Realizado por Jonathan Dayton e Valerie Faris
Com Annette Bening, Antonio Banderas, Paul Dano, Zoe Kazan
Género - Comédia Romântica
Sinopse – Calvin (Paul Dano) é um jovem escritor que alcançou um sucesso fenomenal no início de sua carreira, mas que agora luta com a sua escrita, bem como com a sua vida amorosa. Finalmente, ele faz uma descoberta e cria uma personagem chamada Ruby na qual se vai inspirar para continuar a escrever. Quando Calvin encontra Ruby (Zoe Kazan), em carne e osso, sentada no seu sofá cerca de uma semana mais tarde, a espiral de acontecimentos que se segue é arrebatadora. A sua mulher de sonho tornou-se realidade.
Crítica – A estreia de Zoe Kazan como guionista de uma grande produção cinematográfica não poderia ter corrido melhor. Este seu “Ruby Sparks” é uma deliciosa e adorável comédia romântica, cuja calma narrativa nos brinda com uma astuta mistura entre fantasia e romance, duas áreas muito ricas em contexto que, neste filme, são alvo de um maravilhoso tratamento por parte de uma talentosa guionista e de uma engenhosa dupla de realizadores (Jonathan Dayton e Valerie Faris). Um pouco mais aclaro, direto e maduro que a vasta maioria das comédias românticas que estrearam este ano nas salas de cinema nacionais, “Ruby Sparks” é claramente um filme de classe mundial que deve muita da sua força romântica à sua leve e moderna narrativa, que aborda uma série de temáticas básicas de uma forma curiosa e nada usual, afinal de contas estamos a falar de um filme que anda à volta das aventuras de um par romântico formado por um individuo real e uma mulher fictícia. É claro que este filme não vive só do amor, até porque aborda, com tato e atenção, uma série de outros temas relacionados com a família, a solidão e a constante tensão do sucesso e da vida laboral. O único grande problema do seu argumento é a sua conclusão que, na sua essência, não tem muito a ver com o resto do filme porque acaba por não nos dar o final que todos nós queríamos ver, no entanto, não deixa de ser uma conclusão com sentido que até nos dá a entender que um verdadeiro final feliz pode acontecer, mais cedo ou mais tarde. Para além de um forte enredo com um final menos bom, esta obra de Jonathan Dayton e Valerie Faris tem um outro elemento muito valioso – o seu elenco. Os dois jovens e promissores protagonistas, Paul Dano e Zoe Kazan, têm duas performances maravilhosas que são sustentadas pelo seu patente talento natural mas também pela sua palpável química romântica no grande ecrã, que deriva claramente do seu relacionamento real que, na minha opinião, ajudou a credibilizar o estranho romance entre as suas personagens. O elenco secundário também tem um nobre envolvimento nesta obra, sendo de destacar os sagazes trabalhos de Annette Bening e Antonio Banderas como um casal de meia-idade bastante extremista e naturalista. Os dois são responsáveis por vários momentos de humor e quase que arrisco a dizer que mereciam um filme só deles, onde pudessem alongar a sua interação e exteriorizar os seus cómicos pontos de vista. Concluído, “Ruby Sparks” é uma comédia romântica diferente com um estilo bastante criativo e fantasioso. É verdade que não é um filme memorável ou idílico, mas é um digno representante do cinema independente.
Classificação – 4 Estrelas em 5
2 Comentários
Boa crítica, João! Cada vez gosto mais da tua escrita.
ResponderEliminarNão vou perder este Ruby Sparks!
V.
Obrigado V. Este Ruby Sparks e o Hop Springs valem o preço do bilhete.
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