Crítica - All the Boys Love Mandy Lane (2006)

Realizado por Jonathan Levine
Com Amber Heard, Whitney Able, Anson Mount

Dentro das características e possibilidades do cinema independente norte-americano, "All the Boys Love Mandy Lane" é consensualmente tido como um filme de terror razoavelmente interessante que se mostra perfeitamente capaz de rivalizar a vários níveis com várias produções comerciais do género. Esta pequena mas valorosa definição, que apoio incondicionalmente, não pode ser exagerada porque, apesar do seu intrínseco valor artístico, "All the Boys Love Mandy Lane" não consegue competir com a qualidade e inovação apresentadas por outras obras semelhantes, como “Saw” ou “Blair Witch Project” que, num passado recente, revolucionaram a indústria e apresentaram uma rentabilização lucrativa absolutamente fenomenal e teoricamente impensável.
O filme aposta essencialmente numa história que disseca os impulsos sexuais e hormonais dos adolescentes, nomeadamente dos rapazes, que geralmente fazem de tudo para “conquistarem” a rapariga mais atraente e fogosa do liceu/secundário. Neste caso concreto, essa figura feminina corresponde a Mandy Lane, uma jovem aparentemente introvertida que, depois das férias de Verão, transforma-se na rapariga mais desejada do liceu da localidade, sendo cobiçada por todos os rapazes e invejada pelas raparigas. Graças à sua nova e esbelta figura, Mandy Lane é automaticamente convidada para uma grande festa onde rapidamente se torna no centro das atenções masculinas, mas infelizmente essa atenção também atrai a infelicidade e, numa tentativa desesperada de a impressionar, um dos rapazes perde acidentalmente a vida. Nove meses depois dessa tragédia, Mandy Lane afasta-se do seu único amigo e torna-se na rapariga mais social da escola, mas a sua personalidade introvertida mantém-na sexualmente pura e intocada, algo que simultaneamente alicia e frustra alguns rapazes que, na tentativa de romperem a grande barreira, organizam uma festa num rancho isolado que tem Mandy como a grande convidada de honra. No entanto, à medida que a festa decorre, inexplicáveis homicídios começam a suceder-se e os jovens vão aparecendo mortos.
O grande assassino do filme é revelado após a primeira morte, mas esse facto não destrói a imprevisibilidade da história porque, graças a várias questões e engenhosas reviravoltas, "All the Boys Love Mandy Lane" consegue manter o suspense e a dúvida até final. Um dos pontos mais interessantes da história encontra-se no paradoxo criado entre a caracterização abusiva e superficial das jovens personagens secundárias (Masculinas e Femininas), e a caracterização puritana e simples de Mandy Lane. As personagens secundárias representam uma grande maioria da população juvenil, porque retratam as grandes danças e mudanças hormonais que impulsionam aquelas atitudes extrovertidas e irracionais da juventude, no entanto, Mandy Lane parece estar completamente alheia a esses efeitos mas, à medida que a história avança, apercebemo-nos que ela é tudo menos inocente e ingénua. O curto orçamento não permitiu grandes loucuras ou luxos mas dentro do género, "All the Boys Love Mandy Lane" deve ser encarado como uma opção válida e credível. Ao argumento moderadamente interessante junta-se uma boa performance de Amber Heard como Mandy Lane.

Classificação – 3 Estrelas Em 5