Crítica - Limitless (2011)

Realizado por Neil Burger
Com Bradley Cooper, Anna Friel, Abbie Cornish, Robert De Niro

E se os seres humanos pudessem utilizar a totalidade do seu cérebro? É esta a questão que está no centro de “Limitless”, um thriller cheio de adrenalina que é baseado no famoso romance “The Dark Fields”, de Alan Glynn, e que utiliza um dos mais credíveis e celebres mitos científicos para criar uma história cativante e emocionante que se centra em Eddie Morra (Bradley Cooper), um escritor falhado e azarado que fica viciado em NZT-48, um medicamento revolucionário que aumenta em dez vezes as faculdades intelectuais do cérebro humano. A sua vida muda radicalmente de rumo devido a este medicamento, mas os seus nefastos efeitos secundários acabam por vir ao de cima e a sua vida de sonho transforma-se num autêntico pesadelo.


O enredo de “Limitless” é intenso e eficaz mas não é excelente. Leslie Dixon (Guionista) e Alan Glynn (Escritor/ Autor) criaram uma história relativamente interessante, que utiliza um dos maiores mitos científicos do último século para analisar uma série de debilidades humanas que vão desde a avidez à indolência. Estas debilidades clássicas são exteriorizadas e analisadas através das acções nocivas de Eddie Morra, um indivíduo cheio de potencial que preferiu recorrer a um medicamento revolucionário, mas altamente ilícito, para melhorar a sua performance laboral em vez de lutar por si próprio para a melhorar sem recursos exteriores, uma decisão que inicialmente acarretou efeitos positivos, mas que o transformou num monstro viciado que apenas está interessado em manter o seu elevado nível de vida e alimentar o seu vício, mesmo que isso implique cometer uma série de actos moralmente inconcebíveis que servem para criar várias cenas que animam este filme. A história de “Limitless” retrata portanto os altos e baixos de um indivíduo viciado numa substancia da mesma família das anfetaminas clássicas, um retrato que é pautado por uma série de eventos que oferecem mais acção e animação a uma narrativa que, caso contrário, seria enfadonha e excessivamente metafórica, no entanto, esses eventos proporcionam o aparecimento de várias falhas narrativas. A sua conclusão não fecha a porta a um novo filme e oferece a Eddie Morra um final feliz que ele não merecia.


O seu realizador, Neil Burger, oferece-nos um trabalho muito coerente e criativo que ilustra habilmente as várias metamorfoses por que Eddie Morra passa, transmitindo assim ao publico tudo o que ele sente através de uma excelente trabalho de câmara e de um uso imensamente criativo de cores mais fortes ou mais suaves para diferenciar o seu estado emocional. O cineasta também comandou com astúcia e eficácia as várias cenas de acção que pautam este filme, que conta também com um excelente trabalho cinematográfico de Jo Willens. O seu elenco também nos oferece uma performance muito curiosa. Bradley Cooper irradia carisma como Eddie Morra e mostra-nos que é muito mais que um actor de comédias. Robert De Niro tem em “Limitless” o seu melhor trabalho dos últimos anos mas, mesmo assim, não rouba nenhuma cena ao entusiástico Bradley Cooper. Anna Friel e Abbie Cornish transmitem um brilho feminino ao filme, mas as suas respectivas performances não são muito relevantes. “Limitless” é, em suma, um filme intenso que deverá satisfazer as massas com a sua cativante narrativa, no entanto, não é um filme tão extraordinário como os seus elementos promocionais levam a crer.


Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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2 Comentários

  1. Não tenho grandes expectativas com esse filme.

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  2. Fica gritante que a genialidade do personagem é limitada pela [i]in[/i]capacidade mental dos roteiristas.

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