Crítica - I Love You, Man (2009)

Realizado por John Hamburg
Com Paul Rudd, Thomas Lennon, Rashida Jones, Jason Segel

As comédias são raramente caracterizadas como obras de valor ou qualidade porque apresentam geralmente traços narrativos muito semelhantes e pouco criativos. “I Love You, Man” também não foge aos típicos clichés do género, mas distingue-se das restantes comédias porque aposta numa narrativa simples e inteligente que nunca goza com a inteligência do espectador e que raramente apresenta cenas desnecessárias que só existem para incutir piadas sem graças ao filme. O seu poderoso e energético elenco liderado pelos imparáveis Jason Segel e Paul Rudd, também contribuiu significativamente para a obtenção de um resultado divertido e interessante.
A história do filme começa quando um modesto agente imobiliário chamado Peter (Paul Rudd) pede a sua namorada Zooey (Rashida Jones) em casamento. Após uma exuberante aceitação da proposta, Zooey comunica o feliz acontecimento às suas melhores amigas que rapidamente começam a preparar todos os aspectos da grande boda. Ao aperceber-se da força das grandes amizades de Zooey, Peter sente-se um pouco perdido e invejoso porque não tem qualquer amigo masculino. Esta situação torna-se socialmente relevante quando Peter se apercebe que não pode ter um padrinho de casamento, porque não conhece nenhum rapaz que seja digno de desempenhar essa importante tarefa. A falta de amigos de Peter também preocupa Zooey, que teme que o seu futuro marido possa tornar-se numa pessoa anti-social e aborrecida, características que prejudicariam o futuro da sua relação. Na tentativa de resolver esta problemática o mais rapidamente possível, Peter inicia uma incessante procura pelo amigo ideal e, após várias tentativas falhadas, conhece Sidney (Jason Segel), uma pessoa descontraída e simples que só quer aproveitar a vida. Apesar de serem dotados de personalidades completamente opostas, Sidney e Peter desenvolvem rapidamente uma forte ligação de amizade que poderá ameaçar a estabilidade da relação amorosa de Peter.

   

A narrativa de “I Love You, Man” é genericamente interessante e aceitável, sendo apenas deturpada pela presença de alguns clichés do género que impediram um resultado final ligeiramente superior. Dentro destas pequenas deturpações qualitativas encontramos um final previsivelmente feliz e algumas cenas de cariz humorístico algo duvidoso. Graças à inerente vertente comercial de “I Love You, Man”, essas pequenas falhas narrativas seriam muito difíceis de evitar, mas convém salientar que o derradeiro interesse do enredo não se encontra preso à vertente cómica da obra, mas sim à complexa exploração das diversas fases que Peter atravessa para conseguir um equilíbrio estável entre amor e amizade. É claro que essa vertente é completada por vários momentos de humor que estão bem conseguidos e que muito raramente assumem uma postura vazia e descontinuada.
Na minha opinião, uma grande parte do valor de “I Love You, Man” deve-se ao seu cómico elenco que é categoricamente dominado por Jason Segel e Paul Rudd, uma dupla que apresenta uma química impressionante e que está presente em praticamente todos os grandes momentos humorísticos do filme. É verdade que as grandes comédias deste ano ainda não estrearam, mas enquanto não chegam aos cinemas nacionais e internacionais, “I Love You, Man” vai-se assumindo claramente como a comédia comercial mais atractiva de 2009.

Classificação - 4 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>