Crítica - Robin Hood (1973)

Realizado por Wolfgang Reitherman
Com Brian Bedford, Phil Harris, Monica Evans e Peter Ustinov

Por várias vezes a Disney recorreu a obras literárias de renome mundial como matéria-prima para mais um filme de animação cheio de magia e alegria. Clássicos como “Peter Pan” ou “Pinocchio” saíram das páginas de um livro previamente publicado e em 1973 a Walt Disney voltou a recorrer a um conto popular e a uma história bem conhecida para voltar a fazer das suas. “Robin Hood” foi a abordagem da Disney a uma das mais clássicas histórias do folclore popular e da própria Sétima Arte – a história de Robin dos Bosques, o ladrão do povo que roubava aos ricos para dar aos pobres.
A história deverá ser conhecida por quase todos. Enquanto o Rei Richard, Coração de Leão partiu para as Cruzadas, deixou no trono o seu irmão John. Obcecado pelo poder e pela riqueza, o Príncipe John impôs pesadíssimos impostos e taxas ao povo que entretanto e como consequência vivia na completa miséria. Um conjunto de renegados albergados na floresta de Sherwood e liderados por Robin (posteriormente conhecido como Robin Hood) tratou de lutar contra a tirania do Príncipe, roubando-lhe o dinheiro e os pertences como forma de sustentar um povo faminto e à beira da ruína.


Como sempre, a Disney dispôs-se a pegar nos melhores pontos desta história e transformá-la numa divertida e aventureira viagem medieval para toda a família. “Robin Hood” é um filme divertidíssimo, cheio de acção, aventura e muitas doses de comédia. Quero crer que este clássico é mesmo um dos mais cómicos da vasta colecção da Walt Disney. O filme tem algumas cenas mais tristes e melancólicas (como também é costume), mas em vez de focar demasiado a sua trama nos pontos mais pesados e cruéis desta história, a Disney tratou de lhe atribuir um tom mais leve e muito divertido. Os heróis da história vivem batalhas cheias de aventura e cor a um ritmo alucinante, à medida que os seus inimigos vão caindo nas várias armadilhas, fazendo constantemente figura de tolos desesperados. Neste ponto, “Robin Hood” funciona muito bem e revela-se um verdadeiro clássico de família.
Outro dos pontos fortes da película está na concepção das personagens. Mais uma vez a Disney aposta forte na Natureza e nos animais, optando por transformar os vários personagens em animais que de alguma forma têm algo a ver com a personalidade de cada personagem. Assim sendo, Robin é transformado numa raposa (pela sua matreirice), Little John num urso (pelo seu tamanho), o Rei Richard e o Príncipe John em leões (pelo facto de o leão ser designado o “Rei” da selva), o confidente do Príncipe numa cobra (pelo veneno que deita nos ouvidos do príncipe), etc.
“Robin Hood” é um filme extremamente criativo e afirma-se como uma grande aventura romântica e bem-disposta, onde o companheirismo, a camaradagem e a compaixão assumem valores de destaque. Ainda assim não consegue ter a qualidade de outros clássicos, ficando uns furos abaixo de filmes com histórias originais e que dão total liberdade para os animadores da Disney imaginarem mundos fantásticos e histórias inesquecíveis.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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4 Comentários

  1. Boa iniciativa e bom fim-de-semana. Robin Hood nunca foi o meu filme favorito mas acredito que seja uma razoável e livre adptação do clássico.

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  2. É uma história que já foi tantas vezes contada em filmes reais e animados que actualmente não tem muita força mas a Disney voltou a elaborar um bom trabalho e a colocação de animais em vez de humanos incute uma agradável diferença a uma história que todos nós conhecemos.

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  3. Divertido e com cenas eletrizantes ao final. Excelente!

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