Espaço Memória – Cold Mountain (2003)

Realizado por Anthony Minghella
Com Jude Law, Nicole Kidman, Renée Zellweger

Nos alvores da Guerra Civil Americana, a jovem Ada (Nicole Kidman), filha do reverendo Monroe (Donald Sutherland), vê e apaixona-se imediatamente por Inman (Jude Law), sendo correspondida depois de poucas palavras. Mas depressa a guerra estoira, Inman é mobilizado, e Ada passa os restantes anos à espera do seu amor, que, a bem da verdade, mal conhece. Debilitado, o reverendo acaba por morrer e Ada entra num processo de abandono de sim mesma e da sua propriedade até ser interpelada pela enérgica Ruby (Renée Zellweger) com quem consegue ganhar uma nova vida e uma garra até aí desconhecidas dela mesma.


Estas são as premissas deste longo e quase extemporâneo épico de quase duas horas. Muitas peripécias e da mais variada índole dão dinamismo à acção, chegando mesmo a momentos de grande violência física e de sexo mais ou menos explícito. Recordo, por exemplo, a casa onde as mulheres se oferecem para ter sexo ou a tortura de Sally. Para além destes aspectos mais sombrios, a obra, baseada no homónimo romance de Charles Frazier, estrutura-se sobre um amor muito pueril e tipicamente americano mas com alguma verosimilhança, pois, dadas as condições que a guerra impôs aos sulistas, ele era o único baluarte das duas personagens. Por outro lado, há uma feroz crítica ao modo como os sulistas encararam o conflito e especialmente à perseguição levada a cabo pela Guarda aos desertores e a todos os que os acolhiam, chegando a vinganças de horror atroz.
Realizado claramente com os Óscares em vista, o filme apostou numa interessante reconstituição histórica, cenários naturais impressionantes, interpretações sóbrias mas competentes de Kidman e Law e uma verdadeira explosão de talento de Zellweger. Contudo falta claramente calor a esta montanha tão fria que é o filme. Pediam-se momentos emocionalmente mais intensos, picos de emoção a quebrar a narrativa diversificada e por vezes mesmo chocante mas sempre muito contida que fica assim muito àquem de The English Patient também realizado por Minghella. Ainda assim o filme recebeu sete nomeações aos Óscares da Academia, incluindo o de Melhor Actor Principal, tendo apenas Zellweger arrecadado a estatueta de Melhor Actriz Secundária no mesmo ano em que concorreram aos Óscares filmes como The Lord of The Rings – The Return of The King ou Mystic River.

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3 Comentários

  1. É um filme que deixei passar, mas tenho curiosidade em conferir ainda.

    Até mais

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  2. O que é um amor tipicamente americano?

    V.

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  3. Achei o filme belíssimo, mas o final foi muito decepcionante, de absoluta presibilidade... faltou emoção, concordo.

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