Crítica - Transformers: Revenge of the Fallen (2009)

Realizado por Michael Bay
Com Megan Fox, Shia LaBeouf, Hugo Weaving, Josh Duhamel

O lançamento internacional de “Transformers: Revenge of the Fallen” foi cuidadosamente preparado e amplamente publicitado durante largos meses pela DreamWorks, no entanto, este espectáculo mediático foi rapidamente abalado pelas críticas extremamente negativas que atacaram implacavelmente a mentalidade explosiva de Michael Bay. Essas críticas generalistas são, na minha opinião, perfeitamente adequadas porque o grande culpado deste fracasso qualitativo é claramente Michael Bay, um cineasta visivelmente comercial que transformou esta sequela num longo e degradante espectáculo cinematográfico que aposta fervorosamente num excessivo número de efeitos visuais e sonoros que impedem um desenvolvimento narrativo coerente e lógico.
A história de “Transformers: Revenge of the Fallen” passa-se dois anos depois dos acontecimentos de “Transformers”, onde Sam Witwicky (Shia LaBeouf) e os Autobots conseguiram proteger a raça humana da invasão dos Decepticons. Agora, Sam prepara-se para um novo desafio, sair de casa para ir para a Universidade onde pretende formar-se em Astronomia. Como o Planeta Cybertron é inabitável, também os Autobots começam uma nova vida na Terra, num projecto secreto em que juntamente com os militares, formam a equipa NEST, cuja missão é procurar os Decepticons que ainda se escondem na Terra. Mas os Autobots não são vistos com bons olhos por todos, especialmente pelo Conselheiro de Segurança Nacional Theodore Galloway que assume o rosto da vontade de banir todos os Transformers do Planeta Terra. Entretanto, a vida "normal" de Sam sofre um adiamento imprevisto porque os Decepticons subitamente descobrem que ele representa a chave do destino da decisiva batalha entre o Bem e o Mal. Agora, juntamente com os Autobots e Soldados do NEST, Sam e Mikaela (Megan Fox) têm de desvendar o segredo da presença dos Transformers na Terra e os sacrifícios que terão de ser feitos para a proteger de uma vingança anunciada, o regresso do mítico Decepticon Original, The Fallen.


Apesar das inúmeras falhas ao nível do argumento e do elenco, o primeiro filme da saga introduziu razoavelmente este rentável produto de animação aos grandes palcos cinematográficos. No entanto, a sua consolidação nesta complexa indústria iria depender dos futuros projectos da saga e, com a apresentação desta sequela, um dos filmes mais aguardados deste ano, parece-me claro que esse objectivo não será completamente cumprido. Acredito que comercialmente, “Transformers: Revenge of the Fallen” irá manter os valores do primeiro filme, mas a sua imagem poderá ficar irremediavelmente manchada se posteriormente vier a ser considerado um flop qualitativo, algo que neste momento parece-me bastante provável. Uma análise mais aprofundada desta obra mostra-nos que narrativamente, “Transformers: Revenge of the Fallen” é bastante frágil e incompreensível. Existem demasiadas personagens que vão aparecendo e desaparecendo sem grandes explicações, mas também existem demasiadas histórias paralelas que nunca são convenientemente desenvolvidas. Os grandes vilões do primeiro filme regressam em força, mas são completamente ofuscados por um vilão superior que elabora uma complexa estratégia para recuperar uma série de engenhos que supostamente estão escondidos na Terra, mas que por alguma razão não explicada, escaparam aos heróis do primeiro filme que subitamente arranjam novos aliados e várias conexões militares. Entre fugas e lutas por diversas localizações que não ficam restringidas à superfície terrestre, somos confrontados com sucessivas mortes e ressurreições que tornam ainda mais inexplicável esta complexa história. Os conceitos e mecanismos dos Transformers são aereamente explicados, algo que prejudica a compreensão objectiva de quem nunca tenha visto os desenhos animados da saga. Os frágeis diálogos também não convencem, porque são pouco objectivos, focando-se essencialmente em informações básicas e ideais superficiais de justiça ou amor, basicamente as filosofias clichés deste tipo de filmes que representam uma batalha entre o Bem e o Mal.


