Love's Physics - Entrevista à Realizadora Joana Mendes

Já está quase a estrear no FantasPorto 2013 a curta “Love’s Physics”, de Joana Mendes. Para comemorar este nobre acontecimento decidimos entrevista a sua criadora, uma jovem cineasta que está a dar os primeiros passos na indústria da sétima arte, mas que parece ter um futuro risonho nesta área. O seu nome é Joana Mendes e, através de um conjunto de perguntas simples mas abrangentes, tentamos conhece-la um pouco melhor.

Pergunta - O que a levou a enveredar pela área do cinema/ vídeo?

Resposta - O gosto pelo cinema. Quando era criança costumava dizer que o cinema era a minha segunda coisa favorita porque no meu entender da altura, o cinema pertencia aos realizadores e às equipas de trabalho gigantes, o teatro pertencia aos atores e a outro tipo de técnicos. Como sempre tive a ambição de ser atriz descobri mais tarde que é importante saber o “outro lado”/backstage de uma produção de cinema ou teatro.

Pergunta - Fale-nos um pouco do seu percurso profissional e universitário até ao momento?

Resposta - Na licenciatura de Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia da Universidade Lusófona estive envolvida nas produções académicas do curso. Entretanto comecei a trabalhar como freelancer no campo da imagem e da pós-produção, em contraste com a participação no grupo de teatro académico NNT (Novo Núcleo Teatro) o qual pertence à Faculdade de Ciências e Tecnologias. De momento encontro-me a frequentar o Mestrado em Teatro, ramo Artes Performativas: Interpretação na Escola Superior de Teatro e Cinema enquanto continuo a trabalhar como freelancer.

Pergunta - Que género cinematográfico prefere? Tem algum filme favorito? Qual? Há algum cineasta cujo trabalho a inspire?

Resposta - Estas são três perguntas difíceis. Creio que não tenho um género definido mas alguns dos filmes / visão de realizadores que gosto e tenho como referência são (por exemplo): Wong Kar Wai (“My Blueberry Nights”, “Chunking Express”, “2046”), Sofia Coppola (“Lost in Translation”, “Marie Antoinette”), Michel Gondry (“Eternal Sunshine of the Spotless Mind”, “The Science of Sleep”), Jean-Luc Godard (“Breathless”, “Pierrou Le Fou”), Quentin Tarantino (“Pulp Fiction”, “Kill Bill”, “Death Proof”)... 
Os filmes que considero favoritos “normalmente” regem-se por um trabalho de ator(es) completamente dedicado, alguns exemplos disso são: “City of God”, “Le fabuleaux destin d’Amelie”, “Into the Wild”, “Big Fish”, “Cinema Paradiso”, “The Bridges of Madison County”, “Fight Club”, “Midnight in Paris”... poderia continuar a responder a estas perguntas com mais e mais e mais referências (mas acho que ficaram esclarecidos).

Pergunta - O que espera alcançar no futuro, dentro da área do cinema?

Resposta - Tenho predilecção por trabalhar em “Woody Allen Mode” é uma expressão que uso para descrever a versatilidade que consigo ter como profissional na área do cinema. Quer seja no departamento de produção, realização ou imagem estou sempre disponível para novos desafios e novas propostas de trabalho. Gosto de fazer várias coisas ao mesmo tempo em áreas diferentes

Pergunta - O seu futuro passa por Portugal ou pelo Estrangeiro?

Resposta - Passa pelo estrangeiro. Tenho planos marcados para trabalhar fora de Portugal mas nunca se sabe quanto tempo passo cá ou lá fora... 

Pergunta - Que opinião tem do atual estado do cinema português e da indústria cinematográfica nacional? 

Resposta - Costumo dizer: “Eles podem ter o dinheiro mas nós temos as ideias.” O que quero dizer com isto, independemente da conjuntura actual ou de outrora, ou até do nosso emprego, cada um de nós tem de ter ideias diariamente de como sobreviver/superar o dia seguinte. Já não basta ficarmos contentes com o que já adquirimos, podemos ser ambiciosos “moderadamente”. O cinema português consegue manter a sua marca e tendo uma “indústria própria” acredito que enquanto houver ideias para superar problemas materiais, novos filmes irão ser feitos e apresentados com uma nova marca do cinema português.

