Crítica - The Life Before Her Eyes (2007)


Realizado por Vadim Perelman
Com Uma Thurman, Evan Rachel Wood, Eva Amurri

Os temas pedagógicos dos vários ramos da psicologia são constantemente utilizados na indústria cinematográfica porque fornecem aos guionistas, uma excelente base intelectual para todos aqueles argumentos que procurem surpreender e cativar os espectadores com histórias complexas e imprevisíveis que consigam puxar pelo seu intelecto. Esta ideologia foi aplicada sem sucesso neste “The Life Before Her Eyes”, uma obra melodramática que aposta numa temática relativamente incerta e complexa que não é convenientemente abordada pelo argumento que perde demasiado tempo com pormenores insignificantes, algo que confere um ritmo lento e aborrecido ao filme.
A narrativa desta obra é despontada quando um estudante armado mata quinze dos seus colegas de turma e professores antes de encurralar dois deles numa casa-de-banho, a criativa e selvagem Diana e a sensata e conservadora Maureen. Quinze anos depois deste trágico acontecimento que aparentemente provocou a morte de Maureen, acompanhamos a vida supostamente perfeita de Diana, a grande “sobrevivente” do massacre estudantil. O seu marido Paul é professor no colégio de artes local e a sua filha Emma está no início da idade adulta e já começa a exibir alguns preocupantes sinais da personalidade selvagem que afectou a sua mãe durante a adolescência. A memória do lado mais selvagem da sua personalidade atormenta Diana, especialmente à medida que o 15º aniversário do tiroteio da escola se aproxima. Perseguida pelos impensáveis e indescritíveis acontecimentos daquele dia, Diana vê a sua vida actual desmoronar-se, o seu marido torna-se cada vez mais ausente, a sua filha começa e ter problemas com os professores e o seu próprio domínio da realidade começa a vacilar. Entretanto começa a descobrir o poder redentor da sua amizade com Maureen, mesmo com o terrível fantasma da violência a pairar no horizonte.
O argumento baseia-se essencialmente num mito popular que defende que antes de morrermos conseguimos ver os melhores momentos da nossa vida, algo que neste caso é ligeiramente alterado e alargado a acontecimentos futuros que nunca chegaram a acontecer. É claro que esta pequena informação só nos é fornecida nos momentos finais da conclusão, porque até esse momento, o desenvolvimento não nos fornece grandes pistas ou explicações, limitando-se a relatar sem grande ritmo e interesse os problemas que afectam a mente de Diana, uma personagem nitidamente instável que vive assombrada pelo seu trágico e selvagem passado. Um dos pontos mais confusos da história prende-se com as conturbadas relações entre Diana e Emma, estas são facilmente explicadas após a conclusão da obra mas enquanto isso não acontece, não conseguimos entender as diferentes mensagens ligadas aos diálogos entre as duas personagens ou aos sucessivos desaparecimentos de Emma, uma criança que representa a filha abortada por Diana na adolescência. No fundo, “The Life Before Her Eyes” representa a vida que Diana poderia ter tido, caso não se tivesse sacrificado pela amiga durante o sequestro/tiroteio, vida essa que é acompanhada por várias mensagens inconscientes do seu passado que assumem a forma de atitudes pessoais ou outras personagens como Emma ou Paul. Infelizmente esta representação de possibilidades foi pessimamente estruturada e desenvolvida pelos guionistas que perderam demasiado tempo com aspectos sem importância.
As actrizes Uma Thurma e Evan Rachel Wood, assumem os principais papéis do filme ao representarem respectivamente a fase adulta e adolescente de Diana, no entanto, fazem-no sem grande brilho ou intensidade, limitando-se a apresentar uma performance simples e básica que não realça as melhores qualidades destas talentosas actrizes. Concluindo, “The Life Before Her Eyes” é um melodrama confuso e aborrecido que não aproveitou as potencialidades fornecidas pelo complexo tema que poderia ter originado um filme muito mais interessante e completo.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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4 Comentários

  1. esse filme é muito confuso e sem graça assistir ontem e perdi meu tempo,odiei

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  2. um filme realmente confuso poderia ter sido mais claro, mas e uma otima historia.

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  3. Horrível, quando pensei que estava entendendo vi que não entendi nada.

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