do género, “Appaloosa” apresenta algumas inovações narrativas que o afastam dos tradicionais westerns. É verdade que o elemento mais importante deste género mantém-se vivo através do ambiente violento e poeirento de velho faroeste, mas as habituais cenas de acção que envolvem múltiplos tiroteios foram atiradas para segundo plano, dando lugar a vários diálogos intelectuais e psicológicos entre protagonistas e vilões, que assumem uma forte e agradável influência no conjunto da obra. Ao nível do argumento também tenho que destacar a aposta no romance, exteriorizada numa espécie de triângulo amoroso entre os dois protagonistas e a viúva Allison French, que atribui ao filme uma vertente romântica bastante apelativa que influência levemente a história principal. No entanto, o argumento desta obra também apresenta algumas falhas, como os pequenos momentos cómicos que ocasionalmente aparecem na história mas que não resultam, acabando mesmo por retirar alguma seriedade aos imponentes diálogos que caracterizam este refrescante produto cinematográfico.
A par do seu excelente trabalho na realização, Ed Harris assume uma interessante performance artística ao interpretar, com convicção e astúcia, o cínico e irónico Virgil. O seu co-protagonista, Viggo Mortensen, também apresenta uma prestação irrepreensível que confirma o seu enorme talento. A intérprete da principal personagem feminina do filme, Renée Zellweger, assume também uma performance bastante séria e dramática que, apesar de contrastar com as suas habituais performance em comédias, ajuda a comprovar a sua polivalência artística. Jeremy Irons também convence no papel do principal vilão da história, um homem sem escrúpulos que representa na perfeição o velho oeste. Ao apostar numa efervescente combinação entre a essência violenta dos westerns e a profundidade intelectual de um drama, Ed Harris conseguiu criar uma obra verdadeiramente única que “actualiza” o género e abre um interessante precedente para filmes futuros.
Classificação - 3,5 Estrelas Em 5
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