Surpreendentemente, o negativismo desta obra não se restringe ao argumento, mas também se alastra aos aspectos técnicos, uma das vertentes mais apreciadas do primeiro filme. A detalhada e imaginativa construção computorizada dos Transformers mantém-se intacta e imponente, mas tudo o resto é um verdadeiro espectáculo de exageros que foram idealizados por Michael Bay, um cineasta que infelizmente não se conseguiu controlar e adicionou demasiados efeitos a uma produção que exigia um pouco mais de contenção tecnológica. Este excesso de efeitos visuais/sonoros dá-se sobretudo nas grandes sequências de acção que estão sobrelotadas de intervenientes e explosões, algo que seria minimamente aceitável num filme com duas ou três cenas deste tipo, mas quando estamos perante uma mega produção de aproximadamente duas horas e meia que aposta consecutivamente nessas cenas, torna-se óbvio que cena após cena, a grande maioria dos espectadores começam a ficar visualmente e sonoramente saturados de tanta confusão bélica que acaba sempre numa destruição previsível.
O elenco mantém a mediocridade do primeiro filme, já que os principais intervenientes mantêm um nível básico e superficial porque é notório que as suas capacidades profissionais não interessam à saga, no entanto, as capacidades físicas assumem uma preponderância substancial e, neste campo, Megan Fox e Isabel Lucas assumem claramente o protagonismo visual. Em 2007, “Transformers” dividiu a crítica especializada mas conquistou um respeitável sucesso comercial nas bilheteiras internacionais, algo que muito provavelmente também irá acontecer com “Transformers: Revenge of the Fallen”, apesar das múltiplas críticas negativas e inúmeras falhas ao nível do argumento e realização.

Classificação – 1 Estrela Em 5

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10 Comentários

  1. De facto, foi muito mau. O primeiro filme até foi razoável e esperava que este pudesse ser um pouco melhor... Não estava à espera de nenhuma obra-prima, mas está mau demais. O que me deixa perturbado é que a sala onde eu vi o filme encheu-se de aplausos no final... :s

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  2. A sala encheu-se de aplausos no final simplesmente pq o filme, em suas cenas de ação ditas exageradas, é foda! As pessoas não vão ao cinema assistir um filme de aventura/ação no intuito de avaliar o talento dos atores e nem se a quantidade de efeitos especiais foi a ideal.
    Eu sou uma dessas pessoas, que assiste um filme no cinema preocupado se ele vai trazer as sensações que gosto de sentir, mas ainda assim gosto muito de filmes com uma boa história e um elenco de peso.
    No que se propõe, que é te deixar bobo com tantas cenas colossais de combate, esse filme foi 10.

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  3. Já fui ao cinema ver o filme duas vezes, não por se tratar de uma obra-prima, que não o é, não por se tratar de um filme para óscares, que não o é, mas por se tratar dum filme que retrata uma geração de fãs e entretem, desde o primeiro momento, o público!
    Eu sou uma fã de Bay e dos TRANSFORMERS. Bay não faz filmes para óscares, mas para entretar o público e para congratular os fãs da série que até hoje se mantêem fiéis.
    Não o considero um flop e muitos fãs também não, ou não teria as receitas que até hoje somam milhões! Cerca de 125.9 milhões em três dias.
    Quanto às personagens que aparecem e desaparecem, a única nota é que os Autobots, como a Arcee, o Jolt e o Sidewipe, deveriam aparecer mais! O Optimus mais uma vez centra o filme e acho brilhante a personagem do Sam.
    Quando às histórias paralelas, não compreendo a que se referem...gostaria que esclarecessem nesse ponto!
    Bay, penso eu, teve o cuidado de explicar, através do Sam e do Jetfire, as ligações entre os Primes com os actuais TRANSFORMERS e a importância do Energon...Daí a importância desta personagem!
    Quanto à Mickaela, Megan Fox, penso que apresenta mais personalidade, sendo a segunda figura de destaque, nas personagens humanas e evoluiu muito desde o primeiro filme!
    Por isso, ao elaborarem a crítica, pensem também na perspectiva dos fãs, que se deslocam ao cinema e, no meu caso, se comovem, se divertem e por conhecerem as características deste género de filme, esperam algo fantástico!
    E tiveram algo fantástico!

