Crítica - Gambit (2012)

Realizado por Michael Hoffman 
Com Colin Firth, Cameron Diaz, Alan Rickman 

O péssimo sotaque texano da irritante personagem de Cameron Diaz é absolutamente intragável, mas quem me dera que este fosse o único problema sério de “Gambit”, uma comédia tão medíocre e insossa que só pode ter sido criada pelos imensamente competentes Ethan e Joel Cohen numa altura de pouca inspiração. É difícil de aceitar que os criadores de comédias tão interessantes, como “Intolerable Cruelty” (2003) ou “Burn After Reading” (2008), tenham idealizado um filme tão fraco com este que, por sinal, é muito pior do que qualquer um dos seus projetos menos conseguidos neste campo, como o mediano “The Ladykillers“ (2004). Para além de desaproveitar por completo a classe de Colin Firth e Alan Rickman, “Gambit” consegue ainda presentear-nos com um argumento estúpido e sem grande piada que acompanha as peripécias de Harry Deane (Colin Firth), um pesaroso curador de arte que elabora um plano para levar o seu detestável patrão, Lionel Shabandar (Alan Rickman), a comprar um quadro falso do pintor Monet. Para o ajudar a levar a cabo este difícil plano, ele recruta dois ingénuos colaboradores: uma extravagante rainha de rodeos (Cameron Diaz) e um major reformado (Tom Courtenay).

   

Teoricamente, “Gambit” é um remake moderno do homónimo clássico humorístico de 1966. Eu não sei se é um remake fiel ou muito diferente desse clássico porque, muito sinceramente, nunca vi o filme original da autoria de Ronald Neame mas, pelo que li, acho que a versão original é muito superior em todos os aspetos a esta cópia moderna que, muito honestamente, só tem piada quando o protagonista se envolve numa grande confusão num hotel refinado. O resto da história é um vasto deserto de humor e intelectualidade. O plano supostamente engenhoso do protagonista dá azo a uma série de eventos que custam a acompanhar, não só porque se arrastam inexplicavelmente no tempo sem nenhum sentido prático, mas também porque, muitos deles, acrescentam muito pouco a uma história que se vai tornando cada vez mais aborrecida com o passar dos minutos. Esta enorme pobreza narrativa afetou gravemente as performances de Colin Firth e Alan Rickman, cujo talento e habilidade foram desaproveitados ao máximo por esta medíocre comédia, que nos apresenta ainda a uma das personagens mais parvas da carreira de Cameron Diaz. 

 Classificação – 1,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Olha que até acho que foste simpático, eu nem sequer tenho palavras para descrever o filme, é por isso que não ouso escrever sobre ele. Fiquei bastante desiludida mesmo...

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.pt

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