Realizado por James Mangold
Com Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard, Viola Davis, Paul Dano
James Mangold é um cineasta bastante versátil. Na sua filmografia conta com títulos tão díspares quanto o romance "Kate & Leopold", a oscarizada biografia de Johnny Cash "Walk the Line", o thirller "Identity", o western "3.10 to Yuma" ou o drama sobre obsessão "Girl, Interrupted" que valeu o Oscar de melhor actriz secundária a Angelina Jolie. Portanto este "Knight and Day", apresentado como uma mistura de comédia e filme de espionagem com uma pitada de romance suscita a curiosidade, sobretudo depois do curto mas absolutamente genial e surpreendente papel de Tom Cruise em "Tropic Thunder", a dar asas à sua veia cómica. Para além disso, marca a reunião de Cruise e Cameron Diaz depois de "Vanilla Sky".
June Havens (Diaz) é uma reparadora de carros clássicos que esbarra no aeroporto com o charmoso Roy Miller (Cruise). A partir daí a sua vida nunca mais será a mesma: aterragens de emergência, perseguições automóveis diabólicas, agentes secretos (Sarsgaard entre outros) e traficantes de armas em busca da fonte de energia perpétua concebida pelo adolescente Simon Feck (Paul Dano), enquanto é constantemente drogada e arrastada para ilhas paradisíacas, comboios nos Alpes e largadas de touros em Sevilha.
O filme está bastante bem conseguido em termos de entretenimento. As cenas de acção estão filmadas com muito realismo, muito ao estilo da velha guarda (ou pelo menos assim parece), sente-se ali o trabalho corporal, de duplo, não ecrãs verdes e elementos digitais. Somos brindados com sequências de tirar o fôlego, originais, propositadamente inverosímeis e como tal hilariantes (o avião, os vôos de carro em carro de Cruise, a perseguição em plena largada de touros). Por trás da pirotecnia e dos acontecimentos pouco prováveis está uma trama decente e empolgante, entre a corrupção intragovernamental e um tema muito contemporâneo, a energia perpétua, pontuada por momentos e diálogos de pura comédia. É evidente que Tom Cruise está completamente à vontade na pele da sua personagem, estilo Ethan Hunt na desenvoltura em tempo de acção e perigos rocambolescos, mas com uma grande dose de ingenuidade e comicidade, como se não se achasse credível a si próprio. No entanto, a relação que nasce entre os protagonistas baseia-se demasiado na suposição de que a química entre Cameron Diaz e Tom Cruise é um dado adquirido, quando não é o caso. É preciso uma boa dose de condescendência para perceber como de repente um agente altamente treinado, em fuga pela própria vida e acusado de traição, se encanta tão intensamente por uma loira destrambelhada, com algum botox a mais, a ponto de deitar por terra tudo aquilo por que arriscou a vida. É um facto que, se Cruise ainda consegue fazer resultar o action man quarentão, o papel de Diaz, que lhe cairia que nem uma luva há uns anos atrás, já lhe fica a destoar. O final, de pura comédia romântica, também deixa a desejar.
Ao fim e ao cabo, é um bom filme de Verão, uma história interessante, cenas de acção inconcebíveis mas deliciosas, ideal para entreter, dar umas gargalhadas e não pensar muito. Ainda assim, entre o mentalmente instável e o galã, a interpretação de Tom Cruise, explorando a vertente comédia das suas capacidades representativas, é a verdadeira razão para ir ver o filme. E eu não sou admiradora do actor.
Com Tom Cruise, Cameron Diaz, Peter Sarsgaard, Viola Davis, Paul Dano
James Mangold é um cineasta bastante versátil. Na sua filmografia conta com títulos tão díspares quanto o romance "Kate & Leopold", a oscarizada biografia de Johnny Cash "Walk the Line", o thirller "Identity", o western "3.10 to Yuma" ou o drama sobre obsessão "Girl, Interrupted" que valeu o Oscar de melhor actriz secundária a Angelina Jolie. Portanto este "Knight and Day", apresentado como uma mistura de comédia e filme de espionagem com uma pitada de romance suscita a curiosidade, sobretudo depois do curto mas absolutamente genial e surpreendente papel de Tom Cruise em "Tropic Thunder", a dar asas à sua veia cómica. Para além disso, marca a reunião de Cruise e Cameron Diaz depois de "Vanilla Sky".
June Havens (Diaz) é uma reparadora de carros clássicos que esbarra no aeroporto com o charmoso Roy Miller (Cruise). A partir daí a sua vida nunca mais será a mesma: aterragens de emergência, perseguições automóveis diabólicas, agentes secretos (Sarsgaard entre outros) e traficantes de armas em busca da fonte de energia perpétua concebida pelo adolescente Simon Feck (Paul Dano), enquanto é constantemente drogada e arrastada para ilhas paradisíacas, comboios nos Alpes e largadas de touros em Sevilha.
