Crítica - The Wolfman (2010)


Realizado por Joe Johnston
Com Anthony Hopkins, Emily Blunt, Benicio Del Toro, Geraldine Chaplin

Os verdadeiros lobisomens regressam aos cinemas mundiais através de “The Wolfman”, um remake do homónimo clássico da década de quarenta, no entanto, esta versão contemporânea não é brilhante, muito pelo contrário, apresenta algumas falhas narrativas que retiram algum suspense à icónica história que era considerada uma das mais assustadoras da história da sétima arte. Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) é um aristocrata atormentado que abandonou Blackmoor, uma pequena aldeia britânica onde nasceu, após graves desavenças com o seu pai, Sir John Talbot (Anthony Hopkins). Alguns anos depois é contactado pela noiva do seu irmão, Gwen (Emily Blunt), que o informa do seu desaparecimento e lhe suplica que regresse à sua aldeia para ajudar nas buscas mas quando chega a Blackmoor, Lawrence descobre que o seu irmão foi brutalmente assassinado e corre o rumor de que uma terrível criatura sobre-humana anda à solta pelos bosques da aldeia, uma criatura que foi vítima de uma terrível maldição que transforma homens em lobisomens. Lawrence e Frances Aberlin (Hugo Weaving), um inspector da policia inglesa, descobrem que a maldição é verdadeira e agora terão de encontrar uma forma de destruir essa terrível criatura que habita nos bosques, no entanto, durante essa aventura, Lawrence vai descobrir, em si próprio, instintos que nunca antes poderia imaginar.


À semelhança do que acontece com a esmagadora maioria das refilmagens contemporâneas dos grandes clássicos do passado, “The Wolfman” não nos apresenta um argumento criativamente ou qualitativamente superior ao do clássico original. A história é objectivamente semelhante mas é subjectivamente diferente, porque nos apresenta uma abordagem mais superficial e mais romântica do que aquela que foi efectuada pelo seu histórico antecessor, assim sendo, somos constantemente confrontados com sequências que demonstram ao pormenor as características monstruosas dos lobisomens ou que exploram o romance impossível entre a humana e o monstro, uma espécie de adaptação do romance exposto em “Beauty And The Beast”. A principal vertente negativa da história é a ausência de elementos de qualidade que estão relacionados com um ambiente de mistério e dúvida, assim sendo, nunca somos devidamente confrontados com um mistério intrigante e enriquecido pelos sentimentos de apreensão e paranóia das personagens, sentimentos esses que transformaram o clássico da década de quarenta num dos melhores filmes do género.


A atmosfera terrorífica é fragilmente construída e desenvolvida à base de estereótipos superficiais que tentam assustar os espectadores através da fisionomia dos lobisomens, e não através da imprevisibilidade dos acontecimentos da história. Os estereótipos também estão amplamente presentes no desenvolvimento das relações entre as personagens, assim se explicam os previsíveis eventos da conturbada relação familiar entre Lawrence e Sir Talbot e da medíocre relação amorosa entre Lawrence e Gwen. A conclusão é bastante melodramática, mas oferece a única solução possível para uma história sobre querelas familiares e romances inesperados que colocam superstições sobrenaturais pelo meio.


O melhor elemento desta produção é o seu notável visual que está recheado de fantásticos elementos obscuros, que aumentam o misticismo desta história que é ambientada na Inglaterra Vitoriana, uma época que foi muito bem recriada pelas diversas equipas responsáveis pelos diversos pormenores desta produção, assim sendo, somos confrontados com magníficos trabalhos de caracterização e com inúmeros vestuários que são historicamente correctos. Os cenários são obscuros e góticos, mas conseguem ser bastante atractivos porque exteriorizam na perfeição o espírito da narrativa. A construção dos lobisomens também é excelente, porque nos apresenta uma monstruosa e arrepiante criatura que se assemelha bastante à imagem histórica que temos de um lobisomem. Os pormenores mitológicos que estão relacionados com as características e as fraquezas dos lobisomens também foram respeitados e toda a construção desta mítica criatura é absolutamente perfeita. As sequências computorizadas são visualmente atractivas e completam na perfeição a vertente superficial desta longa-metragem. Os confrontos físicos entre as personagens também acrescentam uma adrenalina necessária à história. O elenco é composto por actores de enorme qualidade, como por exemplo, Anthony Hopkins ou Benicio Del Toro, dois excelentes profissionais que nos apresentam as melhores performances do elenco porque nos conseguiram apresentar uma interpretação bastante competente e dinâmica das suas respectivas personagens.