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  4. Todas as opniões são perfeitamente aceitaveis e crediveis. Eu nunca duvidei que em termos finaceiros, este Transformers ia ser um grande sucesso porque as imagens ainda convencem muita gente, digo apenas que já vi filmes de acção/aventura (blockbusters) com efeitos visuais e sonoros mais moderados, sendo o melhor exemplo o grande "The Dark Knight" ou até mesmo "Iron Man", acho que se pode aplicar a Michael Bay o ditado "A Quantidade Não Faz Qualidade" e este transformers tem muitos mas mesmo muitos efeitos especiais e maior parte deles não são bonitos ou espetaculares, criam apenas essa ilusão porque no fundo são apenas explosões de cor e barulho.

    Quanto às histórias secundárias, acho que nunca foi muito bem explicado o envolvimento do exercito com os autobots nem a opinião do governo americano sobre os mesmos. Dentro dos decepticons nunca precebemos a dimensão da relação entre Megatron e The Falen nem que decepticon é aliado a quem. A própria Alice cai praticamente de paraquedas.

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  5. Penso que a relação entre os Autobots e o exército foi claramente explicada no final do 1.º filme e através do Optimus, neste.
    Surgiu, aquando o alcance do Bee do cubo, a intenção do exército proteger o Sam, o cubo e o "yellow camaro" e daí a continuação dessa protecção na cidade. Até porque, o exército ajudou a destruir o Megatron e o Blackout. No final do filme, o Optimus sente-se mesmo honrado pela ajuda dos soldados.
    Neste, houve a clara intenção de explicar e demonstrar o NEST, sendo uma "organização" independente do exército americano. Aliás, como todas que existem, tem problemas com o governo. Daí surgir complicações com o representade "chato" do governo.
    Quanto aos Decepticons, como inicialmente Megatron estava "perdido" na Terra, penso que a missão principal no 1.º filme era de encontrar o cubo e resgatar o Megatron.
    O Fallen já é o aprofundar da história, que até os próprios Autobots desconheciam. Todos se submetem ao poder do Fallen, sendo o Megatron o mais "cego".
    Já o Starscream é que andou muito perdido...mostrando sempre a faceta de cobarde!
    O que, penso que, não ficou claro foi o surgir dos pequenos decepticos na cozinha do Sam, já com a intenção de o atacarem por causa do fragmento, quando no 1.º filme, isso acontece quando ele corre pela rua com o cubo, os rôbots apenas surgem sem o atacar.
    A Alice foi uma arma usada pelos Decepticons, que explorava as fraquezas do Sam. Creio que o Soundwave era a ponte entre todos.

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  6. Lá está, as dissidencias entre governo/exercito e Nest não foram fudamentadas e convenientemente exploradas, teria sido muito interessante pegar e desenvolver o choque dos mundos politicos e da argumentação dos dois lado, explorando as problemáticas relacionadas com o excessivo uso de tecnologia e relação com uma raça que a qualquer altura poderia facilmente controlar o planeta, teria sido intressantissimo ver como os dois lados defenderiam as suas posições e que argumentos utilizariam, previa grandes e ricos diálogos. Não sei se viu a saga "Terminator" mas os medos perante a globalização da tecnologia foram muito bem explorados atravéz da Skynet, um programa que ficou consciente, porque parecendo que não, e sendo óbvio que não haverá nenhum holocausto nuclear, se um dia a tecnologia desenvolve demasiado não poderá controlar-nos? Este são promenores narrativos que ficam sempre bem a um blockbuster e verificam-se em outros filmes, como por exemplo "The Dark Knight" que explorou a demencia e os sacrificios humanos ou "Iron Man" que explorou os remorsos e os limites da ambição que naquele caso davam aso a destruição massiça ou até mesmo terrorismo e "The Incredible Hulk" que explorou a dupla personalidade do Hulk/Bruce e os sacrificios que os uniram. São coisas pequenas como estas que vão enriquecendo o filme e que o tornam mais do que um bom produto visual e lá esta, "Transfomers 2" é exactamente isso um produto vazio e oco para as massas populacionais.

