Crítica - The Other Guys (2010)

Realizado por Adam McKay
Com Samuel L. Jackson, Dwayne Johnson, Mark Wahlberg, Will Ferrell, Eva Mendes

As parcerias cinematográficas entre Adam McKay e Will Ferrell são qualitativamente inconstantes, porque enquanto “Anchorman” (2004) e “Talladega Nights” (2006) obtiveram algum sucesso humorístico e comercial, “Step Brothers” (2008) não conseguiu convencer o público ou a crítica especializada. A sua nova parceria, “The Other Guys”, não é tão cativante como “Anchorman”, mas é claramente uma das melhores comédias do ano. A sua história é protagonizada por Terry Hoitz (Mark Wahlberg) e Allen Gamble (Will Ferrell), dois agentes policiais de segundo plano que vivem constantemente na sombra de Christopher Danson (Dwayne Johnson) e PK Highsmith (Samuel L. Jackson), os melhores agentes policiais de Nova York, no entanto, o seu estatuto secundário é subitamente alterado quando são convocados para resolver um caso aparentemente vulgar, mas que os poderá tornar tão famosos como Danson e Highsmith.


À semelhança de outros filmes cómicos do género buddy cop, como por exemplo, “Starsky & Hutch” (2004) ou ”Shanghai Noon” (2000), “The Other Guys” é protagonizado por duas personagens completamente antagónicas que têm um sonho em comum. Uma dessas personagens é Terry Hoitz (Mark Wahlberg), um polícia sério que ficou com a sua reputação manchada quando alvejou acidentalmente o famoso Derek Jeter durante a Final do Campeonato Mundial de Basebol (World Series), um acto que o atirou para as fileiras secundárias da Policia de Nova York, e que o tornou no maior alvo humorístico do seu departamento, no entanto, apesar de todas estas condicionantes, ele acaba por ser muito mais popular que o seu introvertido parceiro, Allen Gamble (Will Ferrel), um verdadeiro cromo forense que, ao contrário do seu efusivo companheiro, prefere ficar no seu escritório a recolher dados. Terry e Allen ambicionam atingir o nível de sucesso dos seus ídolos, Christopher Danson (Dwayne Johnson) e PK Highsmith (Samuel L. Jackson), dois super-polícias que conseguem resolver todos os seus casos com uma facilidade extrema, uma ambição que se torna acessível quando um dos seus casos vulgares e rotineiros se torna num caso mediático e arriscado, assim sendo, se eles o conseguirem resolver poderão conquistar o respeito dos seus colegas e dos habitantes da cidade que protegem, substituindo assim Danson e Highsmith que entretanto tiveram um final trágico que nos é apresentado de uma forma muito relaxada. A relação de cumplicidade que se vai estabelecendo entre Terry e Allen está bem construída e dá azo a várias situações hilariantes, como aquela em que Terry conhece a atraente mulher de Allen, Sheila Gamble (Eva Mendes), ou aquela em que Allen desmonta categoricamente uma metáfora felina de Terry, no entanto, apesar de nos oferecer algumas cenas engraçadas, esta obra não é composta por um humor requintado e intelectual, muito pelo contrário, muitas das suas cenas cómicas são previsíveis e simplistas, mas são suficientemente fortes para entreter a esmagadora maioria dos espectadores, até porque nunca ultrapassam a barreira da vulgaridade. “The Other Guys” satiriza constantemente os grandes filmes comerciais norte-americanos que envolvem explosivas sequências de acção e personagens praticamente imortais, uma sátira que é particularmente evidente em todas as cenas que envolvem os imbatíveis Danson e Highsmith. O filme também faz algumas críticas ligeiras à sociedade norte-americana, críticas essas que são muito subtis mas que atacam a ingenuidade dos meios de comunicação social pela idolatração exacerbada dos heróis/ celebridades e a aparente passividade das várias forças policiais em relação aos executivos financeiros, que fazem desfalques milionários às suas empresas ou que tentam esconder por meios ilegais as suas dificuldades financeiras. A conclusão de “The Other Guys” oferece ao espectador uma importante mensagem moral – Os Verdadeiros Heróis São Aqueles Que Tornam o Mundo Melhor e Não Aqueles que Aparecem na Televisão - e um cena final muito engraçada que faz referência a uma das mais importantes e icónicas frases do filme – "I Am a Peacock, You Gotta Let Me Fly".


O cineasta Adam McKay criou algumas sequências cinematográficas interessantes e também conseguiu desenvolver um ambiente muito relaxado e cómico que rentabilizou, dentro do possível, as várias piadas e sátiras que vão sendo feitas ao longo da história. É certo que as sequências de acção de “The Other Guys“ não estão ao nível da dos grandes blockbusters norte-americanos, mas também não se esperava que fossem assim tão explosivas ou cativantes. A performance de Will Ferrell é muito boa e é relativamente superior à de Mark Wahlberg, que mostrou claramente estar mais habituado a papéis mais sérios e violentos. As performances secundárias de Samuel L. Jackson e de Dwayne “The Rock” Johnson não são muito extensas, mas não deixam de ser positivas e importantes. A única mulher do elenco, Eva Mendes, cumpre o seu papel sem muito brilho. “The Other Guys” é uma boa comédia de acção que deverá agradar à esmagadora maioria dos espectadores que não estejam à espera de momentos humorísticos muito elaborados e requintados ou de frenéticas cenas de acção.

Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. Gostei da narrativa. estou lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles estarei grato lhe esperando lá
    http://josemariacostaescreveu.blogspot.com

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  2. Copiaram sua crítica na íntegra. Esse cara copiou várias das nossas críticas também.

    http://legolosmovies.blogspot.com/

    Rodrigo Cunha
    Editor Cineplayers
    www.cineplayers.com

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  3. Obrigado pelo aviso Rodrigo. As pessoas não sabem mesmo o que é Direitos de Autor.

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