Crítica - Safe (2012)

Realizado por Boaz Yakin 
Com Jason Statham, Catherine Chan, James Hong 

Um filme de ação para os entusiastas de filmes de ação, onde Jason Statham volta a dar vida a uma personagem aparentemente invencível que espanca indiscriminadamente vários inimigos sem sofrer grandes mazelas físicas. É difícil de utilizar outras palavras para descrever este “Safe”, uma obra francamente mediana que só tem a seu favor uma série de previsíveis e repetitivas sequências de violência não explícitas que apenas deverão entreter os espectadores que apreciem este género de filmes. Em “Safe” seguimos de perto a grande e perigosa aventura de Mei, uma pequena prodígio que é raptada da sua casa em Nanjing pelas Tríades Chinesas e enviada para a América pelo seu chefe, Han Jiao, para servir como "contabilista" para os seus golpes de extorsão. Não são precisos computadores nem são necessários registos em papel, porque ela consegue memorizar todos os números na sua cabeça. Um ano mais tarde, o seu novo "pai" adotivo, Chang, leva-a para fazer a contabilidade de todos os seus "negócios". Luke Wright é um lutador sem futuro de segundo plano do diversificado circuito de artes marciais da costa este do território norte-americano. Quando dá cabo de uma luta de resultado previamente arranjado, a Máfia Russa faz dele um exemplo ao assassinar a sua mulher e ameaçar matar todos os seus amigos ou quem com ele se relacione. Agora sem casa, sem meios de subsistência e completamente isolado da sociedade, Luke vagueia pelas ruas de Nova Iorque como um fantasma e à beira do suicídio. Uma grande movimentação começa a agitar a cidade, quando Han Jiao aparece em Nova Iorque e dá a Mei um número secreto para memorizar. No seu caminho para utilizar esse número com um objetivo que desconhece, Mei é violentamente raptada das Tríades pela Máfia Russa, que pretende a informação que sabe que ela tem na cabeça. O mesmo acontece com o corrupto Capitão Wolf, da Polícia de Nova Iorque. Mei consegue escapar, mas não vai conseguir sobreviver sozinha por muito tempo. De pé na plataforma de uma estação de metropolitano prestes a atirar-se para debaixo de um comboio, Luke Wright vê a jovem e aterrada chinesa a ser perseguida por vilões russos. Ele sabe que alguma coisa de errado se passa e sabe agora que tem de tomar uma decisão: continuar na sua espiral de autodestruição ou voltar a lutar para ajudar uma rapariga que nem sequer conhece. Luke decide regressar à vida e no decurso de uma angustiante noite percorre o submundo da noite citadina para salvar Mei e se redimir a si próprio.


As várias lutas de resultado previsível que o invencível bom da fita trava contra uma série de polícias corruptos, mercenários corporativos e membros da máfia chinesa e russa para proteger a vida de uma valiosa mas inocente rapariga chinesa, ocupam a grande maioria dos noventa minutos de duração desta rebuscada produção cinematográfica que raramente explora o passado dos protagonistas ou explica a lógica de alguns dos eventos mais inexplicáveis da sua trama, dando assim origem a uma série de lacunas narrativas demasiado evidentes que representam apenas uma parte dos aspetos negativos do débil e oco argumento desta produção. O único ponto positivo de “Safe” prende-se com as suas duras cenas de ação que até têm um certo encanto e interesse, mas que infelizmente não conseguem compensar as inúmeras falhas da sua fraca história, cujos inúmeros defeitos não farão grande mossa à forma como os verdadeiros fãs deste género vão encarar este filme de Boas Yakin, onde Jason Statham tem mais uma performance recheada de brutalidade e intensidade física mas sem nenhum valor artístico, ou seja, um desempenho praticamente idêntico àquele que teve na grande maioria dos filmes que protagonizou em toda a sua carreira  e que, à semelhança desta obra, não devem muito à criatividade ou ao realismo. 

  Classificação – 1,5 Estrelas em 5

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