O filme está bastante bem conseguido em termos de entretenimento. As cenas de acção estão filmadas com muito realismo, muito ao estilo da velha guarda (ou pelo menos assim parece), sente-se ali o trabalho corporal, de duplo, não ecrãs verdes e elementos digitais. Somos brindados com sequências de tirar o fôlego, originais, propositadamente inverosímeis e como tal hilariantes (o avião, os vôos de carro em carro de Cruise, a perseguição em plena largada de touros). Por trás da pirotecnia e dos acontecimentos pouco prováveis está uma trama decente e empolgante, entre a corrupção intragovernamental e um tema muito contemporâneo, a energia perpétua, pontuada por momentos e diálogos de pura comédia. É evidente que Tom Cruise está completamente à vontade na pele da sua personagem, estilo Ethan Hunt na desenvoltura em tempo de acção e perigos rocambolescos, mas com uma grande dose de ingenuidade e comicidade, como se não se achasse credível a si próprio. No entanto, a relação que nasce entre os protagonistas baseia-se demasiado na suposição de que a química entre Cameron Diaz e Tom Cruise é um dado adquirido, quando não é o caso. É preciso uma boa dose de condescendência para perceber como de repente um agente altamente treinado, em fuga pela própria vida e acusado de traição, se encanta tão intensamente por uma loira destrambelhada, com algum botox a mais, a ponto de deitar por terra tudo aquilo por que arriscou a vida. É um facto que, se Cruise ainda consegue fazer resultar o action man quarentão, o papel de Diaz, que lhe cairia que nem uma luva há uns anos atrás, já lhe fica a destoar. O final, de pura comédia romântica, também deixa a desejar.
Ao fim e ao cabo, é um bom filme de Verão, uma história interessante, cenas de acção inconcebíveis mas deliciosas, ideal para entreter, dar umas gargalhadas e não pensar muito. Ainda assim, entre o mentalmente instável e o galã, a interpretação de Tom Cruise, explorando a vertente comédia das suas capacidades representativas, é a verdadeira razão para ir ver o filme. E eu não sou admiradora do actor.
Classificação - 3 Estrelas Em 5
5 Comentários
Não consigo dar nota positiva ao filme quando tem 2 erros fulcrais e inadmissíveis, que só podem resultar de desleixo, o que, num universo de milhões de €'s, não terá explicação...
ResponderEliminarFesta de San Fermin em Sevilha?
A ilhota pertencente aos Açores? Quando imediatamente antes o próprio Cruise diz que estão nos Trópicos!!!
Não me pareceram desleixo, antes escolhas técnicas e/ou artísticas. Pamplona não devia ser viável para filmagens da envergadura que queriam e os Açores... é muito mais romântico que sejam ilhas tropicais e verdejantes e desertas como aquela... no meio de toda a inverosimilhança do filme, é bastante "coerente" ;)
ResponderEliminarPois eu não podia discordar mais desta critica... bem conseguido? A sério?Cenas de acção filmadas com muito realismo? Sim sem dúvida a começar com os touros a saltar por cima de carros. Nao e que nao compreenda que a ideia do filme fosse ser propositdamente absurdo mas achei que no meio de tanta inverosimilhança os factores que tornariam a historia identificavel para com o publico se perderam completamente. nao e que de para algumas gargalhadas de quando a quando... mas original? nao, minimamente. Historias de tramoias politicas e federais e um "principe encantado" mal compreendido que defende as suas morais ao lado de uma pobre de espirito que conheceu na sua demanda e que o desvia dos seus objectivos.... original? nao, minimamente. alias, todas as cenas de acçao, de old school, so tem mesmo a necessidade de que sabem filmar varios transportes privados e publicos de qualidade no mesmo filme e que tem orçamento para isso! bom filme de verao foi GetSmart ou comedias do genero. nao isto
ResponderEliminarFoi daqueles dias que queria ver um filme que, me tirasse as auguras da vida porque este país passa e eu idem. Ao ver este filme, consegui tudo o que almejava, e é fantástico, quando um filme se propõe a roubar-me a vida real de amarguras e consegue. Duas horas em que esqueci do comer na mesa.
ResponderEliminarSepol Om
Filme razoável de acção/entretenimento. Não é um filme fantástico mas também não desilude o espectador. A relação entre as duas principais personagens é que podia ser melhor construída já que no decorrer da acção e no meio de tantas dúvidas sobre quem era o bom ou o mau da fita, ela fica sempre "caidinha" por ele enquanto devia era de estar com receios que pudesse morrer. Nota-se a falta de alguns argumentos históricos que permita uma melhor compreensão do filme e o humor também está pouco trabalhado. Os pontos forte será portanto o elenco (apesar de quarentões), os efeitos especiais estão bem conseguidos e o entretenimento é bastante satisfatório. Nota 3
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