A versão contemporânea desta clássica produção não é convincente mas conseguirá entreter os espectadores através dos seus fantásticos elementos visuais e da sua história comercial. O trabalho de Joe Johnston é claramente mais leviano e medíocre que o que nos foi apresentado por George Waggner em 1941, no entanto, “The Wolfman” consegue ser uma das melhores produções sobre lobisomens das últimas décadas.

Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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8 Comentários

  1. Pois eu confesso que não gostei nada! Fraquinho, e nem nomes como Del Toro ou Hopkins conseguem salvar o filme. Numa palavra para definir: SECANTE...

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  2. Eu gostei. Não achei assim tão mau. De facto a caracterização das personagens e a recriação de época, bem como o ambiente constantemente gótico, são os grandes trunfos deste filme. Só por isso vale a pena vê-lo no cinema.

    Nuno Russo

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  3. Amei o filme. A ambientalização, os personagens, o lobisomem está muito bem montado. Faltaram alguns elementinhos que, vamos ser sinceros, não estragaram o filme. Um pouco mais de suspense, um romance um pouco mais explorado e algumas situação que nos fazem pensar talvez mas, a criatura e seus movimentos ficaram excelentes, bem como pontos muito bons na história. Vale a pena conferir!

    Alexandre - Professor Português/Inglês

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  4. ERRATA! Não revisei o meu texto e houve deslizes na gramática, corrigi-os e posto novamente...

    Amei o filme. A ambientalização, os personagens, o lobisomem estão muito bem elaborados. Faltaram alguns elementinhos que, vamos ser sinceros, não estragaram o filme. Um pouco mais de suspense, um romance um pouco mais explorado e alguma situação para mexer com o nosso intelecto talvez mas, a criatura e o movimento da história ficaram excelentes. Vale a pena conferir!

    Alexandre - Professor Português/Inglês

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  5. Professor burro, texto confuso e sem concordância nominal !

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  6. Gostei muito do filme.pois ele trás aos nossos olhos o realismo e o terror que se encontra dentro do monstro, o ambientte, os personagens de prima como,Anthony Hopkins, Emily Blunt, Benicio Del Toro, Geraldine Chaplin fazem com que o filme siga uma linha perfeita em sua história enquanto os efeitos o lobisomem é de um realismo fantastico os efeitos sonoros estão perfeitos o cenária a fotografia estão explorando o que a de mais sombrio num ambiente tipico da época,digo o mesmo das vestimentas estão de acordo com a realidade do filme
    e por fim a refilmagem está mais apimentada que o classico da decada de 40 deixando o filme sem dever nada ao da decada de 40 resumindo um filme de terror como nunca mais se tinha visto nota 10

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  7. Nossa, se o cara aí de cima é professor de língua portuguesa, tenho pena de quem for seu aluno. Mas tenho certeza que ele só estava de brimks. No way que iriam deixar alguém que não sabe escrever dar aulas de língua portuguesa. :]

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  8. Coitado do professor. Saiu recentemente a versão em DVD deste filme, que, confesso que me caiu nas boas graças quando visto no cinema. Porém, a edição de DVD dita alargada, "versão do realizador", acrescentou ao filme 16 desnecessários minutos que provocaram uma incoerencia na história. Na versão dos cinemas, Lawrence era contactado por Gwen via cartas aquando do desaparecimento do seu irmão. Essa correspondência é, mais tarde no filme, várias vezes mencionada. Ora, na edição alargada, Gwen vai pessoalmente pedinchar a ajuda de Lawrence. Logo, tal correspondência de cartas é anulada. O que ocorre, é que no seguimento do filme essas cartas são, mais de uma vez, referidas como existentes no enredo. Estranho...
    Os 16 minutos adicionais atribuém um início de filme secante que não existia no original exibido nas telas. Observamos um "Oh que giro, o Lawrence a caminho de Blackmoor".
    A imagem parece maltratada.
    Enquanto adicionam cenas novas nesta pobre edição que se apresentam 100% desncessárias, resolvem cortar ou deixar cortadas outras que teriam um efeito muito mais aprazível na película. Nomeadamente na primeira transformação do bicho que uiva, que nos "extras do DVD", se encontra "alargada" e, no filme, está muito mais reduzida. E pobre.

    Estas críticas são apontadas à versão DVD comercializada em Portugal. No cinema tive um grande prazes em ver este filme. Palmas ao ambiente gótico criado, a Antonhy Hopkins e à ideia genial de (spoiler) tranformar o acarinhado "Hannibal Lecter" no vilão, lobo mau, da história e ao final que, sendo algo melodramático, foi bastante agradável neste filme negro. Critica apenas uma má construção dos diálogos e do desenvolvimento do guião na parte inicial.

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