Crítica - Warrior (2011)

Realizado por Gavin O'Connor
Com Tom Hardy, Nick Nolte, Joel Edgerton

A sua história não é nada inovadora, mas “Warrior” compensa a sua clara falta de criatividade com fortes doses de intensidade e dramatismo que acabam por transformá-lo num filme cativante e emocionante, onde Tom Hardy e Joel Edgerton exibem-se ao mais alto nível como dois irmãos, Tommy e Brendan Conlon, com uma conturbada relação familiar que se vão enfrentar num Torneio de Elite de Mixed Martial Arts, onde o vencedor levará para casa um elevado prémio monetário que resolverá todas as suas dificuldades financeiras, no entanto, só um deles vencerá esta dura e emotiva batalha que lhes permitirá resolver todas as suas diferenças e desavenças familiares.


Os seus criadores, Gavin O'Connor (Realizador/Guionista) e Cliff Dorfman (Guionista), souberam reutilizar os clichés narrativos de vários clássicos cinematográficos como “Rocky” (1976), “Raging Bull” (1980) ou “The Fighter” (2010) para criar um filme relativamente satisfatório e interessante que se centra numa intensa rivalidade familiar que tem como cenário o violento mundo das Mixed Martial Arts. A conturbada dinâmica entre Tommy e Brendan é habilmente abordada durante o Torneio de MMA, mas antes disso é feita uma breve contextualização da sua vida que nos revela os desafios e dificuldades que eles têm que enfrentar diariamente e os motivos (familiares, financeiros e /ou solidários) que os levam/ motivam a combater por dinheiro, bem como as causas do seu distanciamento familiar e da indiferença com que tratam o seu pai (Nick Nolte), um ex-alcoólico e entusiasta das artes marciais que afastou a sua mulher e os seus filhos com o seu violento feitio e amor ao álcool. A história melodramática do Clã Conlon tem o seu valor, mas os Combates de MMA são indiscutivelmente o elemento de maior interesse deste filme. Os seus últimos trinta minutos estão recheados de fantásticas cenas que retratam a brutalidade e a dureza das Mixed Martial Arts, mas também a veemência dos dois intervenientes centrais e da sua emotiva rivalidade. A conclusão de “Warrior” é um bocado melosa, mas seria difícil de conceber outro desfecho que não incluísse um clássico final feliz.


O talento de Gavin O'Connor para realizar excelente e convincentes filmes dramáticos com uma temática desportiva foi evidenciado em “Miracle” (2005), mas é reforçado com esta valorosa obra, onde O’Connor criou e moldou um ambiente tenso e realista que se encaixa lindamente na essência das actividades de entretenimento mais físicas como o Wrestling ou as Mixed Martial Arts. O’Connor também soube comandar um talentoso e luxuoso elenco que é liderado por Joel Edgerton e Tom Hardy. Os trabalhos individuais destes dois actores são fenomenais, mas Hardy destaca-se de Edgerton devido à brutalidade e efusividade da sua personagem. Nick Nolte também está muitíssimo bem como um desolado homem de família que procura redimir-se dos erros do passado. O seu elenco também conta com várias estrelas do Wrestling (Kurt Angle) ou das MMA (Erik Apple, Nate Marquardt, Anthony "Rumble" Johnson e Rashad Evans) que incutem realismo e credibilidade a este “Warrior”, um drama que, em última análise, convence e entretém.

Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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4 Comentários

  1. Coloquei este como um dos meus favoritos de 2011. Achei demais e confesso não estar nem um pouco satisfeito pelo fato do filme no Brasil ter saído direto em Dvd. Faria muita grana! Viva a Nick Nolte!

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  2. Ora aí está um bom filme... digamos que a história poderá não ser muito inovadora, mas pelo menos consegue ser envolvente e cativante. A ideia de superar-se, vencer as dificuldades e lutar por aquilo que acreditamos está bastante presente. É um filme que tem algo de interessante para nós, muito melhor do que certos filmes que são sucesso de bilheteira e que muito sinceramente apresentam um mundo irreal e ilusório e que acabam por ser má influencia. Gostei e aplaudo. Seria um filme que poderia ter sido bem explorado (8.3 no IMDB não deve ser por ser um mau filme), sinceramente não sei porque é que ele foi parar ao cinema tão tarde.

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  3. dizerem que os combates sao o mais envolvente é um absurdo para mim, o filme transmite muito para la dos combates. Um dos melhores filmes para mim.

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  4. Os combates são o veiculo que os dois irmãos utilizam para transmitir a sua raiva e angustia, dai serem tão poderosos. A história é boa, mas não ten nada que já não tenhamos visto em outros filmes

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