Crítica - A Christmas Carol (2009)

Realizado por Robert Zemeckis
Com Jim Carrey, Steve Valentine, Daryl Sabara

A aventura natalícia idealizada por Charles Dickens é novamente adaptada ao cinema por Robert Zemeckis, um imaginativo cineasta que nos últimos tempos tem apostado na inovadora tecnologia de animação digital, tecnologia essa que utilizou novamente nesta razoável adaptação cinematográfica de “A Christmas Carol”. A história desta célebre produção natalícia é protagonizada por Ebenezer Scrooge (Jim Carrey), um homem de coração duro que não acredita no espírito natalício e que portanto, começa a época natalícia com o seu habitual mau humor, gritando com maus modos ao seu fiel empregado e ao seu alegre e carinhoso sobrinho, no entanto, quando três fantasmas temporais o levam numa viagem reveladora de muitas verdades que o velho avarento não quer enfrentar, ele vai ter de abrir o seu coração para apagar anos de ruindade antes que seja tarde demais.


O argumento é baseado numa história literária amplamente conhecida que foi inúmeras vezes adaptada ao grande ecrã através de vários géneros cinematográficos, logo é praticamente impossível que alguém desconheça as moralidades subjacentes a esta famosa história que nos elucida sobre a avareza, o materialismo e a importância do amor. A narrativa desta produção animada é emocionalmente incompetente, ou seja, raramente consegue transmitir ao espectador a verdadeira essência desta época e desta história. A narrativa claramente dirigida aos espectadores mais novos, também não envereda por caminhos moralmente complexos, como acontece por exemplo com outras versões substancialmente mais adultas desta intemporal história. A própria evolução subjectiva da personagem principal é fragilmente acompanhada pelo argumento que desfortalece constantemente a sua magnifica viagem, algo que descredibiliza a sua impressionante transformação.


Esta versão digitalizada de Robert Zemeckis é visualmente deslumbrante, apostando em inúmeros elementos tecnológicos verdadeiramente esplendorosos que deverão surpreender qualquer espectador de qualquer idade. A exuberância dos pormenores animados é demonstrada através das personagens animadas que são esteticamente realistas e dos cenários que são extremamente pormenorizados. O criativo realizador conseguiu apresentar-nos alguns planos cinematográficos verdadeiramente elegantes e interessantes que aproveitam ao máximo a qualidade da animação digital. “A Christmas Carol” também é pautado por inúmeros momentos de adrenalina desnecessários que obviamente existem para agradar aos espectadores mais jovens. O elenco é qualitativamente liderado por Jim Carrey, um engraçado actor que interpreta na perfeição as suas quatro personagens.


O argumento de “A Christmas Carol” ficou muito aquém das expectativas porque não conseguiu representar com uma fidedigna emoção, o espírito natalício presente na fantástica obra de Charels Dickens. A qualidade técnica desta produção é impressionante, no entanto, não é suficiente para a colocar na lista das melhores adaptações cinematográficas deste clássico literário.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

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