Crítica - Delicatessen (1991)

Realizado por Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro
Com Pascal Benezech, Dominique Pinon, Marie-Laure Dougnac, Jean-Claude Dreyfus

Bizarra, negra, surreal, mágica, assim se define esta brilhante comédia de Jeunet e Caro. “Delicatessen” é uma obra esteticamente e visualmente excêntrica. O cinema de Jeunet e Caro é um cinema absurdo, negro e bizarro. O filme seguinte “La Cité Des Enfants Perdus” de 1995 continua na mesma estética visual e confirma esse estilo que faz lembrar Terry Gilliam. “Tuvalu” de Veit Helmer tem claras influências no cinema de Jeunet e Caro, tanto visualmente como na construção narrativa da obra.
A acção deste “Delicatessen” decorre numa Paris pós-apocalíptica do século XXI, onde uma crise alimentar obriga a que o canibalismo seja prática corrente. Louison (Dominique Pinon) é um ex-palhaço que, em resposta a um anúncio, chega a uma estranha residência chamada Delicatessen para trabalhar. O dono da residência e carniceiro (Jean-Claude Dreyfus), arranja-lhe trabalho já com a intenção de este ser a próxima vítima. Com a falta de carne, este carniceiro explora essa escassez de alimentos com a venda de carne humana proveniente dos seus inquilinos. A filha do carniceiro, Julie (Marie-Laure Dougnac), que é quase cega, apaixona-se por Louison.
Referente a esta dupla francesa, é de salientar que Caro é aquele que se encarrega da direcção artística, enquanto Jeunet se ocupa da “mise en scène”. Depois de “La Cité Des Enfants Perdus” esta dupla foi dissolvida e Jeunet seguiu uma carreira a solo, de onde se destacam “Alien Ressurection” de 1997, “Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain” de 2001 e “Un Long Dimanche De Fiançailles” de 2004. Mas, a meu ver, este fim de uma dupla como Jeunet e Caro foi um grande desaparecimento para o cinema europeu. “Delicatessen” é uma fábula surreal e bizarra que aposta e bem num design visual negro e extravagante. Fabuloso.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

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5 Comentários

  1. O melhor dueto violoncelo/serrote da história da humanidade!! Concordo que a dissolução da dupla é uma grande perda criativa da 7ª arte, resta-nos Terry Gilliam e a sua luta sobrehumana pela liberdade criativa!

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  2. E a banda sonora deste filme é fabulosa. Cumprimentos

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  3. Um filme delicioso e irreverente. Muito peculiar, aliás.

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  4. Sim Ana, resta-nos o ex-Monty Python que é brilhante.

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  5. excentrecidade pura. simbolico, criatividade e liberdade de cores e sons , colando-se ao argumento e ao estilo tao peculiar e caracteristico da realização chega muito longe. do melhor da 7arte. ponto g!

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