    Voltando à história, Alice - The Pretender, merecia na minha opinião um pouco mais de interesse, afinal de contas estavamos perante uma personagem completamente diferente da fisionomia e estilo dos Transformers, teria sido muito interessante que desenvolvessem o seu passado e lógica de existencia e aprofundassem o porque da sua diferença, poderão os Transformers ser humanos algum dia? O Megatron é outra das coisas inexplicáveis, no primeiro filme era o rei e senhor dos Decepticons e não temia ninguem e era extremamente mau e poderoso, neste segundo filme regressa mais forte do que nunca e é assombrado pela mera imagem do The Fallen, um vilão que me faz extremamente confusão porque se ele era um dos Transformers Originais não deveriam todos conhece-lo e ao seu poder, os outros seis não deveriam te-lo usado como exmplo, coisas que me escapam outra coisa que também me escapa é quantos artefactos extraterrestres temos na terra porque é impressionante que o Sabe Tudo Optimus Prime nunca se tivesse lembrado do Energon ou ter deduzido os poderes do Sam. Os Autobots secundários também estão longe da minha compreensão. Ou seja, "Transfomers 2" pos tantas personagens que acarretam tantas histórias que perdem 5 segundos nelas e mesmo assim precisaram de duas horas e meia, em tempo semelhante qualquer um dos "Lord of The Rings" apresentou personagens e desenvolveu todas as suas histórias com calma e paciencia, bem como muitas questões de fidelidade/lealdade e dualidade de termos entre bem e Mal, deixando muito tempo para batalhas.

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  7. Mas, penso que a questão aqui é que se o Michael Bay apostasse nessa problemática da oposição do governo perder-se-ia a essência do filme, que é a luta pela Energon e o percurso necessário do Sam até à ressureição do Optimus. Porque, por vezes, o filmes também pecam pelo entrave que essas problemáticas criam. Quanto ao produto vazio, peço desculpa mas, discordo...penso que Bay, apesar de todos os efeitos à sua maneira, sempre procurou seguir a "fidelidade", em certa forma, à série...sempre houve o conflito entre os TRANSFORMERS e a essência é sempre a dedicação dos Autobots, as façanhas que executavam, as ligações aos humanos...
    Quanto ao Megatron, bem penso que neste filme é o mais frágil de todos...basta ver pelas batalhas na floresta e no deserto. Apesar do que acontece ao Optimus, ele nunca mostrou grandes hipóteses de vencer, mesmo com a companhia dos Decepticons Starscream e Blackout, quase que perde na floresta e sai completamente derrotado no deserto. Esteve mais enferrujado que a ferrugem que contem.

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  8. São opiniões, apenas acho que por duas horas e meia poderia ter ido muito mais longe com o argumento.

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  9. O filme tem de exagero são: aparecerem mais humanos do que robots, parece que os militares é que são os hérois e não os Autobots, tem muitas piadas e palavrões de mau gosto...
    É que basicamente, o Bay não consegue fazer 1 filme dos Transformers que não tenha este tipo de cenas.
    E ele podia ter adicionado coisas originais ou melhores, por exemplo: O optimus quando se combina com partes do Jetfire, podia ter destruido o Devastator em vez de serem os humanos pra variar, ou quando o Soundwave lança o Ravage podia ter dito: Ravage deploy or launch, operation retrive the fragment; ou quando os Constructicons se vão combinar, o Scrapper poderia ter dito: Constructicons unite... Cenas deste tipo podiam ter tornado o filme também 1 pouco melhor.
    Mas não, é exagero de humanos, muitas explosões, cenas baralhadas na historia etc.
    Michael Bay, és 1 vergonha pra usares os Transformers pra fins lucrativos e nada mais!!!

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  10. Michael Bay só teve 2 filmes bons:o rochedo e a ilha.Este Transformers 2 pode ter tido exito nas bilheteiras mas é horrivel,talvez o pior filme do homem até na acção chateia ainda mais que todos os que já fez.Até o consigo apreciar como realizador de acção mas deixa muito a desejar.Não se pode pedir a um calceteiro que toca musica clássica...

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