Já ficamos a conhecer um pouco melhor a Joana e as suas visões e ambições com este grupo de perguntas mais pessoais, mas o que está na base desta pequena entrevista é a sua curta – “Love’s Physics”, que vai ser exibida no FantasPorto 2013 (7 de Março às 11:30/ 8 de Março às 17:15). Falamos com a Joana sobre este seu projeto para tentar perceber o que podemos esperar desta obra romântica e o que a levou a criar/ realizar esta pequena produção. A Joana também irá tentar convence-lo a ir ver este curioso projeto, sobre o qual pode saber mais AQUI

Pergunta - O que a levou a criar “Love’s Physics”?

Resposta - A proposta de realizar/produzir/escrever = criar uma curta-metragem partiu de um desafio. Quando trabalhei na Krypton Films foi-me dada a oportunidade de realizar este projecto. Por isso organizei-me e responsabilizei-me por este projecto.

Pergunta - O que está na base da sua história? E do seu título?

Resposta - A base da sua história/conceito surgiu numa busca de referências e sentimentos comuns que todos temos. Sendo um deles: a possibilidade de conhecer alguém desconhecido e sem saber ou ter qualquer tipo de conhecimento de como abordar esta situação. Existem maneiras diferentes de lidar com a mesma... mas qual delas será verdadeira a nós próprios?
Esta questão levou-me ao título. Desde a pré-produção tive preferência pelos títulos na língua inglesa e o titulo final acabou por ficar pela simples razão de misturar “amor” e “física”... não sei explicar concretamente a decisão desta escolha mas achei que havia algo “cósmico” neste título.

Pergunta - Como decorreu o processo de filmagens?

Resposta - A fase de produção da curta-metragem correu melhor do que eu esperava. Sendo uma pessimista não-muito-extrema no processo de rodagem à medida que ganhas experiência nesta fase de qualquer projecto ganhamos anticorpos para evitar o stress dos imprevistos. Felizmente tive uma equipa impecável e super profissional desde os actores à equipa de imagem, à produção... não poderia estar mais grata por todo o trabalho e empenho que concretizou esta curta-metragem.

Pergunta - O que a levou a escolher Vânia Naia e Tomas Nolasco para interpretam o casal principal do filme?

Resposta - A Vânia Naia foi uma escolha natural porque já conhecia alguns dos seus trabalhos como actriz de cinema e ela possui uma beleza/estética própria a qual se identifica muito com o tom da curta. No caso do Tomás Nolasco foi um “bom acidente” de última hora (dado conta que tinha outro actor previsto) mas a escolha do Tomás acabou por ser a mais indicada para o projecto.

Pergunta - Como descreveria o filme numa frase?

Resposta - Como conhecer (ou não) alguém desconhecido.

Pergunta - O que diria às pessoas para as convencer a ver esta curta?
Resposta - Esta pergunta também é difícil. Caso estejam interessados em ver uma curta-metragem simples com um conceito íntimo sobre alguém (que quase de certeza) já conheceram então estão convidados.

Pergunta - O que acha que a exibição de “Love’s Physics” no FantasPorto 2013 pode trazer à sua carreira. Qual foi a sua reação a esta notícia? Vamos ver “Love’s Physics” noutros festivais nacionais ou internacionais?

Resposta - Espero que no FantasPorto 2013 seja o início do percurso desta curta-metragem no circuito de festivais de cinema (aguardo confirmação de outros festivais). O facto de começar no Fantas é algo que de todo não estava à espera e mal posso esperar pelo dia da projecção: 8 de Março às 17h15 no Rivoli.

Pergunta - Qual será o seu próximo projeto? Já está a trabalhar num novo filme?

Resposta - De momento estou a acabar um projecto (que irá concorrer ao Queer 2013 brevemente) enquanto preparo uma outra curta-metragem para o próximo ano. Já tenho a agenda cheia para alguns eventos a cobrir como freelancer enquanto organizo um projecto de artes visuais destinado à cidade de Nova Iorque.

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