Com Alexandra Daddario, Tania Raymonde, Scott Eastwood
O velhinho “The Texas Chain Saw Massacre” (1974) é um filme de culto entre os fãs de filmes de terror, mas todos os seus sucessores falharam redondamente junto da crítica especializada e até junto dos fãs do género. O produto original é, até à data, o melhor projeto deste franchise, porque é simplesmente assustador e deliciosamente explicito. Estas duas poderosas características não são reproduzidas em nenhuma das suas sequelas, reboots ou spin-offs que, ainda assim, podem ter algumas vantagens em relação a esta nova entrega intitulada “Texas Chainsaw 3D”, uma espécie de sequela de “The Texas Chain Saw Massacre” que, para além de ignorar todos os outros filmes que estrearam até agora, não tem nem um vigésimo da qualidade do produto que teoricamente completa. É de recordar que a trama de “The Texas Chain Saw Massacre” retrata uma sangrenta tragédia que envolveu um grupo de cinco jovens, dos quais apenas um conseguiu escapar para contar o sucedido. O seu relato desencadeou uma série de eventos que, aparentemente, puseram fim ao terror que causou esta tragédia numa pequena cidade texana. O que ninguém sabe é que existe outro sobrevivente. Uma criança foi escondida e criada sem nenhum conhecimento dos acontecimentos daquele dia ou da sua verdadeira família. A trama de “Texas Chainsaw 3D” mostra-nos o que aconteceu a essa criança que, anos mais tarde, transformou-se numa bela mulher chamada Heather Miller (Alexandra Daddario), que agora retorna à cidade que nunca conheceu para receber uma herança de uma avó que nunca conheceu. Heather viaja para o Texas acompanhada pelos seus amigos Nikki (Tania Raymonde), Ryan (Trey Songz) e Kenny (Kerum Milicki-Sanchez). No caminho, dão boleia a Darryl (Shaun Sipos), um viajante que vai desejar não ter entrado nesta viagem. Ao chegar à cidade texana, Heather fica surpresa ao encontrar uma magnífica mansão. O seu advogado (Richard Riehle) informa-a de que tudo aquilo agora é dela, mas avisa-a que ela não pode vender o imóvel e que tem que seguir à letra as instruções que a sua avó deixou por carta. Antes que Heather possa abrir e ler a carta, ela e os seus amigos são confrontados por um familiar perdido, também ele um sobrevivente do fatídico dia em que a sua família morreu. Antes de conseguir obter a sua herança, Heather precisa de ultrapassar um tremendo desafio: manter-se viva. O seu recém-descoberto primo não se importa se as suas vítimas são parentes ou não, porque o que ele quer é matar.
É verdade que o temido Leatherface comete muitos crimes e homicídios durante todo o filme, mas falta a “Texas Chainsaw 3D” um ambiente pródigo em suspense e, por consequência, uma série de sequências assustadoras que nos façam olhar para este filme como uma sequela digna de um dos grandes filmes de terror do século passado. A presença de apenas um par de sequências gore é também demasiado parca para um filme deste franchise, mas é na sua patética narrativa que residem os seus maiores problemas. A primeira metade de “Texas Chainsaw 3D” foca-se, quase de forma exclusiva, em pouco assustadores banhos de sangue sem nenhum contexto narrativo, mas o grande problema reside na sua segunda parte, que mancha por completo o legado de Leatherface ao tentar transformar este icónico e sádico vilão num anti-herói. Há várias coisas que uma continuação de um clássico filme de terror nunca pode fazer e, uma delas, é precisamente a transformação do vilão numa espécie de herói. É precisamente isto que “Texas Chainsaw 3D” faz. A vitimização e humanização de Leatherface é absolutamente ridícula e nem sequer é bem-feita, já que as lacunas que derivam desta parva humanização são tão gritantes que estragam por completo qualquer possibilidade remota que esta reviravolta tinha de ser bem sucedida. A juntar à crescente parvoíce que vai alimentado esta produção até à sua conclusão, "Texas Chainsaw 3D" conta também com mais handicaps como as pobres prestações do seu realizador e do seu elenco, onde encontramos muitas caras bonitas com um escasso talento. Não há muito mais a dizer sobre este terrível filme. É pobre e parvo, mas é sobretudo uma perda de tempo para o espetador.
Classificação – 0,5 Estrelas em 5
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